Como La push não é lá muito grande não foi tão difícil encontrar única escola pra adolescentes então quando eu entrei todo mundo olhou pra mim incluindo um grupo só de garotos que conversavam então apurei minha audição a tempo de ouvir o que eles falavam

“- ela é a filha do Black, a revoltada que foi mandada pra cá sabe-se lá o motivo- um falou e o outro rindo respondeu

- pra uma Black eu esperava bem mais... ” depois disso segurei mais firmemente minha bolsa e caminhei até a secretaria e peguei meu horário indo direto pra sala de aula onde me sentei no fundo e joguei minha bolsa do meu lado e coloquei meu fone de ouvido encostando minha cabeça na parede e olhando a janela.

Fechei meus olhos e respirei fundo quando ouvi passos se aproximando e alguém colocando a mão sobre o meu ombro.

 - que é?- olhei pra cima e tirei meu fone

- esse é o meu lugar- o garoto falou na maior cara de pau.

- que eu saiba não tem seu nome escrito aqui queridinho e que eu saiba os lugares não são marcados.

- eu sempre me sento ai.

- senta aqui que tem uma cadeira vazia. –tirei a minha bolsa e a contra gosto ele sentou e eu pouco me importando guardei meu ipod na bolsa e a joguei no pé da cadeira que o menino esta sentado só pra irritar tirando meu caderno enquanto a professora entrou dentro da sala.

- bom dia pessoal, hoje vamos falar sobre... – não me pergunte o que ela falou no resto da aula porque eu passei a mesma desenhando na ultima matéria do meu caderno enquanto o garoto que ta do meu lado quase dormindo sobre a mesa.

 Quando o sinal bateu anotei o que tinha no quadro, que não era muita coisa, e anotei na agenda a atividade de casa quando um professor gatinho entrou na sala.

- bom dia turma, meu nome é Leuciano e eu vou ser o novo professor de literatura de vocês. Como eu não conheço a metodologia do antigo professor de vocês e suas evoluções eu quero que vocês escrevam redações e me entreguem ainda nessa aula se possível e assim avaliaremos as falhas de vocês e tentaremos corrigi-las até o fim do ano. Tema livre.- depois disso peguei meu caderno numa folha e escrevi qualquer besteira,coloquei meu nome e entreguei ao professor, o garoto que estava ao meu lado entregou a dele algum tempo depois e quando bateu o professor saiu da sala e entrou outro na qual eu não prestei a mínima atenção na aula e então bateu pro intervalo quando eu sai mas quando eu estava passando pela porta uma menina pegou meu braço por cima do casaco.

- oi, meu nome é Anabelly, mas todo mundo me chama de ana.- a garota na minha frente de estatura mediana, ou seja da minha altura,cabelo meio vermelho e meio alaranjado e olhos cor chocolate puxando um pouco pro azul, usando uma calça preta com pequenos rasgões e meio desbotada e meio folgada, um all-star também meio surrado e um casaco vermelho com algumas coisas pretas.

- eu não sei porque esta se apresentando e sinceramente eu não quero saber quem você é- falei me virando e caminhando pelo corredor meio cheio.

- caso você não tenha percebido, coisa que eu duvido que tenha acontecido, você não conhece muita gente por aqui e eu só quis ser gentil e também porque você tava voando durante a essa aula e não deve ter percebido que a professora passou um trabalho sobre musica e nós ficamos como dupla e como eu não quero fazer ele sozinha eu pensei da gente se encontrar e fazer esse trabalho.- ela falou tentando me acompanhar.

- porque você ta rindo?- eu parei de rir

- alguém te disse que você tem que respirar pra sobreviver em vez de falar desenfreada desse jeito? Porque se não eu to te dizendo agora.- ela fez uma cara de feliz

- meu nome é Roberta e pode me chamar de Roberta mesmo e desculpa pelo meu jeito, ser gentil não é meu forte.- falei e dessa vez foi ela que riu.

- eu percebi , mas e sobre o trabalho?- peguei um refrigerante e sai da fila do lanche saindo novamente do refeitório e voltando pra sala.

