“Querida irmã,

Não poderei comparecer ao seu aniversário, me desculpe, eu estarei em outro lugar quando acontecer, mas não se preocupe, eu serei bem acolhida, isso eu posso garantir a você.

Infelizmente, a vida é realmente imprevisível, como havíamos conversado várias e várias vezes, sentadas na varanda do seu rancho. Sabe que eu sentirei falta dessa varanda? Mais do que sentirei a sua falta!

Eu sei, sou uma péssima mentirosa!

Costumávamos passar horas e horas, proseando sobre os mistérios da vida, fazendo promessas inquebráveis… acho que quebrei várias delas agora, não é mesmo? Não se pergunte o porquê disso estar acontecendo, nem se culpe pelas vezes em que não pode comparecer a algum evento. Esses sentimentos nos confundem demais, principalmente quando diante da verdade, que está bem na sua frente:

Você foi a melhor irmã que eu pude ter, mas por favor, não conte isso às minhas amigas de NY, porque elas ficariam possessas de ficar de fora de uma qualidade que só poderia pertencer à você.

Obrigada pelas histórias que inventava quando éramos crianças. Obrigada por bater em Kassandra Trinitty quando ela caçoou de mim na feira, sempre soube que você seria mais durona que eu. Obrigada pelos almoços maravilhosos, seguidos daquela dose da sua cachaça preferida, que ficava escondida na despensa, acho que você vai precisar encontrar uma nova parceira.

Sei que estive distante nos últimos meses, mas eu não queria que você me visse naquele estado, mas quando você apareceu no meu quarto, me arrependi de não ter te contado, de não ter te chamado… juro que esse será meu último agradecimento, obrigada pelas risadas nos últimos dias, eles certamente fizeram diferença.

Eu nunca tive grandes riquezas na vida, que não fossem essas memórias que faço questão de guardar, bem guardadinho, mas a minha livraria é um dos meus bens mais preciosos, você sabe bem o ciúmes que eu tenho dela né? E irmã, eu não consigo pensar em ninguém melhor que você para ficar com ela! Porque eu sei que você não irá destruir aquele lugar… você vai cuidar bem de mim, assim como fez durante todo esse tempo.

Minha gratidão à você é inestimável.

Eu te amo até o infinito!

Abigail

P.S.: Claro que o apartamento também é seu! Faça bom uso dele, talvez ganhar um dinheirinho extra? Não seria ruim, né?”

Maria estava banhada em lágrimas, num misto de tristeza e alegria, pois só Abigail para escrever uma carta dessas. Ela estava na sala de sua casa, seu João a abraçava, acariciando seu ombro, enquanto Meredith, Allice, Elisa, Louis, Dylan e Susanna estavam espalhados pela sala, igualmente emocionados.

— A tia Abigail morreu? - Dylan questionou, mais para si, que para os outros. Por ser mais velho, teve muito mais tempo para conviver com a irmã de Maria, antes que ela se mudasse para Nova Iorque. O rapaz estava visivelmente abalado, afinal, Abigail quem havia ensinado praticamente tudo a ele.

Um breve silêncio se seguiu, antes de Elisa se levantar e ir em direção a senhora, deu-lhe um abraço apertado antes de falar:

— Eu sinto muito, Maria! De verdade, mas pelo que entendi… agora a senhora é dona de uma livraria e um apartamento em Nova Iorque, precisa começar a pensar no que vai fazer com isso.

— Você pode alugar o apartamento… - João começou a divagar — Mas precisaríamos encontrar um modo de manter a livraria…

— Com o dinheiro do aluguel, pode ser que dê para pagar alguém que cuide do lugar… - Susanna sugeriu.

Todos começaram a palpitar sobre o que deveria ser feito com os bens que Maria acabara de ganhar, mas ela estava absorta àquilo tudo.

— Não! - disse baixo o suficiente para que fosse ouvida. — João, meu amor, estamos velhos demais para administrar tudo isso.

— Eu sei, meu amor, mas o que podemos fazer? Não estamos com muitas opções e sei que vender não é uma delas.

