Scritto Nelle Stelle escrita por Karla Vieira


Capítulo 31
Acidente


Notas iniciais do capítulo

Bom dia amores! Tudo bem com vocês? Gostei de vocês terem aparecido, e de terem indicado algumas fanfics para mim, obrigada viu? E então, aproveitando que a minha mente foi desbloqueada e as férias começaram, trouxe um capítulo fresquinho pra vocês, e na minha opinião, ótimo. Espero que gostem!



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Ian Hawking POV

Alguém bateu na porta. Bufei impaciente.

– Quem é? – Perguntei rude.

– Sou eu, Arthur, senhor. – A voz abafada pela porta respondeu.

– O que é que você quer?

– Tenho informações novas sobre a Carter, senhor.

– Pois entre. Está aberta.

A porta se abriu e o receoso rapaz, de uns vinte anos, entrou, fechou a porta e permaneceu perto dela, sem indícios de que se aproximaria.

– Aproxime-se, rapaz, eu não sou radioativamente contaminado.

O loiro aproximou-se e parou ereto na minha frente. Cruzei os braços e o olhei.

– Pois não? Que informações você tem?

– A Carter começou a procurar por você. Mesmo afastada, ela não desiste. Hoje foi até o bar da Bella e pediu informações sobre você. Daqui em pouco é capaz de ela estar na rua Shelburne. Ela não vai desistir tão fácil, senhor.

Eu sorri, apoiando o cotovelo direito na mesa de mogno.

– Pois que não desista. A determinação dela torna o jogo mais interessante... Falando em tornar jogo mais interessante, o Payne já foi deixado em paz por tempo demais. Está na hora de botar nossa última ideia em prática.

– Sim senhor, vou providenciar.

Enquanto o rapaz se retirava, recostei-me na poltrona, e, pensativo, sorrindo maquiavélico, disse mais baixo, mais para mim do que para ele:

– E vamos ver se desta vez, alguém sairá ileso. Espero que ele tenha dito adeus...

Dan Evans POV

Estávamos de van indo para o ensaio geral antes do show de hoje à noite. Juntos, na van, estávamos eu, Jack, Sean, Luke, John, Josh e  Bob, sob supervisão de Paul, Andie e o tal do McCartney. A atmosfera estava animada para o show. Afinal, era um dos únicos que podíamos fazer durante um tempo, devido... Bem, a minha situação. Uma turnê até pela Inglaterra era complicado e perigoso nos tempos atuais. Então, era melhor focar em Londres e nas cidades vizinhas e bem próximas, e nada mais.

Chovia. Não é novidade, é claro. Londres é tão cinzenta e chuvosa, mas nunca perde seu charme. E nós conversávamos e ríamos escandalosamente, como se ninguém tivesse um mísero problema – e esse era o bom de estar junto dos rapazes. Mesmo eles sabendo de tudo o que estava acontecendo comigo, em nenhum momento ficavam com medo por eles mesmos e por mim. Estavam sempre alegres e prontos para fazer-me esquecer de todos os problemas. E esquecer corações partidos, também.

O motorista soltou um palavrão, e a van deu uma guinada violenta para a esquerda, e em seguida, para a direita, e ficou ziguezagueando. Ficamos apavorados, sem saber onde nos apoiar, e eu estava duvidando que o cinto de segurança haveria de ser suficiente. Todos nós gritávamos com medo, batendo nas paredes da van ou uns nos outros, e de repente, um estrondo alto como de uma explosão atingiu os nossos ouvidos, seguido de uma onda de calor, e a van finalmente parou violentamente, dando uma última guinada violenta para o lado, fazendo com que eu batesse com a cabeça no banco. Ouvi alguém bater no vidro e ele se espatifar. Meu coração parecia que ia rasgar a minha pele, se soltar as artérias e veias e ficar pulsando loucamente no chão da van. Olhei para os outros, e estavam todos pálidos, arfando, com os olhos arregalados, sem conseguir dizer nada. John estava inconsciente ao lado da janela quebrada, com um filete de sague escorrendo da sua testa. Sean, ao seu lado, estava sem reação, com o braço cortado pelos cacos de vidro. Luke estava à beira de lágrimas, enquanto mordia os lábios e segurava a mão que começava a inchar.