- a gente combina na hora da saída, eu posso ir pra sua casa e a gente faz o trabalho.- falei e ela concordou, depois disso ela se sentou na cadeira e eu me sentei na minha tomando meu refrigerante, quando terminei joguei a latinha no lixo e o pessoal começou a entrar quando eu ouvi o barulhinho irritante da sineta.

Depois de duas aulas muito chatas arrumei meu material lentamente e sai sendo uma das ultimas, quando cheguei no estacionamento da escola vi um aglomerado de pessoas e no centro a anabelly, uma moreninha aparentemente da nossa idade e uma loira de nariz empinado, apurei minha audição e o que ouvi da conversa fez meu sangue ferver.

- você não tem o direito de falar assim com ela afinal você não é tanta merda assim mesmo- a Ana falou e eu me aproximei das três entrando no meio da roda que tinha sido formada pela maior parte dos alunos.

- eu discordo anabelly, ela não é pouca merda mesmo não, ela é um caminhão todinho.- falei chegando por trás da Ana fazendo as três olharem pra mim.

- quem você pensa que é falando assim comigo?- a loira do tcham falou e eu ri.

- coisa muito melhor do que você eu tenho certeza.- as duas riram e ela ficou puta da vida.

-voce não é ninguém pra falar assim comigo, e essas suas amiguinhas tambem são isso, nada- eu me aproximei e joguei minha bolsa no chão e entreguei meu celular e o meu casaco pra uma das duas.

- Pode mexer comigo mas não fala de quem eu conheço.

- e você vai fazer o que?- ela perguntou gozando da minha cara e meu sangue ferveu mesmo.

- isso.- fali dando um soco na cara dela que a deixou no chão, ela puxou a minha blusa com tanta força que rasgou um pouco perto do pescoço, dei mais um soco no rosto dela e fiquei satisfeita com o barulho de um osso quebrando, peguei seu cabelo e taquei sua cabeça na chão duas vezes e vi que ela quase desmaiou na segunda e como um flash back alguém me tirou de cima dela mas não antes de eu dar um chute na barriga dela que a vez querer cuspir sangue, fazer isso me lembrou da loira namorada do Adrian e senti uma lagrima solitária escorrer pelo meu rosto mas a sequei antes que alguém a visse.

- droga, você manchou a minha blusa.- falei observando a mancha de sangue que estava na mesma.

O diretor chegou na hora e me levou pra diretoria e a menina foi levada pro hospital, sentei em frente ao diretor e ele falou apenas que tinha chamado os meus responsáveis.

- diretor, mandou nos chamar?- vi meu avo na porta e pelo jeito ele ficou preocupado quando viu a mancha de sangue na minha blusa.

- entre senhor Black, desculpas por ter atrapalhado o senhor mas é que sua neta se envolveu em uma briga que mandou uma de nossas alunas para o hospital em seu primeiro dia de aula...- ele deu o ponto de vista dos ‘informantes’ dele e eu dei o meu.

- eu vou conversar com ela quando chegar em casa, ela vai levar suspenção ou algo do tipo?- ele perguntou olhando pra mim.

- não, como é sua primeira vez não vamos dar suspensão ou algo do tipo mas se houver uma próxima vez ela ficará de castigo.- fiz cara de quem não se importa me levantando e amarrando o casaco na minha cintura, joguei a minha bolsa nas costas e sai da sala sendo acompanhada pelo meu avô, no caminho pra casa eu contei tudo pra ele pensando ouvir algo parecido com o que meu pai me diria mas quando descemos do carro a única coisa que ele fez foi me abraçar.

Entramos em casa e ele foi pra cozinha fazer algo para o almoço e eu corri pro meu quarto trancando a porta e me jogando sobre o cama, abracei o travesseiro e senti as lagrimas rolarem pelo meu rosto enquanto as memórias de cada um da minha família passaram pela minha mente, minha mente parou no meu bisavô Charlie, com ele meus olhos foram ficando pesados até eu cair na inconsciência.