Angustiado, Rafael senta no chão de seu quarto aos prantos de culpa e de amor, ele só pensa em pedir perdão, mas não sabe nem se vai conseguir, já que Lua está por um fio. O amor fala mais alto e ele não se deixa abater pela dor e corre atrás da sua felicidade se responsabilizando pelos seus atos.

_Tia Rosa, a senhora sabe qual é o hospital que a Lua está? – enxugou as lágrimas.

_Para quê você quer saber? Deixe essa menina morrer para a mãe dela aprender a não se meter comigo.

_Mas o que aconteceu entre vocês? – disse Rafael.

_Não quero falar sobre isto. Eu acho que é o hospital público perto do posto de gasolina da rua da sua escola.

_Obrigada tia. Vou visitar ela ta? – falou com medo.

_Tá certo, ela está na beira da morte mesmo; não vai fazer diferença.

Rafael pensou como a sua tia poderia ser tão fria e ao mesmo tempo estava curioso com este segredo entre as famílias, mas isso é um problema para depois, agora ele só pensa em Lua. Rafael não pode simplesmente chegar no hospital sem uma prova de seu amor; ele está decidido a passar por cima de todos e de tudo para mostrar que a ama.

Rafa vai até o hospital e passa pelos corredores em situações precárias e se assusta, mas ele é corajoso e segue em frente. Chegando no apartamento de Lua, ver o quanto ela está pálida e com um aspecto abatido, lágrimas correm em seu rosto e mais uma vez a culpa fala mais alto. Rafael não tem coragem de encarar a verdade e opina pelo caminho mais fácil: o suicídio.

Ele corre daquele hospital prestes a se afogar no lago em que sonhou o seu primeiro beijo com ela, chegando lá ele entra na água, respira fundo e como se um filme passasse na sua cabeça ele se lembra da beleza dela, da decepção que seu pai sente, na tristeza de sua tia e de como Deus é bom. A cada minuto, cada lágrima cai e ele mergulha a cabeça na água.