– Vocês estão bem? – Perguntou Andie trêmula. Então arregalou os olhos e empalideceu mais ainda se fosse possível. – Ah, meu Deus, John!

Ela se desprendeu do cinto, levantou e foi até ele, colocando dois dedos em seu pescoço, e suspirando aliviada, depois voltando para seu lugar. John estava vivo. Olhei pela janela, inconscientemente, e vi gente correndo para todos os lados, e muitas delas pegando o telefone e discando alguma coisa. Provavelmente, o número da emergência.

Paul desprendeu seu cinto de segurança, abriu a porta da van e saiu, dizendo com voz trêmula “fiquem aí!”. Andie levantou-se e colocou a cabeça para fora da van, e soltando um palavrão impronunciável em qualquer conversa civilizada.

– O que houve? – Encontrei minha voz, que havia pensado que tinha passado de ótima para inexistente.

– O carro... O carro dos seguranças, que iam na frente, capotou e explodiu. – Ela disse trêmula e gaguejando. Fiquei estático. Nossos seguranças, além de tudo nossos amigos, que iam no carro da frente morreram. Não havia como alguém ter sobrevivido em uma explosão. Eu quis chorar. Um sexto sentido me dizia que não era somente um acidente “comum” de dia de chuva. Foi proposital. Alguém teve a intenção de nos ferir.

Olhei para o lado e vi John inconsciente e sangrando, Luke gemendo e chorando de dor, segurando a mão, olhando para os lados aflito, e de repente reagi.

– SOCORRO! AJUDEM! – Eu comecei a gritar, desprendendo-me do cinto e indo para a rua. Assim que vi a proporção dos estragos feitos no carro que estava a cem metros a nossa frente, em chamas, fiquei mais apavorado do que já estava, se era possível. As lágrimas começaram a fluir. – POR FAVOR, ALGUÉM!

– Dan, Dan, já foi chamada a emergência e os bombeiros. Logo estarão aqui. Por favor, acalme-se. – Dizia Paul, mas ele não estava muito mais calmo do que eu. Só estava mascarando aquilo. Ele me segurou pelos ombros, logo num semi abraço, tentando me conter. Por fim, larguei-me no abraço do meu amigo, e chorei com força. Eu sabia que Hawking estava por trás daquilo. Aquele homem não tinha piedade. Só gostava de fazer as outras pessoas sofrerem.

Logo ouvi sirenes e três ambulâncias, juntamente com um caminhão de bombeiros, apareceram, e entrando em ação. Os bombeiros começaram a tentar conter o fogo, enquanto os paramédicos aproximavam-se e tiravam a mim e os ou0tros de dentro da van. O motorista estava desmaiado na frente, onde o vidro havia se estilhaçado, e só era possível ver manchas de sangue. Acho que a sorte dele foi o airbag, caso contrário, estaria morto. John estava ferido, mas levemente, assim como Luke. Os outros tinham apenas pequenos hematomas e arranhões, fora o estado de choque. Fomos todos colocados dentro das ambulâncias, e logo retirados daquela cena assustadora e deprimente, sendo levados para o hospital.

Durante o caminho eu, Jack e Josh, que íamos juntos na mesma ambulância, começamos a receber os primeiros socorros, mas aparentemente não havia muito o que ser tratado. Segundo os paramédicos, ao chegar lá todos nós faríamos radiografias para ver se não havia nenhum trauma, hemorragia ou fratura interna. Na adrenalina do momento, podemos não ter notado os ferimentos. Eu não estava preocupado comigo. Eu estava preocupado com todos os outros e como seria daqui em diante.

Ao chegar no hospital, fui submetido contra a minha vontade às radiografias, mas tudo o que eu queria, dizia e implorava era saber como os outros estavam e quando eu poderia vê-los. Me colocaram em um quarto junto com Jack, Josh, Sean e deixaram um enfermeiro para ficar de olho em nós. Jack e Sean foram colocados em um sono induzido, para relaxar dos traumas, e Josh estava perfeitamente bem, só acharam que seria necessário mantê-lo sob observação. Eu não sabia como estavam os outros e ninguém me dizia nada.

