[Melinda]

Depois que Evee foi embora fui tomar um banho. Vesti-me e desci para preparar algo pra eu comer.

A TV estava ligada em um canal qualquer, o qual eu não prestava atenção fiquei pensando em tudo o que Evee havia me contado, era tão bom poder revê-la e, essa sua temporada na Alemanha poderá lhe fazer bem e, também, será ótimo para ela concertar algumas coisas do passado, incluindo Tom, quando ela foi embora os dois saíram muito magoados dessa história, já estava na hora de se acertarem.

A campainha tocou fazendo-me esquecer meus pensamentos e ir atender.

– Oi meu amor. Disse dando-lhe um beijo.

– Oi. Bill sorria lindamente.

– Tenho algo para lhe contar, vai amar. Disse puxando-lhe até o sofá.

– Vai me dizer que Evee voltou, acertei?

– Como sabe? Falei encarando-o.

– A vi saindo daqui, já nos falamos e ela até já foi lá em casa.

– E Tom? Os dois já se encontraram?

– Já, inclusive está na casa dela nesse momento.

– Os dois devem estar se matando agora...

– Ou não. Bill sorriu maliciosamente.

– Espero que se entendam pelo menos.

– Não tenho tanta certeza que isso acontecerá.

– Por quê?

– Quando ela viu Tom lá em casa saiu correndo desesperadamente.

– Evelyn não muda mesmo. Suspirei.

– Mas mudando o assunto, não contou a ela sobre nós?

– Não tive coragem. Tenho medo da reação dela.

– Evee não tem mais 13 anos, pode ter mudado.

– Não sei, sempre foi possessiva com os amigos, duvido que isso tenha mudado.

– Uma hora vamos ter que contar.

– Combinamos de sair amanha, vou aproveitar e contar tudo a ela.

Bill e eu ficamos conversando o restante da tarde. Depois ele foi embora e eu fui preparar meu jantar.

Estava com medo de contar a Evelyn sobre meu namoro com Bill. Ele sempre foi seu melhor amigo e ela muito possessiva, lembro de uma vez que ela brigou com uma garota só porque viu Bill conversando com ela e, também teve uma vez que ficamos dois dias brigadas por que eu disse que namoraria com Bill. Ela tinha ele como um irmão e, depois que conheceu Tom ela ficou menos possessiva, mas mesmo assim tinha muito ciúme do amigo.

[Evelyn]

Depois do que aconteceu, para tentar me distrair e ocupar a cabeça com outras coisas fui terminar de arrumar alguns objetos de decoração que havia trazido de Tóquio, até me deparar com uma caixa de fotos. Fiquei olhando-as recordando os momentos que elas me lembravam. Selecionei algumas para por nos porta retratos, quando o som da campainha ecoou pela enorme sala. Imediatamente meu coração disparou achando que fosse ele novamente.

– Bill? – Disse surpresa. – Aconteceu alguma coisa?

– Não. – Ele sorriu. – Nem nos falamos direito mais cedo.

– Pois é. Dei passagem para que ele entrasse.

– O que está fazendo? Perguntou curioso vendo as milhares de fotos espalhadas pelo sofá.

– Estava arrumando algumas coisas, aí achei essas fotos.

– Nossa. – Ele pegou uma foto. – Esse sou eu? Ria de sua aparência na foto.

– Naquele dia do passeio da escola em que caímos dentro daquele negócio de lama. Ri.

– Nem me lembre desse dia. – Sorriu. – E essa? Pegou a foto de nós dois.

– No seu primeiro dia de aula. Sabe nem sei o que teria sido de mim se você não tivesse ido morar em Los Angeles, acho que seria a pessoa mais sozinha.

– Às vezes eu me perguntava se Tom e eu não tivéssemos brigado e meus avós não tivessem me mandado pra Los Angeles morar com minha mãe se nós teríamos nos conhecido.

– Não sei. Mas foi bom que brigaram. Sorri.

– Que ironia graças a uma briga de irmãos eu fui obrigado a ir pra L.A acabei te conhecendo e, viramos amigos.

– Pois é, lembro como se fosse hoje, eu estava arrasada por que os pais de Mel tinham mudado ela de escola aí eu não teria nenhum amigo, ela foi embora num dia e no outro você chegou. Todos comentavam que você era esquisito e tal, mas quando te vi eu gostei de ti aí eu fui falar com você. – Ri lembrando esse dia. – Desde então nos tornamos amigos e, como não tinha irmãos eu me apeguei muito com você, não queria te dividir com ninguém, você era meu, só meu. Rimos.

– Sabe eu nunca tinha ficado longe do Tom e como também não tinha amigos lá você preencheu a falta que eu sentia dele, lembra que nós nos brigávamos com quem dissesse que não éramos irmãos?

– Sim, eu lembro.

– Mas aí quando Tom foi morar comigo e com dona Simone lá em Los Angeles você me deixou de lado pra ficar com ele.

– Isso não é verdade. - Dei um leve tapa em seu braço. – Eu apenas passava mais tempo com ele.

– Você me trocou sim. Ele fez bico.

– Eu não te troquei, mas mudando de assunto, tem uma coisa que eu sempre quis perguntar pra você, mas nunca tive coragem sei lá...

– O quê? Ele me olhou curioso?

– Você vivia falando do Tom e tal e, quando ele foi morar em L.A você nunca me apresentou ele, por quê?

– Ah Evee eu tinha ciúmes de você, sabe eu te via como minha irmã mais nova e Tom sempre foi um galinha eu sabia que se vocês se conhecessem ele não iria resistir a uma garota tão bonita e inocente lógico que ele tentaria te conquistar e, eu tinha medo que sofresse, mas não adiantou o destino cuidou para que vocês se conhecessem e, no fim não adiantou nada eu tentar te proteger você foi embora e me deixou lá, eu sofri muito sem você.

– Sinto muito. – Suspirei. – Eu não queria ter deixado você e, nem a Mel lá, mas foi preciso eu queria realizar meu sonho e também não aguentaria ficar lá brigada com Tom, fiz o que achei que seria melhor.

– Eu te entendo. Mas então Tom disse que ia vim aqui e, depois que saiu não o vi mais. Vocês conversaram? Se entenderam?

– Não, não temos mais concerto Bill. Quando eu vim pra cá, realmente não queria encontrar com ele, achei que talvez ainda estivessem morando em Los Angeles, estou confusa não sei de mais nada.

– Ohh minha pequena está confusa. Ele me abraçou.

– Biiill! Eu não tenho mais 13 anos para me tratar assim. Odiava quando me tratavam como criança.

– Mas ainda continua pequena. Ele gargalhou.

– Seu bobo. Dei-lhe um soco no braço.

– Sabe o que é bom pra isso?

– O quê?

– Brigadeiro.

– Você quer me ver que nem uma baleia né? Sempre foi assim eu tirava uma nota baixa, ou estava triste você fazia brigadeiro e dizia que era bom que iria me fazer sentir bem.

– Para de drama Evee e vem me ajudar a fazer. Ele me puxou até a cozinha.

Bill tinha razão brigadeiro sempre me fazia sentir bem, mas não qualquer brigadeiro e, sim aquele que o Bill prepara, que só ele sabe fazer.

Depois do brigadeiro pronto assistimos a um filme. Era bom ter meu “irmãzinho” de volta. Bill sabia como me fazer sentir bem quando algo me magoava ou fazia-me sentir triste.