— Nunca! - Maria disse firme, então olhou para Allice e Meredith, e soube a resposta para tudo. — Meninas! Minhas meninas! - abriu os braços chamando-as. Todos, agora, prestavam atenção ao que se seguiria. — Como é para vocês cuidar do antiquário?

As amigas, sentadas ao lado de Maria, se entreolharam, confusas.

— É… bom! - Allice ousou dizer.

— Mas vocês acham que é um trabalho complicado? - Maria continuou.

— Dona Maria, onde a senhora quer chegar? - Louis perguntou.

Os olhares estavam atentos à ela, que respirou fundo, como se estivesse prevendo o caos que se instalaria em alguns segundos.

— O que eu quero dizer é: - mais uma respirada funda. — Allice e Meredith vocês querem tomar conta da livraria para mim? 

Durante dois segundos, dois pequeninos segundos, Allice e Meredith se olharam e uma conversa que não necessitava palavras, sorriram e sabiam exatamente a resposta para aquela pergunta.

— De jeito nenhum!!! - esbravejou Susanna, se levantando do sofá.

— Dona Maria, eu sei que o momento é delicado, mas a senhora perdeu a cabeça! - Elisa concordou prontamente.

— Ah! - Maria jogou as mãos para o nada. — Me poupem vocês duas! Estou perfeitamente sã! Eu estou velha, não doida!

Todos olhavam atônitos para Maria diante de sua reação. Sua expressão era um misto de raiva e chateação.

— As meninas não podem cuidar de uma livraria em Nova Iorque! - Elisa defendeu seu ponto de vista.

— Mas amor, elas cuidam do antiquário há uns anos… - Louis comentou.

O que se seguiu foi um silêncio cheio de inquietude, por parte das meninas que queria ir para Nova Iorque, das suas mães que não queriam deixar, de dona Maria que tinha fumaça saindo das orelhas de tanto pensar.

— Vocês estão assim porque elas não conseguem cuidar de uma livraria ou porque vocês não querem que elas se mudem para Nova Iorque? - a pergunta de Maria foi certeira para as duas mães que se entreolharam buscando respostas.

— Elas têm o antiquário… - Susanna começou.

— Tem a faculdade… - continuou Elisa.

— Mãe, nossa colação de grau é em dois meses! - Meredith respondeu.

— E está mais do que na hora de vocês cuidarem do negócio de vocês e deixar as meninas cuidarem do negócio delas! Está decidido. Em três meses vocês partem para Nova Iorque! - Maria bateu no braço do sofá, como se sua decisão fosse a final e não pudesse ser questionada.

Gritos estridentes se seguiram, com abraços e planos! Muitos planos. Allice e Meredith acordaram de pagar o aluguel do apartamento a Maria, até elas terem o suficiente para o próprio apartamento, mas Maria era teimosa, dizia “desde quando minhas filhas pagam aluguel na própria casa?”, mas Elisa e Susanna concordaram e aprovaram a atitude das filhas. Aos poucos elas começaram a se acostumar com a ideia, principalmente depois que Allice disse sobre passarem as férias lá e ir em espetáculos da Broadway.

Até que não seria uma má ideia!

Meredith e Allice decidiram fazer uma surpresa para os seus namorados e contariam a novidade na festa de colação.

…

Faltavam algumas horas para a colação de grau de Meredith e Allice, que estava inquietas enquanto começavam a se arrumar. Todas as mulheres resolveram se arrumar juntas, na casa de Susanna, assim poderiam expressar toda a ansiedade sem que perguntassem.

Uma vídeo chamada deu uma pausa nos preparativos.

— Se não são as mais novas formandas dos Estados Unidos da América! - Harry dividia a tela com Zayn, enquanto Med corria escada acima, para dividir a tela do celular com a amiga.

— Cadê a minha formanda? - Zayn perguntou.

— Estou aqui! Estou aqui! - Med estava recuperando o ar.

— Estou com saudades! Me diz que vocês já estão a caminho, por favor! - All disse um pouco ansiosa.

Os rapazes se olharam e deram um sorriso amarelo.

— Oh Oh! - Med murmurou. — Isso não é bom.

— Desculpa amor! - Zayn disse coçando atrás da cabeça.