Por fim, me sedaram.

Acordei e o quarto estava com luz baixa, e o ruído de uma televisão ligada com baixo volume era audível. Abri os olhos e o enfermeiro se aproximou, perguntando como eu me sentia, se havia alguma dor, e dizendo que iriam logo trazer algo para eu comer. Respondi tudo impacientemente, e quando ele terminou de falar o que queria, perguntei como estavam os outros.

– A Srta. White está bem. O Sr. Luke Foster fraturou o pulso, e já está com ele imobilizado, e bem. O segurança, Sr. McCartney, fraturou a perna e teve um corte pequeno na cabeça, mas está bem, também. O Sr. John Cullen foi o que mais se feriu, mas nada de grave. Ele teve alguns cortes na cabeça, pescoço e braço, quebrando um dos braços, mas por sorte não atingiu nenhuma artéria, e ele ficou inconsciente apenas pela batida. Ainda está desacordado, mas não vai demorar muito para que desperte. O Sr. Cullen foi submetido a um sono induzido como o Sr. Jack Turner e o Sr. Sean Watson, pois estava perturbado demais. Mas todos irão ficar bem. – O enfermeiro moreno sorriu tranquilizador. Assenti e suspirei aliviado. Mas a culpa era grande dentro de mim. Eu, no fundo, sabia que aquilo era culpa minha. Meus amigos estavam mortos ou sofrendo por causa de mim e do que me envolvi.

Isso tinha que acabar logo, antes que mais gente se ferisse. Eu não aguentaria mais nada.

Mahara Carter POV

Um aperto forte tomou conta do meu peito e eu deixei o pincel cair inconscientemente. Minha sorte é que eu estava sentada, caso contrário haveria caído no chão devido à súbita fraqueza. “Dan” foi o que pensei primeiro. “Andie... Meninos!”. Eu não fazia ideia de porque estava pensando neles, mas sabia que algo sério, grave e importante havia acontecido. Eu precisava descobrir o que era.

Meu primeiro impulso foi ligar a televisão, e lá estava um noticiário interrompendo a programação normal para informar de um grave acidente acontecido em uma rodovia. Era um carro e uma van. O carro havia capotado e explodido, e por pouco a van não tinha sofrido o mesmo destino. O pior... A van era da banda The Hurricane.

Larguei-me no sofá, o ouvindo atentamente ao que a jornalista falava.

– A banda The Hurricane sofreu um acidente grave de automóvel nesta quinta feira a tarde. O carro capotou na rodovia, e explodiu, matando todos os ocupantes na hora. A banda ocupava a van, que por pouco não se envolveu mais gravemente no acidente, sendo atingida pela explosão do carro. Ainda não temos informações sobre o estado dos ocupantes da van. Mais informações hoje, no jornal da noite. Sarah Parker para a BBC notícias.

Desliguei a televisão, e fiquei encarando a tela escurecida sem saber o que fazer. Eu não poderia isita-los por estar afastada, mas precisava saber como eles estão. E no fundo, sabia que não fora acidente algum, fora uma tentativa de homicídio premeditada.

O ódio cresceu dentro do meu peito, juntamente com a preocupação. Aquele Ian Hawking iria sofrer em minhas mãos, ah, se iria.

Ian Hawking POV

Desliguei a televisão, sorrindo satisfeito. O Evans e a Carter entenderiam o recado. Eu tinha ciência que eles e a MI6 não são tão estúpidos a ponto de achar que aquilo realmente fora um acidente. Eu podia ter mandado sabotar a van, em vez do carro dos seguranças, mas não queria que o Evans morresse... Ainda. Eu tenho planos para ele. E obviamente, envolvem a Carter.

Esse jogo estava ficando cada vez mais interessante.

E sinceramente? Esse tipo de jogo é o meu favorito.



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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?



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