A Chuva escrita por Japa_chan


Capítulo 8
Capítulo VIII - A Fuga


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora pra postar, mas já tá ai. ;)



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Quando acordei estava amarrada em uma sala que eu nunca havia visto.

- Ora ora, você finalmente acordou, Mary.

- Stephanie! – Dizia enquanto tentava me soltar. – O que está pretendendo?

- Eu? Nada de mais. Apenas acabar com todos esses imortais inúteis, me tornando a única imortal e soberana de todo o mundo mortal.

- Como pretende começar essa guerra? – Stephanie não respondeu apenas virou-se e saiu da sala, me ignorando.

- Você verá Mary, você verá.

- Droga! – Eu resmungava, tentando me soltar. – vocês dois! Me tirem daqui!

- Desculpe não podemos. – Disse Ritchie – não conseguimos fazer isso, somos como ilusões.

- Droga! – eu desisti de tentar me soltar, apenas estaria gastando energia. – Como Stephanie pretende começar a guerra?

- Segundo o sacerdote, durante o alinhamento dois ou mais escolhidos entre os imortais serão revelados, eles serão a chave para a guerra. Stephanie pretende oferecê-los em troca de poder absoluto, mas é claro que ela não conseguirá e os escolhidos terão sua vida tirada por nada. Por não ganhar poder absoluto Stephanie vai começar uma guerra para assim como ela disse tornar-se a soberana do mundo mortal.

- Por isso ela criou a corporação, juntando o maior numero possível de imortais. Assim ela poderia saber quem era os escolhidos muito mais rápido, sem precisar procurar pelo mundo todo.

- Exatamente.

- E eu a ajudei. Agora inocentes irão morrer por minha culpa. – Lágrimas começaram a cair pelos meus olhos – Droga! Como isso foi acontecer? Será mesmo que tudo tem que ser sempre assim? – Abaixei minha cabeça – Vocês mesmos disseram que isso já aconteceu antes, anda existem imortais, como?

- Houve três escolhidos da última vez. Um deles foi quem queria o poder absoluto. Ele acabou matando um dos escolhidos, mas o outro sobreviveu. E então o imortal que queria poder começou uma guerra na esperança de que todos morressem inclusive o outro escolhido, porém essa guerra acabou matando a ele mesmo. Com a morte dele, a guerra parou, todos perceberam o que estavam fazendo, estavam cada um contribuindo com sua própria morte.

- Não tem jeito. – minha cabeça continuava baixa e as lágrimas caiam ao chão – Vai ser impossível parar essa guerra. Impossível, a morte está destinada a todos nós.

- Ora, cale a boca e pare de chorar Mary! – Sam se manifestou. Eu ergui minha cabeça para olhá-la. – O que houve com a verdadeira Mary? Aquela garota que não desiste, não perde e nunca chora?

- Não vê que eu não posso fazer mais nada, Sam! Eu sou uma completa inútil aqui presa. Todos vão morrer, e eu não pude avisar a ninguém sobre a guerra. A pequena Halley, Leandra, Thiago... Todos estão condenados e eu não posso fazer mais nada.

- Não você ainda pode fazer algo. Você está morta por acaso? Não. Você está aqui Mary. Você pode ajudar a todos. – Ritchie me encorajava. Eu me mantive calada, fechei meus olhos e me concentrei.

- Se eu me transformar em algo, Stephanie vai perceber minha ausência, ela é mais rápida do que eu, me alcançaria fácil. – Pensava comigo mesma. – Se eu pudesse ao menos saber onde estou.  – Permaneci em silencio por um bom tempo, pensando. Sam e Ritchie colaboraram calando a boca dessa vez.

- Mas tio, quando a tia Mary vai voltar? – ouvi bem de longe uma doce voz que eu reconheci na hora. “Halley!” Pensei.

- O que faz aqui na minha sala Thiago? – A voz de Stephanie também estava um pouco longe. – Já disse que não quero ninguém andando no prédio A, durante esse mês!

