Senzafine escrita por Lílly


Capítulo 2
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Hallo
Novo capítulo õ/
Pra Sophia pira hihi '
Espero que gostem..



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Hoje completam exatamente dois dias que estou aqui, havia tido tempo suficiente para descansar da longa viagem e me organizar em minha “nova” moradia. Era bom estar aqui novamente, nessa casa passei toda minha infância, é triste ver que está vazio e não mais cheia de gente como antigamente, mas mesmo assim era bom estar ali.

Levantei por volta das oito e meia, me arrumei, comi alguma coisa e fui procurar um médico.

Depois de minha consulta, que não demorou muito, fui até a casa de Melinda, que segundo ela quando me disse que havia se mudado para cá a casa ficava a uma quadra da minha.

Para ela seria uma surpresa me ver aqui já que pensa que eu estou em Tóquio. Fui vagarosamente até lá, já que estava a pé e só no dia seguinte iria até uma concessionária comprar um carro.

Apesar de todos esses anos que nunca mais vim para cá, muitas coisas haviam mudado, mas outras ainda eram exatamente do jeito de quando morava aqui.

Naquele bairro existiam muitas mansões bonitas, eram todas meio iguais, seria difícil achar a de Melinda. Andei mais um pouco e avistei uma no final da rua era uma das poucas diferentes ali, num tom roxo fraco, não pensei duas vezes e toquei a campainha. Melinda era fanática pela cor roxa, e seu sonho era ter uma mansão roxa em um bairro nobre de Magdeburg, parece que ele se realizou.

Não demorou muito e a enorme porta branca se abriu revelando Melinda que continuava a mesma desde a última vez que nos vimos. Não era baixa, nem alta, olhos castanho escuro, cabelos da mesma cor, pele branca, e seu corpo era bem definido.

– Oi Mel. Sorri segurando a enorme vontade de abraçá-la.

– Te conheço? Ela fez cara de interrogação.

– Eu sei que mudei bastante, mas estou tão irreconhecível assim? Perguntei.

– Não! Evee? Sua cara era de espanto misturado com felicidade.

– Pois é... Fui interrompida por ela me abraçando fortemente.

– Não acredito, está aqui, você está aqui. Ela me tocava como se fosse assombração.

– Chega de piti Mel, sou eu e não um espírito. Ri

– Não da pra acreditar que esteja aqui, venha entre. – Ela me puxou para dentro fechando a porta. – Finalmente resolveu tirar férias e veio me visitar. Sentamos no enorme sofá da sala.

– Não estou de férias. Meu sorriso se desfez ao lembrar que estava afastada de meu trabalho.

– Como não?

– Fui afastada de meu serviço, vim me tratar aqui na Alemanha.

– Tratar? Está doente? O que você tem? Ela dizia um tanto nervosa.

– Calma Mel, não é nada muito grave, só preciso de um tempo para me recuperar e então poder voltar ao trabalho.

Ficamos conversando por horas, depois do almoço continuamos a conversar. Contamos tudo uma a outra, era tão bom ter minha amiga, irmã de volta.

Já era mais ou menos umas três da tarde e eu tinha que ir para casa, ainda faltava algumas coisas para eu ajeitar.

Despedimos-nos então saí.

Antes mesmo de chegar à calçada vi alguém muito familiar, saindo de um carro do outro lado da rua. Mesmo de longe o reconheci, era Bill, e se ele estava ali Tom também estava ai que droga tudo o que eu menos queria era reencontrá-lo, tenho medo das feridas do passado abrirem-se novamente.

Mesmo morrendo de vontade de correr e abraçá-lo, dizer que tenho muita saudade, afinal ele sempre foi meu grande amigo, torcia para que não me visse, mas foi inútil. Pensei na possibilidade dele não me reconhecer já que Mel não reconheceu.

Andava mais vagarosa que qualquer coisa e ele estava lá intacto, olhando pra mim, derrepente deu a volta no carro e veio ao meu encontro sorrindo.

Droga me reconheceu. Pensei.

Não tinha escapatória, sorri e fui em sua direção.

– Evee? Ele disse atravessando a rua.

– Oiii Bill. Corri para abraçá-lo, agora era esperar pra ver no que dava.

– Nossa, eu morri de saudades pequena. Ele me abraçava quase me erguendo do chão, era triste ser baixinha.

– Também, estava morrendo de saudades.