— Tivemos uma reunião de última hora, o único vôo disponível é para amanhã de manhã! - Harry explicou.

— Ah! - Allice suspirou. — Vou pedir pro meu pai gravar pra vocês, então.

Poucos minutos de conversa depois, a chamada terminou. As amigas estavam triste por não terem os namorados para a comemoração! A presença deles já era algo garantido desde que o relacionamento veio ao público. A diretora da universidade tinha até feito um reservado para que eles não fossem incomodados.

— Eles não vão vir né? - Susanna disse ao entrar no quarto e se deparar com a filha e a amiga, com caras tristes e um celular na mão.

— Não. Tiveram algo de última hora… só amanhã… - Meredith não se deu ao trabalho de terminar a frase.

— Bom sabíamos que isso aconteceria a partir do momento que vocês começaram a namorar, certo?! - Susanna questionou e as meninas responderam que sim. — Pois bem! Hoje o dia e a noite é de vocês. Sei que a presença deles é importante também, mas qual é! Vocês estão se formando! Não é todo dia que minha filha se forma na faculdade!

— Eu concordo com você! - Elisa entrou no quarto com margaritas e petiscos. — Não é todo dia que eu posso beber com a minha filha sem meu marido e meu filho me perturbando! - Elisa piscou. — Vamos, vamos, vamos! Um brinde a nós, mulheres donas do seu próprio negócio!

Foi uma tarde muito divertida, com menos margaritas do que elas queriam, afinal, como Allice disse à mãe “eu preciso entrar plena e sem cair”, essa foi uma afirmação que Meredith concordou, quando terminaram a segunda rodadas.

Ao sair pela porta, Louis e Dylan as esperavam em frente ao carro e quando as viram, ficaram boquiabertos, principalmente por elas terem feito questão de fazer poses a la Angels da Victoria Secrets. Elisa e Susanna vestiam modelos semelhantes, mídi , decote quadrado, mangas médias , as diferenças eram sucintas, nas cores, um era magenta e o outro verde mar. Allice estava com um modelo curtinho, solto de alcinhas, prateado com as costas nuas, parecia a verdadeira Kardashian perdida. E Meredith, que usava um modelo azul marinho, longo esvoaçante, decote em V, de alças com um fenda.

— Vocês estão prontas para filmar um Sex and The City! - Louis comentou.

— Então vamos! Pois há anos eu não uso saltos altos e meus pés já estão me matando! - Susanna disse, já entrando no carro.

A cerimônia foi cheia de lágrimas, como previsto pelas quatro mulheres que se preveniram com rímel a prova d’água, do início ao fim, as emoções estavam a flor da pele.

— FORMADAS! - Allice e Med gritaram juntas ao se encontrarem depois da cerimônia. As duas se abraçaram forte, com o desejo que havia se concretizado, com a vontade de que os namorados estivesse agora para receber esse abraço.

— Meninas! Meninas, aqui! - Louis gritava.

Mais abraços foram dados, muitas fotos foram tiradas. Conversas picadas com amigos encontrados em meio a multidão. Mais abraços, mais fotos. A ida até o carro foi longa e demorada, havia pessoas demais no caminho e James que surgiu do nada, com um abraço de urso para dar nas meninas.

— E aí meninas? Qual é a sensação de estar formada? - ele perguntou com um belo sorriso no rosto.

— Ah! É libertador! - Allice respondeu.

— Sonho realizado! Mas essa não é a melhor parte! - Med olhou sugestivamente para a amiga.

— Vamos nos mudar pra Nova Iorque! - Allice não aguentou e falou!

— É sério? Poxa, que demais! Se precisarem de ajuda, me avisem, vocês sabem que eu me mudei para lá há um mês né! Podem me chamar. - James reafirmou. — Agora eu vou ali, tirar mais umas fotos. Bom ver vocês!

Em segundo, James sumiu em meio a multidão. Meredith olhou para a amiga e imitou, sem dizer uma palavra, James quando disse que as ajudaria com a mudança. Allice apenas rolou os olhos e retomou a ida ao carro. Dylan misteriosamente havia sumido, assim não seria necessário pedir um uber, a irmã havia achado muito estranho, mas segundo seus pais, ele havia encontrado uma moça muito bonita e saiu com ela.

