Supernatural - Destiny escrita por E R Henker


Capítulo 1
Prólogo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/24013/chapter/1

 

Prólogo.

 

Olathe, Kansas. Apartamento das irmãs Trent e LaBlank.

 

 

Poderia ter sido um dia ensolarado, com um céu azul encantador. Poderia até mesmo ter sido um dia tempestuoso, com a força da Natureza se manifestando diante de nós, com seus trovões e raios. Mas não, era um dia nublado, um dia normal.

 

Assim como o dia, as coisas dentro daquele apartamento também estavam nubladas. Normais. A sala do apartamento, tinha as paredes em tons claros, para atrair bons fluidos. Já os móveis eram em tons mais escuros, demarcando a forte personalidade e história de vida das pessoas que ali moravam.

 

Localizada na parede onde se encontrava a porta de entrada, havia uma estante em tom mogno, onde estava a televisão, assim como alguns livros e fotos, uma delas retratava duas menininhas loirinhas, aparentando cinco aninhos, abraçando uma menininha morena um pouco menor que elas, menininha esta que parecia estar chateada. Havia outras fotos também; as mesmas três meninas, em uma delas aparentando nove anos, onde as três se encontravam lambuzadas de sorvete e rindo para a câmera. Existiam outras fotos, é claro, mas apenas fotos com as três garotas, da infância até o momento presente. As outras fotos, pois é claro que existiam outras fotos, estavam guardadas, tiradas de álbuns e guardadas em caixas que ficavam escondidas, muitas foram rasgadas, outras tantas queimadas, mas elas existiram, e isso é o que nos importa.

 

De frente para tal estante, tinha um sofá vermelho de cinco lugares, entre a estante e este sofá havia um tapete felpudo, e no meio de tal, uma mesinha de centro em tom mogno e com tampo de vidro, sobre a qual encontrava-se um notebook e folhas espalhadas com anotações. Em um dos cantos da sala tinha um puffe preto, o outro estava na frente da mesinha de centro. O restante da sala se reduz a um alvo de dardos em uma parede, a uma grande porta vitral que dava para uma pequena sacada ao lado de uma escrivaninha com um computador e uma impressora , alguns diplomas e um grande espelho pendurados na mesma parede do alvo de dardos.

 

Mas de nada tal apartamento e móveis significariam, se não fossem as pessoas que ali moravam. As mesmas três garotinhas da foto, só que não mais garotinhas e sim mulheres. Três irmãs com uma história no mínimo interessante, sobrenatural. A mais velha delas, Elizabeth Trent, é também o que chamaríamos de líder do grupo. Loira com mechas escuras, tem seu cabelo um palmo abaixo dos ombros, olhos em um tom de azul claro, e um corpo um tanto quanto sensual, este era um ponto que ela gostava de explorar sempre que possível ou necessário, sua sensualidade. E se já não bastasse tudo isso, havia também a inteligência e forte personalidade, fatos estes extremamente fortes nas três garotas, a beleza, a inteligência e a personalidade.

 

Elizabeth era a explosiva, a comunicativa, a líder, a protetora. Ela era muitas coisas, era sentimento, mesmo querendo ser razão, Elizabeth era fogo, sensualidade, dor e paixão! Ela só por ela, já é muito. Mas ela, junto das outras duas garotas, ah então ela era tudo. Elas eram tudo!

 

Juliet Trent, era extremamente parecida a Elizabeth, e ao mesmo tempo extremamente diferente. Com o cabelo loiro, porém mais claro que o da irmã, estando a um palmo e meio abaixo dos ombros, olhos azuis extremamente claros, rosto delicado e corpo com uma sensualidade que assim como o rosto, é quase que delicada, Juliet parecia com um anjo de gelo. Elizabeth é fogo, Juliet é gelo, a primeira faz teu coração acelerar, a outra, faz com que ele pare. Compará-la a um anjo, é de certa forma uma piada extremamente sádica, Juliet jamais lembraria um anjo se não fosse por sua aparência. Com vinte e um anos e muita coisa já vista e vivida, ela é uma garota tão fria quanto seus olhos vem a demonstrar, a mais nova dos Trent possui uma personalidade muito além do perceptível pelos outros.

