Capitulo XX

–Hard to forget

Sim, eu estava chorando. De novo eu estava chorando por causa dele.

As pessoas que passavam por mim na rua, me olhavam como se eu fosse algum tipo de retardada (não faço a minima se vocês conhecem a palavra, mas é o mesmo que atrasada mental ou algo do genero xb), e talvez naquele momento eu fosse mesmo.

O vento que passava por mim era quente tal como o tempo no instante, apesar das horas, devido ao horario de verão, o sol ainda se encontrava no céu, e aquilo poderia ser o fim de um belo dia se não fosse meu estado lamentavel.

Só eu sei como foi dificil dizer não. Mas o mais dificil de tudo, foi com certeza dizer que ele não significava mais nada para mim. Mas naquele momento eu sentia necessidade de magoa-lo tal como ele me magoou a mim, e como minhas chapadas pareciam nao funcionar eu teria que usar minhas palavras.

Apesar que o maximo que eu deveria ter conseguido fazer foi descer um pouco sua auto-estima por ele pensar que afinal não me tinha encantado tanto assim.

Mas o pior era que aquilo era tudo mentira, na verdade, das maiores mentiras que eu alguma vez contei a alguém. Era impossivel eu o esquecer em tão pouco tempo, era impossivel ele já não significar nada para mim, porque Henriq ainda me dizia muito, muito mais do que eu desejava.

E o pior, era como parecia que ele estava sendo sincero, eu me pergunto até onde Henirq consegue representar, até onde ele esperava que eu caisse na sua historinha de filme de romance.

A ultima coisa que isso me parecia, era um filme de romance, porque pelo menos lá, custumam ter um final feliz, e o meu final ou talvez nosso, mas mais meu que dele já que para ele não passou de uma brincadeira, era um final desastroso e na minha opnião deprimente. Mas a simples verdade é que isto nem é um final, pois nunca se iniciou nada, já que tudo era mentira.

Suas palavras ecoavam na minha cabeça, e eu sabia que elas tinham que sair dali. As imagens passavam como um flash back na minha memoria, e a cada passo que eu dava em direção a minha casa, era uma luta entre voltar para os seus braços ou simplesmente acordar para a real e continuar o caminho para casa, o caminho certo.

–Flash back on-

–Por favor Mel...- Ele sussurou me olhando e eu simplesmente virei meu rosto para o lado. E para Henri aquilo serviu como resposta, e para mim... Para mim servia para não ter que olhar aqueles olhos, que eu mesmo sabendo ser mentira...

...Pareciam realmente estar sofrendo.

–Me deixa ir embora.- falei ainda com minha cara virada e logo de seguida Henriq suspira e eu sinto sua cabeça cair para frente.

–Como você pode estar sendo tão fria para mim!?- ele se pronuciou ainda com seu rosto vidrado no chão e assim pude olhar Henriq sem que tivesse contacto visual.

–Eu sempre fui assim.- disse simplesmente e Henriq bufou. Eu respirei fundo, aquilo já estava me cansando, eu só queria fugir dali. Eu estava a passos de chorar e a ultima coisa que eu faria agora seria me desabar na sua frente, de novo.

– Mel…- Henriq quase sussurou meu nome e logo de seguida levantou seu rosto me apanhado de surpresa e me pegando num contacto visual que eu não consegui fugir.-Isso que dizer o quê!? Que eu já não sou nada para você?- Henriq disse suas palavras firmes, mas ao mesmo tempo receoso.

Naquele momento… Minha garganta parecia um poço seco, e logo de seguida uma corda parecia ter atado minha garganta e eu parecia estar perdendo meu ar. Minhas mãos tremeram e um arrepio passou todo o meu corpo.

Henriq me fitava serio e impaciente como nunca, e eu nunca me vi com tanta dificuldade em pronunciar uma única palavra.

Ela passava em minha mente…

“não, não, não, não, não, não, não.”

Mas por mias que eu quisesse parecia não sair. E eu sabia porquê, eu estaria contando a maior mentira de minha, ainda por cima quando o que eu queria realmente falar era a mais pura verdade.

Engoli em seco ainda analisando os pares de perolas que me fitavam e quase num sussuro, disse:

–Não.

Tudo o que eu vi aseguir, foi pior do que tudo o que eu tinha feito até agora. O olher de Henriq caiu rapidamente, mas desta vez, eu não me permiti desviar o olhar, ele iria saber que eu estava mentindo se o fizesse.

E nos segundos seguintes… Eu morri.

A expressão de Henriq era indescritivel, suas mãos fraquejaram, caindo me soltando de meu retangulo apertado. Ele deu um passo para trás e meteu suas mãos nos bolsos.

E naquele momento parecia existir duas de mim.

Uma que tinha o coração despedaçado e sofria ainda mais com aquilo.

E outra que tinha o coração despedaçado e só queria se vingar mais, enquanto já sentia satisfação no momento.

E nauqele instante, a segunda venceu e parecia que aquilo não tinha sido suficiente.

–Você já não me diz nada. Eu já te esqueci.- Aquilo saiu de forma rapida, certa e minha voz nunca soou tão fria, e para mim , nojenta.

Seu rosto que estava baixo se ergueu a fim de me fitar melhor e eu desejava ter deixado meu orgulho de lado e simplesmente ter fechado os olhos para não ver algo que me podia ter magoado tanto.