- Aquela... Esteve mantendo todos longe do prédio para que eu não soubesse onde estava! – Me concentrei para poder ouvir mais. Ouvi os passos de Stephanie se aproximando da minha sala, fingi ter adormecido. Ouvi a porta se abrindo atrás de mim.

- Ótimo ela não ouviu nada, alias creio que a conversa tenha sido um tanto distante para ser escutada por ela. – Stephanie comentava enquanto ia se afastando.

- Sabe Mary, a um detalhe que esquecemos de te contar. – Ritchie começou. – Stephanie não pode matar nenhum imortal, pois como ela mesma desconhece quem é o escolhido, se ela matar este, ela não conseguira o poder que tanto quer, isso ela aprendeu na ultima vez em que matou o outro escolhido.

- Isso quer dizer que, não importa o que eu fizer, antes do alinhamento ela não pode me matar... Interessante... Agora deixe me pensar, se estamos debaixo do prédio A, estamos perto da praia... Deve ter uma entrada por aqui, uma parte mais fraca na estrutura, ou uma fissura... O paredão da praia! Ele ficava bem abaixo do prédio A, com as ondas sempre batendo ali, como dizem, água mole pedra dura tanto bate até que fura. Existe sim uma parte mais fraca!

- Uau! A geniozinho voltou! – caçoava Sam. Transformei meu braço em uma lâmina, cortando as cordas.

- Você podia ter feito isso? – Ritchie olhou surpreso.

- Podia, mas eu precisava bolar um plano, e Stephanie tinha de acreditar que me tinha aqui presa. Se você não percebeu a cada vez ela vinha com menos freqüência. – Segui ate a parede, ouvindo para saber onde exatamente o mar batia. – É aqui. – Cerrei o punho e soquei a parede com cuidado para não fazer tanto barulho. Fiz um pequeno furo na parede, este dava direto no mar. Stephanie abriu a porta, dei um rápido aceno com uma cara sínica para ela, me transformei em água e me joguei pelo buraco, me misturando com o mar. Stephanie jamais me pegaria assim.

- Xauzinho Velha! – Sam e Ritchie riam.

Segui com o mar até a praia, me misturei com a areia e assim cheguei à escadaria que dava para os prédios. Vocês devem achar idiotice eu voltar para lá, mas eu tinha q avisar alguém. No começo da escadaria havia um segurança, voltei a minha forma normal e num golpe certeiro deixei-o no chão, peguei seu corpo e joguei ao mar, transformei-me no mesmo e segui para dentro do prédio. Procurei por Thiago ou qualquer um em quem eu pudesse confiar, depois de andar um pouco encontrei Leandra.

- Lê... – Eu sussurrei. Ela olhou para mim estranhando, claro que ela não me reconheceria, eu estava transformada, ela jamais vira aquele homem, logo entrou em seu quarto sem nem me ouvir. Pensei um pouco, procurei nos bolsos e encontrei um papel e uma caneta, e comecei a escrever:

“Lê, preciso muito da sua ajuda, é realmente muito importante, tem a ver com a segurança de todos. Por favor não comente isso com mais ninguém, me encontra no parque central de Endsville quando começar a escurecer. Você se lembra? Naquela arvore em que sempre nos encontrávamos? Leve Thiago com você, e por favor mais ninguém eu te imploro. Seja discreta, não fale disso com absolutamente NINGUEM. Nem mesmo Stephanie. De Mary.”

 Passei o papel por debaixo da porta de Leandra e segui saindo do colégio onde ficava escondida a corporação. Peguei um ônibus e fui para Endsville, e esperei Leandra lá, ainda era de tarde então ela demoraria, mas o que mais eu poderia ficar fazendo? Sentei-me debaixo da arvore onde iríamos nos encontrar e ali fiquei por um bom tempo.

Quando estava anoitecendo ouvi leves passos se aproximando, olhei para o chão e vi duas sombras no chão, chegando cada vez mais perto.


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Notas finais do capítulo

O proximo capitulo já vai ser escrito, mandem reviews e deixem uma autora feliz. :)



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