— Aonde é que vocês foram? – Perguntou Alvo de braços cruzados assim que abrimos a porta.

— Fomos buscar algo para comermos. – Falou Rose colocando as coisas que pegamos sobre a mesinha, pus as que eu segurava ao lado das dela.

Estavam todos sentados em volta da mesinha de centro discutindo sobre algo, exceto Sirius que estava jogado no sofá quase dormindo de novo.

— E de bônus, descobrimos que Sirius tem um neto! – Comentei. Uma expressão assustada passou pelo rosto dele que ele se levantou do sofá rapidamente.

— Oi? Eu tenho o quê? – Perguntou.

— Qual é o problema, Sirius? Você não morreu, então se casou, teve filhos e teve netos. – Falou Roxanne dando de ombros. Eu estava me divertindo com a cara dele.

— É que... Eu não pretendia ter filhos... Muito menos netos!

— Então o destino te pregou uma peça, Almofadinhas. – Falou Tiago.

— Enfim. – Disse Rose encerrando o assunto. Sirius voltou a se sentar meio atordoado. – Temos coisas mais importantes para resolver no momento.

— Rose tem razão, precisamos pensar onde o vira-tempo pode estar. – Falou Alvo, ao mesmo tempo que assumia uma cara pensativa.

— Lili teve uma ideia. – Disse Rose, então todos olharam para mim esperando que eu dissesse algo.

— Bom... Eu acho que pode estar na casa da Tia Mione. – Falei.

— Faz um pouco de sentido. –Falou Alvo depois de um curto tempo pensando.

— Mas como vamos saber onde ela está morando. – Disse Roxanne. – Porque é quase certo de que ela não mora mais no mesmo lugar.

— Pensamos em procurar se ela tem algum filho em Hogwarts e perguntar. – Falou Rose.

— Isso não deixa as coisas muito mais fáceis. – Falou Tiago. – Tem muito alunos aqui e foi pura sorte termos achado aquele Potter... A propósito, ele deve querer a capa de volta...

— E também temos que contar que não sabemos com quem ela se casou. – falou Escórpio, ignorando o último comentário de Tiago sobre a capa.

— Mas não temos muita opção no momento... – Falei.

— E o que vamos fazer? Sair por aí perguntando “Hey, sua mãe se chama Hermione?” – Perguntou Hugo sarcástico.

— Sua delicadeza me surpreende cada vez mais, Hugo. – Comentou Rose.

— Certo. E você tem algum outro plano brilhante, Hugo? – Perguntou Roxanne, Hugo olhou para baixo meio sem graça.

— É que temos pouco tempo... – Começou Alvo, ele ficou em silêncio por um tempo. – Mas realmente é a única coisa que temos para fazer agora.

— Que tal nos dividir para procurar, então? – Sugeriu Escórpio. Alvo concordou. Rose olhou para Tiago.

— Me dê o mapa do maroto, Tiago. – Ela pediu. Ele tirou um pergaminho do bolso e entregou a ela, que o abriu sobre a mesa e disse as palavras que faziam com que o mapa se revelasse. – Eu e Alvo vamos olhar no lado Norte. – Falou Rose apontando para onde estariam. Em seguida fazendo o mesmo com os outros.- Roxanne e Hugo o lado Sul. Tiago, Sirius e Lili...

— Por que eu tenho que ir com os dois? – Questionei.

— Qual é, Lili, você nos ama! – Falou Tiago dando um sorriso. Rose olhou para ele, depois para mim.

— Porque alguém tem que vigiá-los. – Ela disse ignorando-o.

Coitado do Tiago... Está todo mundo ignorando ele hoje.

— Mas enfim, - Ela continuou. – Vocês vão para a área Oeste e, por fim, Escórpio e Tyler vão para a área Leste. – Ela concluiu apontando no mapa o lugar de cada um. Foi só então que eu senti a falta de alguém.

— Espera... Cadê o Tyler? – Perguntou Escórpio olhando em volta.

Durante todo esse tempo em que estivemos conversando, não percebemos que Tyler não estava aqui. Nós todos olhamos em volta automaticamente, mas ele não estava mesmo na sala precisa. Então nos voltaram para o mapa para procurá-lo.

— Ele não está aqui... – Comentou Alvo depois de um longo tempo.

— Ele tem que estar! – Falei desesperada, me afastando do mapa.

— Mas não está. – Insistiu Rose, todos olhavam para mim.