— Poxa vida! Mas hoje é a minha colação de grau… Já não tenho meu namorado, agora não tenho mais meu irmão! - Allice reclamou no banco de trás.

— Mas você tem a nós! - Susanna disse. — E eu acho que nós damos conta do recado! Aliás, quando vão começar as margaritas? - ela sorriu, fazendo as amigas se lembrarem da tarde que tiveram com as mães.

— Logo teremos, Susanna! - Elisa respondeu.

O trajeto de volta para a casa estava um pouco diferente do normal e logo as meninas perceberam isso. As duas se entreolharam e silenciosamente se perguntaram onde os pais as levariam e porque eles estavam fingindo normalidade. Como se ouvissem os pensamentos das duas, Louis e as mulheres começaram a falar:

— Como vocês não vão para o baile de formatura e em um mês vão se mudar… - o pai de Allice começou.

— Nós resolvemos fazer a nossa própria festinha! - Susanna completou.

—  E claro, muita margarita, porque só assim pra eu curtir a ida da minha filha à Nova Iorque! - Elisa disse, fingindo um brinde, mas depois disse que era brincadeira. Entretanto, Allice sabia que no fundo, a mãe estava triste pela sua partida.

O caminho aos poucos foi ficando familiar, mas ainda assim não havia indícios de um lugar específico para uma festa. Logo, então, houve uma familiaridade. As árvores, as placas, o caminho… a praia!

— Eu não acredito! - Meredith esbravejou. 

— Nossa comemoração vai ser na praia! - Allice deu um grito fino ao final.

De longe já dava pra ver tochas, formando uma entrada, e pisca-pisca ligando uns aos outros, indicando o caminho. Havia apenas uma enorme tenda com algumas pessoas já curtindo o início da festa.

Logo que o carro parou, as meninas se apressaram para sair e encontrar com aqueles que já estavam lá. De longe viram que Dylan estava lá, mas estava desacompanhado, e logo na entrada tiveram a surpresa de encontrar seus namorados com sorrisos extremamente orgulhosos.

— Vocês vieram! - Allice suspirou já emocionada. Abraçou Harry com uma força descomunal, parecia que não o via há um ano, deu-lhe um beijo e logo abanou na região dos olhos para não borrar a maquiagem.

— Quando vocês chegaram? - Meredith perguntou abraçando e olhando para Zayn a cada cinco segundos, só para ter certeza que era ele mesmo ali.

Os rapazes logo explicaram que assistiram toda a cerimônia, mas escondidos, não queriam causar tumulto e mesmo que tivessem um reservado para eles, a noite era delas e eles não queriam tirar isso. Dylan foi quem mais ajudou na chegada e saída do local da cerimônia e na chegada à praia. Assim que foi mencionado, como se soubesse que seu nome já estava “na boca do povo”, Dylan apareceu, com os braços ao redor de Zayn e Harry.

— E aí maninha, arrasei ou não arrasei no meu presente de colação pra você? - ele disse, se gabando.

— Você só está fazendo isso porque vai se mudar para o meu quarto! - Allice disse.

— E, tecnicamente, a ideia foi nossa… - Zayn respondeu.

— Que belo cunhado você tem, em Harry! - Meredith caçoou.

— Bom! Seu quarto ainda vai ser meu e antes do previsto graças a Nova Iorque! 

Harry olhou com dúvidas para Allice, que logo respondeu:

— A irmã mais velha da dona Maria faleceu há um mês, mais ou menos, e deixou para ela uma livraria e um apartamento em Nova Iorque, mas como ela mesma disse: não existe a menor possibilidade dela cuidar disso, estando aqui em Albany! Ela teve a brilhante ideia de “dar” a livraria para nós cuidarmos. Nós mudamos daqui um mês!! - Meredith deu um gritinho ao final da explicação da amiga.

— Uau! - Zayn balbuciou. — Isso é ótimo, mas…

— Mas? - Med o olhou com dúvida.

— Nós estaremos na Europa mês que vem, não sei se conseguiremos vir visitar vocês ou ajudar com a mudança. - Harry disse triste.