 

Juliet é mais do que uma pessoa fria e sádica, ela tem muito de coração também, mas é muito seletiva no que diz respeito a isso. A mais nova das três é Suzan LaBlank, que além do sobrenome possui muitas outras coisas diferentes das irmãs, pele branca, cabelos dois palmos e meio abaixo dos ombros em tom castanho escuro, olhos na mesma cor, corpo com uma sensualidade mais sutil. De aparência normal, diriam os leigos, mas eles são leigos e não sabem de nada.

 

Suzan é cabeça, racionalidade, lágrimas e sorrisos, ela é o problema e a solução, a incógnita que paira sobre todos. Mas independente de livros, racionalidade e inteligência, ela é ingenuidade também, de uma inocência singular. Suzan é Suzan e não há definição melhor do que esta. Falando nela, ela se encontra sentada no puffe preto em frente a mesinha de centro, está concentrada em alguma notícia que achou em seu notebook, enquanto Juliet divertia-se e aproveitava para treinar sua pontaria, atirando dardos. Atirava um, dois, três, nove, dez, caminhava até o alvo, retirava os dardos, sentava novamente no sofá e voltava a repetir o ritual, incansavelmente, entediadamente.

 

A porta do apartamento foi aberta, e Elizabeth passou por ela. Vestido vermelho dois palmos acima do joelho, sandália prateada assim como os brincos. Maquiagem prateada nos olhos, assim como um delineador preto, ela não aparentava ter tido uma boa noite. Suzan, ao ouvir o barulho na porta, ergueu a cabeça e ficou esperando, ao ver Elizabeth, simplesmente moveu a cabeça de um lado para o outro, e voltou a baixar os olhos para seu notebook. Juliet interrompeu a ação de jogar o último dardo em seu alvo, apenas tempo o suficiente para ver do que se tratava, para então voltar sua atenção novamente a seu interessantíssimo passatempo.

 

A loira mais velha fez pouco caso também, não estava com cabeça para qualquer coisa naquele minuto, agradecia ao fato de suas irmãs a conhecerem bem e saberem que aquele não era um momento para conversa. Na verdade, sabia que elas não tinham idéia do que havia acontecido, e não as culpava por não perceberem tal fato, até mesmo gostava disso. Sendo assim, se encaminhou diretamente para o banheiro, desceu as alças de seu vestido e fez com que ele escorregasse por seu corpo, olhou-se no espelho e suspirou, a cabeça ainda doía, mas este era o menor de seus problemas.

 

Despiu a última peça de roupa, e entrou no box, ligou o chuveiro e fechou os olhos assim que a ducha de água morna entrou em contato com seu corpo e rosto. Lembranças da noite anterior ainda a perturbavam e iriam perturbar, ela tinha total conhecimento disso, e como detestava isso. Um copo de wiskhy em uma mesa de bar...

 

“O homem a sua frente ergueu o rosto e sorriu, ela não conseguia decidir se era bom ou não reencontrá-lo.

 

- Está linda como sempre, Elizabeth!”

 

Sorriu, ele sempre dizia isso, que ela estava linda como sempre, era quase como um mantra. E o mais estranho disso, é que ela não só gostava de ouvir, como também acreditava no que ele dizia.

 

“Ela o conhecia, e sabia o que viria a seguir, problemas. Sempre eram problemas.

 

- Eu queria compartilhar algo, Lizzie, mas não sei até qual ponto posso fazê-lo. Não sei até onde você está pronta para ouvir, ou melhor, não sei até que ponto você vai querer ouvir. Mas mesmo assim, eu preciso te falar, você precisa saber... ”

 

Abriu os olhos assim que acabou por deixar escapar um soluço, não foi sua intenção, mas este não era o melhor momento para brincar de ser forte, não era. O que ele lhe disse ali, naquele momento, desestruturaria qualquer pessoa, mas ela não pode negar que já suspeitava daquilo. Dentro de si ela sempre soube, mas é muito pior quando alguém verbaliza, principalmente alguém em quem você confia, a quem você é leal, então não há como negar, como fugir. É a verdade e você sabe disso, você a odeia, a destruiria se fosse possível, mas não é. Então só lhe cabe ouvi-la, aceitá-la, e vencê-la se assim desejar. Mas esta era uma luta, que Elizabeth não queria vencer.

 

“Ergueu-se bruscamente, o choque estava estampado em sua face, uma lágrima corria solta por seu rosto.

 

- Eu não vou, eu não sou! Esqueça, pode esquecer!

