Resplandecer escrita por Lustin


Capítulo 1
Prefácio - Coming Down


Notas iniciais do capítulo

Ei! Escrevi com carinho, não sei se ficou tão bom assim, mas espero que gostem! Nos vemos lá nas notas finais, pequenas.



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Segunda-feira, 01 de Janeiro.

Nuvens flutuavam em meio á vasta imensidão do céu que fora gentilmente pincelado por todas as matizes coloridas que existem. Tons alaranjados, tons em púrpura, avermelhados, lilás, rosados dos mais claros até os mais escuros, misturavam-se acompanhando o pôr do sol. Os tentáculos multicolor embaraçavam-se um no outro, formando uma graciosa dança das cores, anunciando o cair da tarde. Aquele momento era sempre modelo para fotos. O fim da tarde era sempre motivo de comemorações silenciosas.

E era ainda mais bonito avistado de cima. Aquela visão era impagável. O garoto tinha certeza de que, em algum canto do mundo, abaixo de seus pés, existiam crianças brincando de decifrar o desenho que o vento emoldurava nas nuvens. Existiam corações apaixonados que deixavam a mente livre para vagar em todos os cantos do céu. E possuía certeza de que também existia alguém observador o bastante para focar o olhar onde os seus agora estavam: pousados em um emaranhado de espirais de cores, onde o tom predominante era azul royal que aproximava-se do neon. Alguém, em algum lugar do mundo, não permitiria que aquele show passasse despercebido. Era valioso.

Os raios de sol estavam perto da pele do menino. Perto até demais. Perto o bastante para conseguir ver os filetes dourados irradiando nos pelos de seu braço, a extensão dos filetes chamuscados por fagulhas vívidas e silenciosamente crepitantes. O vento soprava gentilmente, balançando os cabelos rasos castanhos claríssimos do garoto. Sua roupa inteiramente branca, com pequeninos pontos em tom pastel, espelhava algumas colorações do céu, fazendo-o tornar parte daquilo; os pés descalços estavam completamente acomodados no chão fresco e macio.

O clima ali era agradável, tudo muito claro, as doces risadas das crianças ecoavam por entre as brisas. O vento de temperatura agradável acariciava cada parte desnuda do corpo do garoto. Ele encheu o pulmão com aquele ar, trazendo uma quantia generosa para dentro de si, como se estivesse inalando algo puramente mágico e curador, e em partes, era. Ali estava em casa e não estava preparado para os possíveis acontecimentos.

– Fique calmo, é melhor do que parece – uma voz masculina, muito conhecida, soprou atrás do corpo rígido do garoto que estava parando apenas observando seus pensamentos á tempos.

– Acredito que seja sim, Gabriel. Acredito em suas palavras – sibilou, deixando escapar de seus lábios um sorriso contido.

– Creio que não exista algo que não possa ser vencido com os valores que doutrinei – continuou o homem, assumindo uma postura igual a do menino.

– Estou parecendo fraco agora? – soltou um silvo, não chegou perto de ser uma risada. Sustentou o peso em uma das pernas, dirigindo seu olhar a Gabriel, parado ao seu lado.

– Oh, não fale besteiras, Drew – sorriu largo, acalmando o coração do menino que ansiava por uma resposta positiva. – Você é mais forte do que pensa.

– Sei disso – Drew sorriu, satisfeito com a resposta que recebera.

– Vamos garoto, está na hora – Gabriel depositou a palma de sua mão nas costas de Drew, guiando-o em linha reta.

Algo dentro do garoto cresceu. Agitou-se, contorceu-se e estirou-se em seu estômago. O desconhecido sempre causou certo pânico em qualquer ser. Qualquer pessoa lúcida de seus atos. E ele estava prestes a se jogar num abismo desconhecido e sufocante. O abismo que trazia com sua imensidão inúmeras histórias, lendas e mitos. Histórias, lendas e mitos que ele teria de desvendar sozinho e presenciar com seus próprios olhos.

Seus joelhos tiritavam em expectativa. Aquele não era o primeiro desafio de sua existência, não, estava longe de ser. Mas em contra partida, era o desafio de maior valor. O desafio para qual foi destinado, treinado e preparado por todo esse tempo. Tempo que não poderia ser contado em dias, anos e muito menos em horas. Vivera sempre em função desse momento, desse desafio.

E o momento acabara de chegar.

Gabriel sorriu em sua direção, lançando uma faísca prateada. Seus olhos estavam vívidos e concretos.

Drew distribuía passos atrás de passos pelo chão perfeitamente acolchoado. A cada passo, mais perto de seu destino. A curiosidade começou, aos poucos, tomar conta de seu nervosismo. O rosto do garoto iluminou-se mais – se isso poderia ser possível – ao ver seus acompanhantes nessa jornada sem previsão de retorno.

Estavam todos reunidos em um aglomerado moderado de pessoas e Drew sabia de cor todos os rostos ali presentes. Ele e Gabriel pararam de se movimentar, ficando ao lado de uma garota e uma mulher.

O sino cantarolado por pássaros totalmente afinados soou alto pelos cantos do lugar, de modo com que todos pudessem ouvir. Havia chego a hora.

Justin virou-se para ver o rosto de seu amigo, guia e confidente, Gabriel, que sussurrou ‘’boa sorte’’, sorrindo ofuscantemente em sua direção. Ele podia sentir a tensão de seu amigo, o medo espreitando o seu olhar e a falsa confiança que lhe passara. Mas de nada isso importava.

Drew permitiu-se dar uma última fungada no ar, que entrou generosamente em seu pulmão, trazendo uma onda de coragem consigo. Após isso, mergulhou na imensidão á sua frente, caindo de cabeça no abismo sem igual abaixo de seus pés, sendo seguido por todos os seus outros amigos e companheiros.

Sua missão acabara de começar ali.



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Notas finais do capítulo

O que acharam? Quero saber a opinião de vocês! Mereço algum review? Vou ficar com o coração cheio de flores, hein.
E o que acharam da capa? Eu me enrolei tanto em escolher uma! Meu Deus, foi complicado. Mas ficou bom?!
O próximo capítulo não vai demorar se eu souber o que vocês acharam hehe. Beijos minhas fadas, até mais.