Supernatural - Destiny escrita por E R Henker


Capítulo 3
Capítulo 2. Parte I.




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Capítulo 2. Parte I.

 

Edwardsville, Illinois. Casa de Emily Jones, 1993.

 

 

Duas garotas encontravam-se sentadas em uma cama de solteiro, uma delas era loira de olhos castanhos, a outra era uma bela ruiva de olhos azuis.

 

- Escute Anne, preciso lhe contar algo. – disse a ruiva, enquanto levantava-se e ia até a porta, fechando-a e trancando-a, voltou à cama e sentou-se em frente à amiga. – Preciso que jure, jure que não irá contar a ninguém!

 

- O que foi, o que está acontecendo? – questionou a loira.

 

- Jure, apenas jure! – disse a ruiva, com os olhos marejando de lágrimas.

 

- Ok, eu juro! Mas por Deus, Emily, o que está acontecendo? – Anne segurou as mãos de Emily, queria mostrar que ela estava ali, que a amiga poderia confiar nela.

 

- Anne, eu não sei mais o que fazer, - começou a ruiva, – eu juro que tentei de um tudo, mas nada dá certo, eu... eu apenas não sei mais o que fazer...

 

Lágrimas banhavam a face da garota, que não mais falava, apenas soluçava. A amiga lhe abraçou, não sabia o que mais poderia fazer, Anne abraçava Emily e dizia carinhosamente para a amiga “Vai ficar tudo bem! Você vai ver, vai ficar tudo bem!”. Mas não ficaria, nada ficaria bem depois daquilo, Emily sabia. Tudo mudaria, tudo.

 

- Anne, aconteceu uma desgraça! – choramingava Emily, sendo abraçada ainda pela amiga – Paul e eu estávamos tão felizes... ‘tava tudo tão certo! – ela deu uma fungada e afastou-se um pouco mais da amiga, olhando nos olhos da mesma – E agora, eu... eu estou grávida!...

 

- Meu Deus, Emily! Meu Deus!... – dizia a loira, espantada. – E agora? O que você vai, meu Deus, Emily, o que você vai fazer agora?

 

- Eu, eu já tentei de tudo Anne, mas nada – soluçou a ruiva, - nada parece adiantar. E, e então eu não sabia mais o que fazer, – ela deu uma leve fungada, e tentou retomar o controle – daí, numa reunião aqui em casa semana passada, tia Morgana contou uma história, de uma menina, que... que ela conseguiu abortar usando uma agulha de tricô, só que depois foi descoberta pela família.

 

- Me-meu Deus! – gaguejou a outra.

 

- Você precisa me ajudar, - falou Emily, limpando as lágrimas do rosto bruscamente com a palma da mão, - ninguém pode descobrir que eu estive grávida.

 

- Na-não, Emily, não! – respondeu Anne, negando com a cabeça, enquanto lágrimas escorriam por sua face.

 

- Anne, escute, - disse Emily, enquanto colocava as mãos nos ombros da amiga e apertava-os – você precisa, me ajudar.

 

Quem visse a cena de longe imaginaria qualquer outra coisa, uma briga com um namorado ou algo assim, quem visse de longe jamais imaginaria que tal conversa se tratasse de uma gravidez. Uma gravidez, um assassinato, uma omissão e uma morte.

 

- Você vai me ajudar, não vai? – questionou a ruiva.

 

- Eu... – tentava responder à outra, perdida em meio aos milhões de pensamentos que circulavam sua cabeça, deixando-a fora do ar, zonza, perdida.

 

- Você, - começou novamente Emily, apertando mais forte os ombros de Anne – precisa me ajudar.  Você vai me ajudar, está me ouvindo? Você vai, - ela sacudia a amiga, pressionando-a, - você vai me ajudar Anne!

 

- Tudo bem, tu-tudo bem! – respondeu ela, apavorada.