Não foi preciso eu dizer mais nada, nem suplicar para ir embora.

Henriq pegou sua mochila jogada no chão e saiu de minha vista antes que eu pudesse dizer algo mais.

E a única coisa que eu consegui fazer depois disso foi começar com meus suluços irritantes e chorar.

–Flash back of-

E agora eu continuava, chorando, soluçando, e só não berrava porque realmente eu já tinha ido longe demais.

Abri a porta de casa devagar a fim de não fazer barulho. Antes de entrar limpei minhas lagrimas e respirei fundo forçando uma voz normal e logo entrei.

E mesmo que eu quisesse fugir era impossivel.

Minha tia estava sentando num dos sofás da sala e neste momento me encarava seria. Eu sabia que partir daí, iria se iniciar uma loga conversa!

–Oi.- Disse e logo fechei a porta e caminhei um pouco até a sala.

–Oi. Você demorou.- Ela disse ainda seria.

–Agora controla a que horas eu chego em casa?- perguntei calma.

–Não. Mas só estou tentando te mostrar que por mais tempo que passe nós vamos ter essa conversa.-Ela disse e eu bufei entediada e logo me mandei para o sofá ao seu lado.

–Então pode começar a falar… Porque eu quero ir tomar banho.- disse sem animo e minha tia revirou os olhos.

–o que se esta passando Mel!? Você esses dias parecia animada e do nada ficou assim. Hoje acordou parecia um fastasma. Eu estou preocupada. Você sabe que pode falar comigo sobre tudo que eu sempre vou dar força. A não ser que esteja gravida… Não está gravida pois não!?- Ela perguntou rapidamente logo depois de ter feito uma pausa.

–Não.- disse e revirei os olhos e minha tia suspirou de alivio me fazendo bufar.

–Graças a Deus!- Ela disse e logo de seguida voltou a me olhar.- Então… O que foi?- Ela perguntou por fim e eu respirei fundo. Eu não estava a fim de falar sobre o assunto, mas eu sabia que não ia ter escapatoria dessa vez.

–Ok…- respirei fundo para logo começar.- Lembra do rapaz com quem eu fui a feira?-minha tia assentiu com a cabeça.- Bem… a gente começou a namorar…- Disse e uma expressão um pouco assustada apareceu no rosto de miha tia.-E bem… Eu estava mesmo gostando dele…- Disse e logo baixei miha cabeça.-Mas ontem quando a gente foi na tal festa…Eu acabei sabendo de uma coisa que…-procurei as palavras certas, não para que me tia não fica-se chocada ou lago do genero, mas sim para eu não acabar chorando.- Muda tudo.- disse por fim e suspirei enquanto um ponto de interrogação crescia na testa de Samanta.

–E o que você descobriu e o que mudou?- ela perguntou ainda confusa.

–Er…- engoli em seco.- Eu descobri que… Henriq fez uma aposta…- respirei fundo e conti meu choro.-Em que ele combinou com os amigos que me pegaria em menos de uma mês…- disse ee u não consegui me conter e logo minhas lagrimas começaram a descer silenciosas.- E olha só… Ele conseguiu.- fige animação.

Minha tia tinha sua boca meio aberta e era obvia sua cara de espantanda em relação a minha historia, mas logo seu olhar mudou para preocupação.

–E como vocês estão agora?- Ela perguntou.

–Não estamos.- disse por fim e minha tia se levantou vindo até mim e se ajoelhando a minha frente.

–Não vale a pena ficar se lamentando por causa dele. E se ele fez isso tudo é porque não te merece. A melhor coisa que você pode fazer agora é mostrar para ele que está bem melhor sem ele…- a interrompi.

–Mas eu não estou!- disse sem paciencia.

–Eu sei… Mas não dê esse gosto para ele. Não lhe dê tanta importania, o melhor que tens a fazer agora é o ignorares Mel… E você vai ver que logo isso que você pensa que é o fim do mundo vai passar e você vai encontrar outra pessoa bem melhor que esse tal de Henriq.- Samanta finalizou e logo passou seus dedos em meu rosto secando minahs lagrimas.

Sorri em forma de agradecimento, mas tudo o que minha tia disse eu já sabia. E não me valia de nada.

Isso que “eu acho ser o fim do mundo” não é bem como Samata fala. Eu não acho que seja o fim do mundo, mas sim de minha vida amorosa. Para mim, chega.

Sim, foi sempre assim que eu lidei com as coisas. Não corre bem umavez eu não tento mais. E tal como meus pais, eu vou me refugiar num local seguro onde ninguém chega. Meu mundo. De onde eu nunca deveria ter saido.

Estava bem melhor sozinha.

–Agora vá. Não quero ver você triste. Porque não saí hoje? Vai se divertir com seus amigos…- Minha tia disse mas eu neguei com a cabeça. Isso era a ultima coisa que eu queria agora.

–Eu vou para o meu quarto.- Disse simplesmente e subi logo me deitando em minha cama.

Nesse momento eu já estava farta de mim. Até eu já estava achando que era drama e que eu estava sendo uma menina mimada.

Mas eu não conseguia… Não conseguia parar de chorar.

De sofrer.

Não conseguia parar de pensar nele.