Terminamos o beijo com selinhos molhados. Aquilo só podia ser um sonho, eu não conseguia acreditar! Meu coração acelerou e por um instante eu pensei que teria um infarto ali...mas aquela não era a hora pra morrer ou ir parar no hospital. Colei nossas testas e abri meus olhos de vagar assim como ela. Ficamos em silêncio por longos 5 minutos, e nesse tempo eu fiquei perdido naquela imensidão marrom que são seus olhos...e lá no fundo eu vi que Demetria Devonne Lovato não era aquela garota fria e sem coração que todos dizem e ela mostra ser, ela apenas cuida pra não ter o coração pardido mais uma vez. E aquele silêncio foi quebrado quando ela desviou nossos olhares.

- Me...me desculpe. - Disse ela se embolando nas palavras.- Eu agi por impuls...- A interrompi com um selinho longo e molhado.

- Tá desculpada Demetria. - Disse e sorri.

- Não me chama de Demetria, você sabe, todo mundo sabe que eu odeio. - Disse ela e riu.

- Como que devo te chamar? - Perguntei a olhando.

- Sei lá, de tudo, menos de Demetria. - Ela sorriu.

- Ok então, está desculpada pequena. - Disse e pude ver suas bochechas ficarem vermelhas.

- Isso foi constrangedor sabia? - Disse ela rindo.

- Isso foi legal, mas...nós temos que conversar a respeito disso. - Disse pegando seu pulso suavemente e ela desfez o sorriso.

- Bem...isso ocorre desde quando eu morava com meus pais nos Estados Unidos. Meu pai nos abandonou, e naquela epoca eu era gorda e sofri bullying no colégio, e aí minha mãe passou e ter vergonha por ter uma filha fora de seus padrões de beleza, depois disso veio os disturbios alimentares, bulimia e sem contar a auto mutilação que vinha de tempos atrás...e quando soube que minha irmã mais velha Dallas iria se mudar para Londres, eu logo dei um jeito de vir com ela. Depos quando cheguei aqui parei por uns tempos e quando veio aquele lance do Joe e todo mundo começou a rir de mim, parecia que os velhos tempos haviam voltado e eu voltei com tudo, mas parei de ter contato com as pessoas...ignorando o mundo e tudo de bom nele, ficando fria e quase sem sentimentos, como um pesadelo e eu to aí, desse jeito. - Disse ela engolindo o choro.

- Eu nunca pensei que você tivesse passando por isso...olha, me desculpe, po...- Ela me interrompeu.

- Você não tem culpa, não sabia de nada, eu sou uma louca e ninguém iria entender. - Disse ela por fim.

- Quem disse que você é louca? Você não é louca nem nada, você é linda, legal, fofa. Demi...pra mim você é....você é perfeita, eu não to mentindo. - Disse por fim e logo senti seus braços em volta do meu pescoço e logo a abracei pela cintura.

- Para de falar dessa coisa de perfeição e tals....seu gay. - Terminou a frase rindo.

Eu gargalhei alto o que fez ela gargalhar também, e lá ficamos nós dois abraçados e rindo como dois idiotas.

[...]

- To falando serio...eu deveria ser um padrinho magico como o Cosmo. - Disse apontando para tv que passava "Os Padrinhos Mágicos".

- Tem razão, você é tonto como ele, ou um pouco pior. - Disse ela e riu.

- Cuidado com o que fala. As vezes machuca. - Disse com uma cara seria e logo depois ri.

- Sua risada é contagiante...tipo a minha, eu rio como uma égua e você como um cavalo. - Disse ela me olhando e rimos de novo.

- Posso te perguntar uma coisa? 

- Claro, vai em frente. - Disse ela.

- O que foi aquele beijo? Digo, o que ele significou? - Perguntei meio confuso.

- Eu sei lá, eu só quis, ou melhor, precisei te beijar naquele momento. Foi meio que estar com sede e precisar beber agua...e quando eu te beijei eu meio que...meio que me senti bem e sei lá, precisasse de você. - Disse ela fitando o chão.

- Então quis dizer que você gosta de mim? - Perguntei.

- Talvez, eu não disse isso...você está tirando palavras da minha boca. - Disse ela e nós rimos.

- Ei, o que acha de dormir em casa hoje? - Perguntei e ela me olhou com os olhos arregalados.- Relaxa, é que meus amigos vão pra lá para assistirmos um filme e vão dormir por lá, e como eu fale de você e eles querem te conhecer e...- ela me interrompeu.

- Você falou de mim para os seus amigos? Hm, alguém me ama. - Disse ela rindo.

- Sabe de uma coisa? Você tem que parar com esse costume de interromper os outros...é feio. - Disse.- Então, aceita o meu convite?

- Seria uma honra...pra você, claro, eu vou sim. - Ela disse e eu a olhei com indignação.

- Depois não vem dizer que eu sou convencido. - Disse.- Bem, vamos fazer assim, eu tenho que ir ao mercado e você tem que se trocar e colocar uma roupa, não quero que meus amigos te vejam de pijama. - Ela me olhou e riu.- Eu vou no mercado e depois passo pra te pegar, pode ser?

- Por mim...perfeito! - Disse ela se levantando e eu me levantei em seguida.

Nos dirimos até a porta e eu fiquei do lado de fora e ela encostada, me olhando.

- Então...vai embora. - Disse ela e rimos.

- Ok...eu vou, mas eu volto. - ri.- Mas...você poderia me dar um beijo, sabe...- Disse a olhando.

- Porque você não me dá um beijo? Tenha atitudes garoto, se eu não tivesse te beijado hoje, quem sabe daqui uns 15 anos nos poderiamos dar nosso primeiro beijo. - Disse ela rindo.

- Isso não é verdade, tá? Quem sabe uns 15 meses, nem vem com essa. - Disse rindo.- Mas eu já estou indo e daqui uns 30 minutos já estou passando te pegar, tudo bem? - Ela assentiu.

E antes de sair segurei sua cintura firme e selei nossos lábios e logo pedi passagem que foi logo cedida...e logo aquele frio na barriga e a corrente elétrica voltou e eu me arrepiei todo. Cara, o beijo dela era o melhor do mundo inteiro, aquilo era tudo que eu queria. Partimos o beijo e antes de ir embora dei um selinho longo e sorrimos.

Que diabos é isso? Um sonho, porque se for, não me acorde por favor.