— Talvez ele esteja por aí, mas não o vimos no mapa... – Arriscou Roxanne trocando um olhar preocupado com Rose.

— Precisamos encontrá-lo! – Exclamei, olhando especificamente para Alvo, cada vez mais desesperada. Ele veio até mim.

— Lilian, ele sumiu! Não vamos encontrá-lo! Temos que focar no vira-tempo. – Ele falou de um jeito muito bravo, o que me assustou. Alvo nunca tinha falado comigo desse jeito antes. – Ele ter sumido só mostra que o nosso tempo está acabando. – Continuou. Olhei para baixo pensativa. Realmente, perder o pouco do tempo que ainda temos indo atrás do Tyler não ia ajudar em nada, mas eu estava sentindo uma súbita vontade de chorar.

— Vamos logo então! – Falou Hugo impaciente, se levantando do chão. – Vamos tentar achar o filho ou filha da minha mãe. E quem sabe não esbarramos com Tyler no caminho?! – A última parte ele disse mais para mim do que para os outros. Não me senti melhor com isso.

— Certo, então Lili vai com Escórpio. – Falou Alvo. – Se alguém descobrir algo mande um avião-mensagem para os outros. Nos encontraremos aqui.

— E quem vai nos vigiar. – Questionou Sirius um pouco irritado.

— Eu te vigio, você me vigia! – Falou Tiago para ele.

— Mas... – Insistiu Sirius.

— Chega, né Almofadinhas? – Falou Tiago lançando um olhar significativo para ele e batendo amigavelmente em seu ombro. – Vamos indo.

Os dois saíram pela porta e logo todos já tinham ido, menos eu e Escórpio

— Está tudo bem, Lili? – Perguntou Escórpio para mim, que ainda estava na mesma posição.

— Tá, tá tudo bem. – Falei me virando para a porta. – Vamos.

Nós dois saímos da Sala Precisa em busca de uma pessoa cuja qual só sabíamos que era filha de Hermione.

Pov’s Sirius Black.

Eu e Tiago saímos da Sala Precisa e começamos a nos dirigir para a ala Oeste do castelo. Eu estava realmente bravo porque a Lilian ia ficar com aquele cara. O tal de Scórpius.

— Almofadinhas. – Chamou Pontas. Eu olhei para ele ainda pensando em Lili. – Você sabe que eu nunca falei nada das meninas que você fica. – Ele falou. Fiz uma cara confusa, não sabia onde é que ele queria chegar com esse papo. – Porque normalmente você ficava com elas por, no máximo, dois dias.

— De onde surgiu esse assunto, Pontas? – Perguntei fingindo não ligar.

— É que... – Ele parecia estar tomando o máximo de cuidado com as palavras que ele escolhia. – Até que estava tudo normal, sabe, você se apaixonou pela primeira vez... Tudo bem, mas... Descobrir que Luna é minha neta e que veio do futuro e tudo mais e... O fato é: você não pode continuar com isso, cara.

— Eu sei que é errado, Pontas, juro que sei. Mas eu não consigo parar de pensar nela... É como você com a Evans. Você não desiste dela des...

— Não, Almofadinhas. – Ele falou me interrompendo. – Não é a mesma coisa. Você e a Luna são de tempos diferentes. Ela tinha a vida dela aqui e você tem a sua lá. Para com esse negócio de ciúmes e de querer levar essa história para frente! Você está destruindo a vida dela e a sua. E de muito mais gente. Ou você desencana disso, ou vamos ser obrigados a apagar a sua memória. Entendeu?!

Confesso que fiquei meio assustado com a maneira como Pontas estava falando comigo. Ele me lembrou, mais uma vez, o Remo quando íamos fazer alguma brincadeira e ele dizia que era errado.

Mas parei para analisar um pouco... Se isso chegou ao ponto de o Pontas me falar alguma coisa, acho que é melhor eu começar a aceitar que eu não posso amar a Lili... E que ela tem que ter a vida dela aqui... E isso me obrigou a fazer a segunda coisa mais dolorosa da minha vida:

— Você tem razão. – Admiti.

— Espera aí... Você está assumindo que eu estou certo e que você está errado? É isso mesmo? – Pontas disse começando a gargalhar.

— Sem causar, por favor, Pontas. – Pedi desanimado. Ele parou de rir.

— Tudo bem cara... É que, eu não podia deixar a oportunidade passar. – Ele deu um tapinha amigo no meu ombro. – Você pode ficar triste, e pode se despedir dela... Mas uma hora ou outra você vai ter que superar. – Eu assenti. Ele parou por um segundo. – Vai parar de me chamar de veado?

