Sweet Children - Green Day escrita por Renata Pádua


Capítulo 10
O novo baterista


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora! É que como eu to de férias fico com preguiça de escrever...



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Al Sobrante’s POV

– Tré! Vamos! - gritei pela milésima vez de dentro da van

– Cara, relaxa! É só um teste! - ele respondeu do banheiro.

Para ele é fácil falar! Já tem a própria banda! Eu estava a mais de meia hora o chamando para irmos logo. Resolvi sair do carro e comecei a andar de um lado para o outro na garagem, esperando ele acabar de se arrumar. Sério, o que ele fazia tanto naquele banheiro? Parecia uma garota que fica horas mexendo no cabelo mas no final não muda nada!

Minha cabeça começou a doer. Eu só me lembro de uma dor aguda acima das orelhas quando tudo ficou preto.

“- Vamos logo, Stella!

- Já estou indo! Por Deus, como você é chato!

- Nem reclame. Só estou te levando porque a mamãe me obrigou. Agora vamos logo!

Stella saiu do banheiro. Ela tinha cabelos negros que iam até a cintura e olhos verdes.

- Por que vocês, garotas, demoram tanto no banheiro? – perguntei.

- Por que vocês, garotos, tem que dar palpite em tudo? – ele disse enquanto entrava no carro.

Levantei minhas mãos em um gesto de desistência.”

- Estou pronto Al... Al? – escutei a voz de Tré seguida de passos apressados.

Só me lembro de ter acordado com um balde de água na cara.

- Cara, mas que diabos...?

- Graças a Deus, você está vivo! – Tré disse, com uma expressão aliviada.

- Como assim, “vivo”? – perguntei.

- Eu saí do banheiro e você estava caído no chão. Ficou apagado por uns cinco minutos. – ele me olhou, preocupado. – Você está bem?

- Estou... é melhor a gente ir logo, senão vamos nos atrasar. – tentei desviar do assunto.

Entramos no carro, e Tré virou a chave. Reparei que ele estava com um touca na cabeça.

- Mas o que você estava fazendo lá? Nem uma dor de barriga duraria tanto.

Ele tirou a touca revelando cabelos recém-pintados de verde.

– E aí, o que achou? - perguntou a mim.

– Hum… er… hmm… exótico?

– É, você não gostou. - ele disse com uma risada. - Mas sei lá, castanho tava muito normal.

– E você tenta ser diferente em tudo, desde a cor do cabelo até o tutu. - eu disse, rindo, sendo acompanhado por Tré segundos depois.

– Vamos logo nesse teste. - ele disse, pisando no acelerador.

Nós saímos com a van da garagem, fechando-a logo em seguida. Andamos por pouco tempo, somente uns três ou quatro quarteirões, mas como sou um cara muito sortudo, a gasolina resolveu acabar.

– Não. - exclamei, levando minhas mãos à cabeça. - Não, não, não, não, não. Isso não pode estar acontecendo.

– Relaxa cara, tem um posto de gasolina aqui perto. Eu vou lá e compro um galão. - ele esclareceu, apontando para algum ponto ao longe. - Fica aqui e se acalma, cara. Não vale a pena ficar assim tão nervoso.

Tré foi embora, andando calmamente com seu cabelo recém pintado de verde em um topete balançando a cada passo que ele dava.

Meia hora depois, ele reapareceu, segurando um galão vermelho de gasolina. Ele despejou o liquido no tanque, liberando aquele cheiro forte, porém gostoso. Por um momento pensei lembrar alguma coisa, mas logo minha mente ficou em branco novamente.

Tré dirigiu até a casa de Billie, dando batucadas no volante a cada sinal vermelho. Depois de um tempo, ele me olhou com um olhar preocupado.

– Cara, você ta passando bem? Parece meio esverdeado.

– Eu estou bem. - respondi, sentindo um gosto ruim na boca.