– Você mudou muito quase não te reconheci. – Ele me girou. – Está mais bonita ainda. Ele riu.

– Obrigada. Sorri timidamente.

– Minha mãe que ia adorar rever a aluna preferida dela.

– Estou com tantas saudades dela, ainda continua em Los Angeles?

– Não ela se mudou comigo e com Tom pra cá há alguns anos. Se te encontrasse mais cedo podia ver ela, ah talvez não tenha ido embora. Venha. – Ele pegou minha mão e me puxou para a casa em frente. – Acho que ela ainda está aqui.

– Pra onde vamos? Perguntei curiosa.

– Até minha casa.

– Esperai. – Soltei sua mão. – Você não mora do outro lado da cidade?

– Morava, somente nossa mãe continua lá, Tom e eu moramos aqui agora.

Será que ele está em casa? Pensei. Tomara que não.

– Deixa pra outro dia Bill eu preciso ir. Disse voltando para a direção da rua.

– Não Evee, é raro dona Simone vim aqui, venha.

– Não Bill! Eu não posso. Ele me olhou.

– Está com medo de encontrar Tom?

– Não estou preparada pra rever ele.

– Tudo bem, ele está na loja trabalhando.

Quando Bill me disse aquilo senti um alívio, eu queria tanto rever Simone, ela foi minha professora de geografia, em Los Angeles, minha disciplina favorita.

– Ta. – Disse por fim. – Melhor assim.

Ele abriu a porta, então entramos.

Ele me guiou até a sala.

– Vou ver se ela está na cozinha. – Ele fez sinal para eu sentar. – TOM? – Ele se surpreendeu com o ser que vinha descendo as escadas. – O que está fazendo em casa?

Quando o vi levantei rapidamente e fiquei o encarando, não havia mudado nada.

Mas e agora o que aconteceria? Meu coração disparou, parecia que sairia pela boca.


"Era mais uma aula chata de educação física que eu tanto odiava. Jogávamos vôlei, meus colegas estavam animados, mas eu não via a hora daquilo acabar pra poder sair desse ginásio maldito e ir para casa.

– Evelyn é sua vez. Dizia Mary, uma de minhas colegas, me entregando a bola.

Fui em direção ao lugar do saque.

Fiquei quicando a bola, e por um momento meu olhar percorreu a arquibancada onde estava um garoto que me chamou a atenção. Assim que olhei em seus olhos, ele desviou o olhar para outro lugar, senti algo estranho, mas ao mesmo tempo era algo bom que me fez sorrir feito uma boba. O som do apito ensurdecedor do meu professor me tirou de meus pensamentos me fazendo voltar à atenção ao jogo."


A lembrança do dia em que o vi pela primeira vez me veio em mente, enquanto ficava paralisada vendo-o me encarar do outro lado da sala.


" – Não pode simplesmente dizer que vai embora e me deixar aqui como se nada tivesse acontecido.

– É meu sonho Tom, por favor, entenda.

– Não posso, nós temos uma história, uma vida.. Vai me abandonar pra tentar realizar seu sonho estúpido.

– Não é um sonho estúpido Tom, eu sempre quis isso, não estou te abandonando, só peço que me espere.

– ESPERAR? – Ele gritou. – ACHA QUE EU VOU ESPERAR? QUER IR ENTÃO VÁ, MAS NÃO ME PESSA PRA ESPERAR, POR QUE EU NÃO VOU.

– Está pedindo pra mim escolher entre meu sonho e você? As lágrimas rolavam descontroladamente por meu rosto.

– Se sair por aquela porta pode ter certeza que eu nunca mais quero te ver. Uma lágrima escorreu.

– Não seja egoísta Tom. Você também tem seus sonhos, é só por um tempo, por favor.

– Já disse, pode ir, mas não volte, pois será inútil.

Juntei todas as forças que ainda restavam, e mesmo com o coração estraçalhado disse:

– Então esse é o fim.

A porta se fechou. "


E em seguida a lembrança do dia em que terminamos veio nitidamente em minha mente.

Nada conseguia falar, nem se quer me mover, segundos pareciam horas e o silêncio tomava conta da enorme sala.



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Notas finais do capítulo

Reviews?
Gente que lê e não deixa review, por favor, não custa nada comentar, só basta dizer: "gostei" ou "não gostei".. vamos lá me deixem feliz comentem..
Até mais ;*