When Love Happen? escrita por Claire di Minus


Capítulo 2
You don't know, but we are neighbours




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You don't know, but we are neighbours!

O resto do dia foi tranqüilo. Dallas, Madison e eu passamos a tarde assistindo filmes de comédia romântica - o que soa muito como fossa da Dallas já que ela terminou com o namorado na última semana - comendo pipoca, e tomando coca-cola. Detalhe que eu devo ter engordado todas as calorias que perdi pela manhã enquanto corria.

- Maddie... Já arrumou seu material? - Perguntei abrindo a porta do quarto dela.

- Infelizmente... Sim! - Ela respondeu com seu habitual tom dramático.

- Infelizmente por que?

- Não gosto da escola!

- Eu também não... Mas precisamos estudar!

Sorri para Dallas e ela retribuiu me abraçando. Dei um beijo no rosto dela lhe desejando boa noite e sai do quarto, deixando a porta entreaberta como fazíamos todos os dias. Entrei no meu quarto e fiquei parada diante da porta por um tempo. Suspirei ao pensar que logo a segunda-feira chegaria e logo eu teria que enfrentar o meu pesadelo pessoal.

Caminhei lentamente até a beira da cama e comecei arrumar os cobertores para eu dormir. Percebi uma luz estranha vindo pela janela, então me virei para ver o que era.

Talvez eu já estivesse acostumada com a casa da frente que não era habitada há quase um mês que estranhei ter alguma luz acesa. Me aproximei da janela e afastei uma parte da cortina com a mão.

Eu conseguia ver perfeitamente a janela da casa da frente que era alinhada com a minha. O garoto de mais cedo - que carregava a menina nas costas - estava de costas novamente, dessa vez sem camiseta e arrumando alguma coisa em cima da cama dele.

Eu tinha tanto cuidado com a minha janela, como ele conseguia ficar tão a vontade sem nada tampando a janela dele? Estranho...

Mas, como meu pai sempre diz, cada louco com a sua mania.

Antes que eu corresse novamente o risco de ser vista, fechei a cortina e voltei para a minha cama.

Desliguei a luz do quarto e fiquei olhando para o teto, pensando em várias coisas e no quanto eu não queria ir para a escola no dia seguinte. Pensando desse jeito, acabei me sentindo como a Maddie, infelizmente sendo obrigada a enfrentar mais um dia naquele lugar.

Suspirei e fechei os olhos, não demorando muito para dormir.

O relógio despertou. Cinco horas da manhã. Arrastei-me para fora da cama e caminhei até o quarto de Madison, acordando ela em seguida.

Voltei para o meu quarto e fui direto para o banheiro. Tomei um banho quente e me agasalhei para enfrentar o frio que fazia.

Talvez eu tivesse demorado muito no banho, quase não tive tempo para o café da manhã. Minha sorte era que eu não estava com tanta fome.

Peguei as chaves do carro em cima da geladeira junto com o dinheiro que meu pai havia deixado para comprar o meu lanche e o de Madison no intervalo da escola.

- Vamos? - Falei para Dallas.

- Espera! Esqueci meu celular! - Ela largou a mochila dela aos meus pés e correu escada acima.

Tomei a mochila - pesada por sinal - em minhas mãos e joguei no banco de trás do new beetle preto.

Tive que buzinar algumas vezes para apressar Madison, mas logo estávamos a caminho da escola.

- Você viu que a casa em frente da nossa foi ocupada? - Maddie perguntou olhando a casa pelo retrovisor.

- Impossível não ver... O caminhão fez um pouquinho de barulho não é?

- Pouquinho? Como você é irônica Demi!

Eu ri e voltei minha atenção para a estrada. A escola ficava a quinze minutos de carro de casa. Estacionei o carro no estacionamento da escola e desci, ajudando Maddie carregar a bolsa dela.

Na verdade, eu não entendia porque a bolsa de Madison era sempre pesada. Eu não carregava nenhum livro sequer, deixava tudo no meu armário, e a bolsa da Maddie devia pesar mais que o meu guarda-roupa inteiro.

Deixei minha irmã na sala em que ela teria aula e caminhei para a minha. Como nesse colégio a situação era de risco, fui logo tratando de colocar meus fones no ouvido.

Digamos que eu não sou uma das garotas populares do colégio, não tenho nem a fama de ser a melhor amiga da popular, portanto, eu era considerada pelas demais garotas - da minha primeira, terceira e última turma - como a loser.

Mas tudo bem, eu supero... Estou superando isso há quase nove anos mesmo!

Sentei no meu lugar de sempre, a penúltima mesa da fileira da janela. Assim poucas pessoas notavam a minha presença em sala de aula, e com poucas pessoas me notando era mais difícil de ser perturbada por uma loira aguada líder de torcida. Nada contra as loiras, eu até tenho duas em casa, mas as desse colégio me tiravam do sério literalmente. Elas conseguiam elevar meu nível de estresse ao ponto máster.

Mas como se não bastasse ter que aturar as menininhas populares, eu também tinha que aturar os marmanjos atleta - que na maioria das vezes também namoravam as garotas lideres de torcida.

Definitivamente? Eu não sabia qual tinha sido meu pecado, o que eu sabia era que eu estava pagando por ele há nove anos.

Aturei algumas bolinhas de papéis, comentários maldosos que eu preferia não comentar, até que finalmente chegamos a terceira aula.

Eu não havia comido nada no intervalo, estava sem fome e não queria que Madison perdesse tanto tempo para comer o lanche dela e acabar se atrasando para a aula dela.

Entrei na sala onde eu teria aula de história e caminhei para o meu lugar - que para todas as aulas era o mesmo.

Enquanto o professor não chegava, me concentrei no meu livro

Fiquei prestando tanta atenção na história, que só me toquei de que já havia professor na sala quando vi todos sentando em seus lugares.

A aula já havia começado há algum tempo, quando alguém bateu na porta.

- Aluno novo? - As garotas do meu lado cochicharam e eu não hesitei em rolar os olhos. Já estavam todas assanhadas.

- Ele até que é bonitinho! - A outra comentou e o risinho delas quase me fez vomitar.

Me distraindo completamente da conversa das meninas ao lado, prestei mais atenção no garoto que estava na porta. Cabelos arrepiados, loiros e bagunçados... Eu estava quase certa de que aquele era o meu novo vizinho. E realmente era, só não sabia que tinha a mesma idade que eu.

- Pode se sentar ali Senhor Bellinazzo! - O professor apontou - Logo atrás daquela mocinha de cabelos pretos!

Abaixei minha cabeça batendo-a levemente na mesa.

- Cuidado pra não ser contagiado pelo ar do fracasso - Uma das garotas ao meu lado disse para o garoto e eu quis me levantar da mesa para fazer dela um monte de pedaços de carne... Mas eu me controlei por puro milagre.


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