 

Emily Jones era uma garota ruiva, com lindos olhos azuis, e uma vida esplêndida pela frente, não fosse a gravidez. Líder de torcida de sua escola, ótima aluna, querida pelos colegas e amigos, um pé já na faculdade, e um namorado a quem amava incondicionalmente. E só havia uma coisa que Emily amava mais do que ao namorado, a si mesma.

 

E isto, juntando a todos os outros fatores já existentes, foi o que a fez chegar a esta conclusão, a de cometer um assassinato; de fazer um aborto. Na sua cabeça, aquela seria a melhor solução a ser tomada, havia sido o melhor remédio que ela conseguiu achar, para uma situação que era na verdade irremediável.

 

Ela não poderia ter a criança, isso acabaria com seu futuro brilhante, traria responsabilidades que ela não queria e também não estava pronta para ter, ter a criança nunca havia sido uma opção para Emily, nunca! Ela descobriu a gravidez com um mês e duas semanas, ficou apavorada, e nas duas semanas seguintes tentou todas as alternativas de aborto que conhecia, chegando até mesmo a jogar-se da escada de sua casa, mas nada havia dado certo. Foi no final de semana anterior ao quinto mês de gestação, quando sua tia apareceu em um jantar de família na sua casa, que Emily finalmente teve a revelação do que ela chamava de “última cartada”.

 

Uma história de uma garota, de dezessete anos, assim como Emily, que estava grávida de quatro meses, e cometeu o aborto escondido da família, usando uma agulha de tricô. O problema, foi uma infecção que surgiu uma semana após, nada muito grave na verdade, mas o bastante para fazer com que o médico e a família juntassem uma coisa a outra, e começassem a desconfiar. Logo depois, a agulha fora encontrada, o que fez com que ela acabasse por confessar tudo. Era por isso que Emily precisava de Anne, a amiga ficaria encarregada de esconder a agulha de tricô, e de ajudar Emily a mentir para sua família, dizendo que a infecção – se essa viesse a existir – era causa de qualquer outra coisa, menos de um possível aborto.

 

Não fosse por isso, não fosse pela ajuda futura em enganar a família, Emily jamais precisaria de Anne, na verdade ela muitas poucas vezes precisou de alguém. Ela sempre fora muito boa em tudo o que fazia, o que acabou por torná-la uma garota popular, mas diferente do que se possa imaginar, Emily era uma boa garota, tinha um bom coração, gostava de ajudar aos outros quando achava que eles necessitassem, seu problema é que nem sempre sabia como fazê-lo, e algumas vezes acabava por meter-se onde não devia. Mas Emily Jones era uma boa garota, uma boa garota que cometeu um aborto, uma boa garota que fez sua melhor amiga ser sua cúmplice em tudo isto, uma boa garota que fez sua família e seus amigos a verem morrer lenta e dolorosamente em uma cama, sem nada poderem fazer. Emily era uma boa garota, que agora como fantasma, perdida em seus medos e confusões, estava assassinando outras garotas, na pura intenção de ajudá-las.

 

“Vai ficar tudo bem agora! Calma, tudo vai dar certo. Estou aqui com você!” é o que ela sussurrava, sempre com um sorriso doce na face e lágrimas brilhantes a escorrer pela mesma, segundos antes de enfiar sua pequena mão de animadora de torcida por entre as entranhas das vítimas, e arrancar-lhes o coração. E então, ela sumia, deixando para trás um corpo feminino abandonado com um corte de cinco centímetros perfeito, e um espaço vazio onde deveria haver um coração.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

N|A: Oiee gente, pois então, seguindo recomendações de que meus capitulos estavam grandes demais, acabei dividindo este em duas partes, sendo que esta, é apenas a história da nossa fantasma, okay?!

Seguinte, quem quiser falar comigo, e saber novidades e bônus não só desta fiction como das outras também, é só add o seguinte orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?origin=is&uid=1526726295525673395

Ah, e por favor, deixem review, e se possível, visitem minha outra fic, Lies! ;D



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