 

- Escute Elizabeth, seja racional, eu também não queria, juro que não queria. Mas é a verdade, e ela não vai mudar apenas porque nós queremos que mude.

 

Ela sacudia a cabeça, negando. Negaria, negaria o quanto fosse preciso, negaria até ele entender que ela não faria, que não poderia fazer. Mas no fundo ela sabia, Elizabeth sabia que não havia outra coisa a ser feita, ele tinha razão, por mais cruel que a razão dele fosse.

 

Dizem que em uma caçada de onça, quando a fera para de correr e sente-se extremamente acuada, dizem que é neste momento que ela se torna mais perigosa. Elizabeth é como uma onça sendo caçada, é quando se sente acuada que se torna mais perigosa, mais maldosa, não só física mas também verbalmente.

 

- Eu sei o que você está fazendo, o que você sempre fez. Você sempre, sempre soube que não seria capaz, não, espere, melhor ainda, você nem ao menos cogitou a hipótese de ser capaz, você me usou como se eu fosse uma simples peça de um estúpido jogo de xadrez! E eu fui, fui estúpida o suficiente para acreditar, para admirar, para amar você! Mas eu não vou ser mais um de seus soldadinhos, não vou ser soldadinho de alguém egoísta como você. Não vou me submeter as suas vontades, não mais. Nunca mais.

 

E então ela deu as costas aquele homem e suas verdades as quais ela não queria ouvir, deu as costas a pessoa que ela sempre idolatrou, deixou para trás um homem que mesmo estando magoado, sabia que no final ela faria o que era certo, porque é isso que Elizabeth Trent faz, grita, magoa a si e aos outros, mas no fim acaba fazendo o que é certo, como ele sempre soube que ela faria.”

 

Apoiada na parede, nua, com a água caindo sobre o corpo, Elizabeth chorava, um choro baixo, para não alertar as irmãs, porém seu corpo nu tremia com a intensidade de tal choro, de tal dor. Foi preciso vinte minutos para se recompor e terminar seu banho, assim que o fez, juntou suas roupas, enrolou-se em uma toalha e foi para seu quarto, onde vestiu-se e escovou os cabelos.

 

Caminhou até a cozinha, tomou algo para dor de cabeça e preparou um café preto. Encostou-se na mesa e sorriu fraco, preparando-se para entrar na sala, respirou fundo, fechou os olhos, sorriu novamente, abriu os olhos e pegou a caneca com o café, dirigindo-se para a sala.

 

- E então, alguma coisa? – perguntou, assim que chegou junto as irmãs, sentou-se no sofá e ficou admirando a brincadeira de Juliet de atirar dardos, enquanto bebia um pouco de seu café.

 

- Na verdade, sim. – respondeu a morena, sorrindo para Juliet, que parecia finalmente ter se interessado por algo que não fosse jogar dardos.

 

- Finalmente! – disse a loira mais nova.

 

- Escutem só: uma série de assassinatos apavora uma cidade, todas as vítimas são mulheres, os corpos são encontrados nus e com a barriga aberta em um corte de cinco centímetros, e o fato que mais nos interessa, o coração das vítimas é arrancado, supostamente, pela barriga delas. Tudo isso, meticulosamente, sem afetar nenhum órgão, quase como se não houvesse acontecido.

 

- Bem, ao que me parece, nós vamos dar uma passadinha em – Elizabeth inclinasse para o notebook, e lê o nome do local onde os assassinatos estão ocorrendo – Edwardsville. É, acho que temos trabalho pela frente! – termina sua caneca de café, e se encaminha para a cozinha. Ela sabia que seria assim, sempre assim. Os problemas vem, vão, permanecem, mas elas vão estar ali, sempre, juntas!

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Olá pessoal, como eu disse antes, esta é minha primeira fic no site, então ela é muito importante para mim, espero que o seja para vocês também. A fic tenta seguir a personalidade original dos personagens, mas como isso nem sempre é possível, peço que vocês compreendam isso.

Ficam aqui uns abraços a algumas grandes amigas minhas também, que eu amo muito! Bibi (minha Scott Ward), Danni (minha Juliet), Tanne (minha Suzan), para as minhas grandes McGirls também, Júlia (minha Fletcher favorita), Gabs (minha maninha Judd), Báah (a única que eu deixo ficar com o Poynter) e a Lena (a Jones mais lerda e fofa deste mundo)! Amo todas vocês!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Supernatural - Destiny" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.