— Ah! Isso não é problema! - Med começou. — Teremos muita ajudar, não é mesmo Allice? - Meredith olhou sugestivamente para Allice, que olhou feio para amiga. Harry logo a olhou, como se dissesse “Como assim?”.

— Sim, Dylan! Né Dylan? Até porque você prometeu pra mamãe que ajudaria! - Allice desviou.

Para encerrar de vez o assunto, Allice puxou a mão de Harry e foi entrando na tenda, cumprimentando as pessoas que estavam lá e pegando uma margarita para continuar o que havia começado no início da tarde.

Aquela seria uma noite de celebração. Um novo e importante passo seria dado por Meredith e Allice. Um novo caminho está apenas começando.

…

— Opa! Posso ajudar com essa caixa?

— Você veio aqui foi pra isso, né, James? - Allice respondeu rindo.

— Essa foi uma das razões, a outra foi pra te perturbar um pouquinho mais! - o rapaz respondeu subindo as escadas com uma das caixas na mão.

— James, nós sabemos que você não aguentou de saudades! - Meredith ironizou, mas fez a amiga ruborizar junto com James.

— Eu… erh… vou buscar as outras caixas. - James gaguejou e logo desceu.

— Você e sua língua nervosa! - Allice brigou.

— Eu disse alguma mentira? - Med respondeu, já rindo da amiga que ruborizava novamente.

O celular de Meredith cortou a conversa. Zayn e Harry estavam ligando por vídeo chamada.

— E aí meu amor? Tá tudo tranquilo com a mudança? - ele logo perguntou.

— Está sim! Estão todos aqui nos ajudando! - Meredith respondeu. — Vocês precisam vir logo nos visitar e conhecer nossa nova casinha.

— Esse apartamento é tão lindo e tão grande que cabe a banda inteira aqui! - Allice disse, analisando o local.

— Então vamos avisar os meninos e começar a nos programar pra uma visita! - Harry disse sorrindo.

Enquanto os casais conversavam, era possível ver todos entrando e saindo, inclusive James, que foi notado por Harry.

— Vocês chamaram o James pra ajudar na mudança? - ele perguntou, com uma tentativa de disfarçar a pequena onda de ciúmes.

— Ah! Oi rapazes! - James disse assim que guardou uma caixa na cozinha. — Achei que um par de mãos a mais irá ajudar, mais do que atrapalhar.

— Que bom que você tá ajudando as meninas! - Zayn quebrou o pequeno silêncio que durou dois segundos, mas que pareceu uma eternidade.

— A gente sempre arruma tempo pra ajudar velhos amigos, né! - James respondeu, abraçando as duas. — Bom, deixa eu continuar, porque essas duas trouxeram a Califórnia inteira no caminhão de mudanças. Bom ver vocês! Apareçam logo por aqui! 

Assim que saiu, quase aconteceu o início de uma DR, mas Meredith foi rápida e sábia ao mudar de assunto e falar sobre o tempo que teriam na próxima visita dos meninos. Os ânimos foram acalmados até segunda ordem.

— Não acredito que Harry está com ciúmes do James! - All disse para Med. As duas estavam guardando os utensílios da cozinha.

— Sabe que nem eu acredito! Como que ele pode ter ciúmes de James? Um homem bronzeado, com aquele cabelo caramelo queimado, com cara de surfista e físico impecável, que já foi seu namorado… realmente, difícil de acreditar que ele teve ciúmes! - Meredith respondeu e as duas caíram na risada.

— Ele foi só um romance de verão! E nem é lá essas coisas… - Allice se defendeu.

— Cospe no prato! Eu gosto é quando você cospe no prato! - Med continuou a caçoar da amiga.

Entre caixas que subiam e desciam, a mudança foi terminar ao anoitecer, graças à James e uns amigos que apareceram ao final, para que os pais das meninas pudessem pegar o avião antes do anoitecer.

James foi o último a ir embora, mas prometeu que assim que elas estivessem instaladas, fazia questão de ser o guia delas pela cidade.

— Você sabe bem o que aconteceu com a nossa última visita guiada, né? - Med perguntou ao fechar a porta do apartamento.