— Não... Claro que não... – Falei olhando para ele como se isso fosse a coisa mais absurda de se perguntar. – Olha as ideias...

— Não custava tentar.

Continuamos nosso caminho em busca de alguém que tivesse a mãe com o nome de Hermione, eu acho... Enfim. Tentei ao máximo parar de pensar em Lili... Mas não dava. A vida é tão legal comigo que na primeira vez em que eu me apaixono, me apaixono por alguém que jamais poderei ficar. Acho que isso é um sinal. Deve significar que não devo me apaixonar mais, e que Sirius Black nasceu para ser um homem sem compromissos... Pode ser que funcione. Eu nunca vou conseguir amar outra pessoa de novo mesmo.

Pov’s Lilian Luna.

Eu estava meio chateada com o sumiço de Tyler, afinal, de todos ali, eu era a que era mais amiga dele. Talvez agora ele ainda falasse com o Escórpio, mas mesmo assim... Eu gostava muito dele. Era ele quem sempre me ajudava com Tiago quando ele tinha suas crises de ciúmes, e ele também era sempre muito legal comigo.

— Será que Tyler desapareceu mesmo? Quero dizer, como aconteceu com o seu irmão? – Questionou Escórpio.

— Acredito que sim. – Respondi. – Senão teríamos encontrado ele no mapa. E, além disso, ontem, quando voltávamos do Ministério da Magia, percebi que ele estava perdendo a memória. Mas achei que foi bem mais rápido do que quando aconteceu com Tiago.

— Então isso quer dizer que provavelmente eu seja o próximo.

— Não. – Falei rapidamente. – Vamos conseguir achar o vira-tempo antes que mais alguém suma. – Tentei parecer positiva.

— Só temos que achar o suposto filho da sua tia. – Ele fez uma pausa. – O que não é assim tão fácil.

— Isso era pra fazer eu me sentir melhor? – Perguntei olhando de canto de olho para ele, sorrindo. Ele abriu um sorriso e nós dois demos risadas. Mas antes que ele pudesse falar alguma coisa...

Puf!

Estávamos no meio do pátio, cobertos de bomba de bosta. Ouvi então uma gargalhada muito familiar e irritante...

— Pirraça! – Gritei. O poltergeist apareceu na nossa frente gargalhando. - Onde foi que arrumou isso?

— Não vou te dizer! – Ele saiu voando, passando por nós, enquanto gargalhava.

— E aí, Pirraça? Aproveitou bem o presente... – Falou alguém atrás de nós, como se estivesse muito satisfeito com o que via. Olhei para a pessoa. Como foi que não suspeitei?

— Com certeza, Gary! – Respondeu Pirraça ainda gargalhando e seguindo seu caminho.

— Vejam só se não é a garota estranha que assalta cozinhas. – Falou Gary vindo em nossa direção com ar superior.

— Para a sua informação meu nome é Lilian Po... Parker.

— E seu amigo? – Perguntou apontando para Escórpio.

— Sou Escórpio... Mason.

— Ele também assalta cozinhas? – Ele perguntou rindo da própria piada.

— Não deveria estar em aula? – Perguntei ignorando-o.

— Vocês também deveriam... Por mais que eu nunca tenha visto nenhum dos dois aqui antes... – Foi então que uma ideia repentina surgiu na minha cabeça, tínhamos a solução bem na nossa frente.

— Hey, Gary – Comecei tentando parecer o mais gentil possível.

— Sim? – Ele perguntou levantando uma sobrancelha e com um meio sorriso, como se esperasse alguma coisa a mais. Ele lembrava muito o Sirius. Era lindo e tinha o mesmo sorriso...

— Você conhece alguém que seja filho de uma mulher que se chama Hermione Weasley? – Perguntei, ele ficou meio pensativo.

— Tem uma garota, ela é filha de uma Hermione, mas não é Weasley...

— É Granger? –Arrisquei.

— Não... Acho que é Malfoy. Hermione Malfoy.

Eu e Escórpio nos entreolhamos. Talvez fosse só coincidência.

— Como se chama o pai da garota? – Perguntou Escórpio, tirando as palavras da minha boca. Eu estava com medo de ouvir a resposta.

Gary nos analisou como quem suspeitava que estávamos aprontando alguma. Os olhos meio fechados, desconfiado. Mas por fim falou:

— Acho que se chama Draco. Se não me engano é sim, Draco Malfoy.