Eternal Driver - re:coded memories escrita por SeaVampire


Capítulo 2
Layer 02 : Machinaria (Forbidden Memories)


Notas iniciais do capítulo

Agora o desconhecido se torna familiar....
recomendo que ouçam durante a leitura
Dead by Sunrise (banda)
Tracklist :
-Let Down
-Walking In Circus
-In The Darkness



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Babel acabara de acordar, esfregando o verde de seus olhos lentamente.

Parecia que aquilo que chama de sonho, ou fantasia ainda não havia acabado.

Muito pelo contrario, a sensação era de que estava apenas começando.

Ouvia o som de uma pequena TV vindo da cozinha, provavelmente Anna também acabara de acordar, corava só de pensar na garota que mal acabara de conhecer, olhava pela janela, a mesma neblina, as mesmas luzes azuis mertilo, os mesmos robôs e carros futuristas, e as mesmas trevas da noite “passada”, realmente a TV não mentia, Cyberia era a cidade da noite eterna.

Foi em direção a cozinha, e encontrava Annabel sentada observando a TV com seus braços apoiando sua cabeça como uma criança de faz de conta, vestia uma camisola preta rendada, o que deixara o garoto apreensivo e maravilhado, não com a roupa, mas novamente com a delicadeza da garota. Antes que Babel pronunciasse qualquer palavra, ou simplesmente suspirasse a linda garota de tranças douradas virou-se e como uma verdadeira Alice em seu Pais das Maravilhas disse:

_Ah o menininho dorminhoco acordou?-Dava um sorriso que iluminou toda a escuridão daquela noite e pintou o rosto do garoto de vermelho.

_Boa noite Bel. A garota de ouro sorria novamente.

_Hoje iremos comprar suas roupas novas! Esses seus trapos estão muito dois mil e doze ,alias parecem mais da segunda guerra mundial –A garota dera um pequeno riso escondendo a boca sobre a mão.

_Dois mil e doze? –Murmurou o menino –Então em que anos estamos?

_Estamos em dois mil e sessenta e dois.

Esta simples frase explicara por que de toda aquela tecnologia, mesmo assim, ele tinha impressão de que o ano de dois mil e doze tinha algo relacionado com ele. Mas não imaginava por que da ligação e nem da impressão só sentia que aquela não era sua era.

Quando por um momento olhou para os números tatuados em sua mão, via passar rapidamente imagens confusas de homens vestindo jalecos, com pranchetas, conversando entre si e sua perspectiva era encontrada em um tubo de água azul fluorescente, não conseguia se mover, ali ao redor, várias máquinas e cabos ligados ao suposto tanque quando um dos homens disse:

_Está no penúltimo estágio Dr.Alexander. –Um clarão veio em sua mente e ele viu Anna sobre ele com afeição preocupada, sentia uma forte dor de cabeça, pondo a mão sobre a mesma:

_O que aconteceu? Sinto-me atordoado.

_você simplesmente desmaiou, está tudo bem Bel? –Colocava a mão sobre o rosto do menino aos quais os olhos antes verdes haviam piscado por poucos segundos, mudando para o azul fluorescente e voltado ao verde normal, Anna se espantou:

_Seu olhos!

_O que têm eles?

_Mudaram de cor rapidamente! –O garoto mais confuso do que antes olhava para uma das mãos, levantava. –Vamos, precisamos comprar roupas, certo?

_Tem certeza de que está bem para ir? Podemos ir outra noite se preferir –Disse Anna preocupada com o colega de apartamento.

_Tenho além do que, ficar aqui de repouso não vai responder minhas perguntas –A voz áspera e valente saia de sua boca decidida, assim como a firmeza de seus olhos que confirmavam a decisão.

Os dois pegaram um táxi até o centro da cidade, chegando lá Babel viu a mesma iluminação de neon de intensa que avistara da primeira vez que conheceu Annabel. Muitas pessoas correndo de um lado para o outro, vendedores ambulantes vendendo suas bugigangas elétricas, muitos outdoors recheados de propagandas, típico de um centro comercial, e claro muito robô, centenas e milhares deles por todo canto.

Eles entraram em uma loja de roupas e logo Anna pegou algumas peças mais adequadas a sua era para Babel, peças de couro e látex, cheias de correntes e zíperes, e um par de coturnos novos com calas de metal na ponta dos mesmos, algo bem cibernético misturado com algo que lembrava um personagem de Final Fantasy VII como Cloud Strify, porém muito adequado a cidade.

Agora mais do que antes Babel se parecia com um mangá.

_Nossa! Está um arraso! –Babel corava ao receber elogios.

_Agora vamos comer algo no Yazakaia aqui ao lado! –Apontava para um barzinho de esquina típico japonês.

Entraram no restaurante e sentaram-se no balcão do bar ao lado de um homem tatuado de aparecia punk ou neonazista, sem camisa, estranhamente parecia ter as mesmas tatuagens que Babel.

_Mais uma por minha conta Chass? –Perguntou o barman.

_Não obrigado Billy estou começando a me sentir mal.

Enquanto Anna pedia duas dozes de saquê, Bel reparava nas tatuagens e nos números tatuados nas duas mãos do rapaz.

Começava a sentir as mesmas dores de cabeça que sentiu após ter desmaiado, ameaçando desmaiar novamente, enquanto isso no banheiro do bar Chass apertava as mãos contra a barriga, começando a vomitar e a gemer de dor.

Ambos começando a ter lembranças de sinos tocando, pombas brancas voando e uma mulher de cabelos negros, aparentemente a mesma que Babel tinha visto, segurando um bebê pelo braço e um garoto mais velho de cabelos negros espetados, correndo rapidamente, ouviam-se vários gritos tiros, e automóveis, eles estavam fugindo de militares fardados, os militares acertam a mulher, pegam a criança e entram em um camburão com os dois garotos.

Após essa sucessão de memórias os dois rapazes do bar desmaiam um em seguida do outro com os olhos e veias robóticas florescentes piscando através de seus corpos...


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