– Tem certeza? Você tem cara que comeu 15 burritos de café da manhã. Respira. Se você ficar nervoso, só vai piorar as coisas - ele disse, estacionando logo em seguida, bem em frente à casa de Billie.

Respirei fundo e me dirigi à porta, tocando a campainha. Quem a abriu foi uma mulher com cerca de 45 anos.

– Ah, você deve ser o amigo do Billie. Venha, entre, entre. - ela disse com um sorriso, dando um sinal com a mão. - Ele deve estar lá em cima com Mike - e abriu mais um simpático sorriso. - BILLIE JOE! - gritou inusitadamente, me assustando - SEU COLEGUINHA JÁ ESTÁ AQUI!

Ouviu-se um bufo e um barulho de passos na escada.

– Mãe! - Billie reclamou enquanto descia os degraus apressadamente. - Ele não é meu coleguinha! Eu não tenho mais oito anos.

– Você sempre vai ser meu bebê - ela disse, deixando uma marca de batom na testa dele, indo embora logo em seguida.

– Me desculpe por isso. - ele disse limpando a mancha rosa da testa. - Ela às vezes é muito melosa. E já que meus irmãos não moram mais em casa, toda essa melosidade sobra para mim. - ele disse dando um sorriso.

Outro garoto, que supus ser Mike, veio descendo as escadas. Ele me cumprimentou com um aceno de cabeça.

– Eu sou Mike.

– Prazer. Al Sobrante. - respondi.

Me sentia meio mal por usar esse nome. Sei lá, não é realmente eu. É só uma placa que li errado. Mas estou sem outras opções no momento.

– Ahn… você não tem sua bateria? - Billie perguntou.

Droga! Sabia que havia esquecido algo! Cheguei atrasado e esqueci a bateria ainda por cima! Cara, eu sou muito voado.

– Ahn… é que a bateria que eu uso para treinar é a do meu professor… - tentei explicar à Billie e Mike.

É meio estranho considerar Tré meu professor. Ele é meu colega de quarto, amigo, conselheiro, drogado, tudo, menos professor. Sabe, ele não age como um. Não é chato, não dá ordens, não te passa dever de casa… ele é mais um expert em bateria que sendo uma ótima pessoa resolveu dar aulas para um cara aleatório qualquer que apareceu na sua porta.

– Ok, vamos para o porão. - disse Billie. - Lá fica a velha bateria do… - ele engoliu em seco. - do meu pai. - sua voz vacilou um pouco ao mencionar o pai. Mike me lançou um olhar do tipo "não insista nesse assunto".

Descemos as escadas, com Billie indo na frente, me guiando em meio as tralhas que eram guardadas lá.

– Então - disse Billie, retirando um grande lençol de uma velha bateria. - mostre-nos o que você sabe fazer.

Os dois se sentaram em um sofá azul, já bem velho, que estava jogado próximo.

A bateria era desgastada e um tanto usada, mas era bem cuidada. Percebia-se que frequentemente era limpa.

Retirei as baquetas que Tré havia me emprestado (suas baquetas da sorte, como ele dizia) e me sentei em frente ao instrumento. Comecei a tocar uma melodia mais leve, aos poucos acelerando o ritmo. Em poucos minutos já estava fazendo toques rápidos e ágeis. Eu não quero me gabar, mas cara, eu estava arrebentando. Até o queixo de Mike havia caído levemente enquanto eu tocava. Os dois começaram a aplaudir quando acabei.

– Senhoras e senhores! Apresento a vocês, Al Sobrante, nosso novo baterista! - exclamou Billie Joe de pé no sofá, exibindo seu seus dentes tortos.

Não consegui segurar o sorriso de orelha a orelha que surgiu em meu rosto.



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Notas finais do capítulo

Sério gente, me desculpem por demorar tanto e postar um capítulo tão pequeno... vou tentar (enfase em tentar) postar o próximo mais rápido!



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