01. Era Só O Que Me Faltava!

Apenas uma semana. Uma pequena semana para que eu possa ter a minha liberdade. Ah... já até sinto o gostinho doce de dizer tchau aos meus pais.

– Bella! Hey, Bella!

– Que foi retardada?! – falei encarando Rosalie.

– Você tá aí sorrindo pro nada e eu sou a retardada? – ela disse com uma sobrancelha levantada.

– Fala logo Loira – eu disse revirando os olhos e enchendo minha boca de jujuba. Ai como eu amo jujuba!

– Eu estava tentando te perguntar se está de pé aquela festa ou não.

– É claro que tá! Apenas uma semana e meus pais estarão fora de casa por duas semanas – falei sorrindo largamente – Só não sai espalhando pro povo porque eu ainda tenho que ter certeza absoluta que eles vão ficar essas semanas de férias de primavera completas fora de casa – avisei.

– Ok Jujuba – ela disse piscando – Mas agora eu tenho que ir. Biologia – falou revirando os olhos e seguindo até a sala de Biologia. Já eu fechei meu pacotinho de jujubas e guardei no bolso, fechei meu armário e corri até a sala de trigonometria.

Como sempre, eu cheguei atrasada, Sr. Nollan me olhou torto, eu fui para o meu lugar e a aula começou tão chata como sempre. E eu não prestei muita atenção como sempre. Não que eu despreze o modo como o Sr. Nollan leciona – mentira, eu desprezo sim! –, mas eu já sei metade de tudo o que ele ensina. É uma das conseqüências de ter tido aula em casa durante toda a infância mesmo freqüentando uma escola como qualquer outra criança, e ter pais que já ganharam dois prêmios Nobel, cada um. Fazer o que né.

– Bem... para o final desta semana eu quero todos os exercícios prontos e postos na minha mesa. Tchau – Sr. Nollan disse e o sinal tocou anunciando o intervalo.

Levantei rápido da carteira e fui assim até chegar na minha mesa onde Rosalie já estava sentada junto a Jessica e Ben. Olhei assustada para os dois. É totalmente incomum vê-los juntos, afinal um foge do outro como o Diabo foge da cruz!

– Explicações aqui, por favor – falei assim que me sentei ao lado de Rosalie.

Abri meu pacote de jujubas e encarei os dois.

– Nós estamos namorando Bella – Jessica disse sorrindo colocando a mão por cima da mão de Ben.

Quase me engasguei com as jujubas e só minutos depois foi que eu consegui voltar a respirar normalmente.

– Como é que é?!?!

– Nós estamos namorando Bella, sabe, quando duas pessoas se gostam e ficam juntas? – Jessica falou como se eu fosse uma demente.

– Eu sei o que é namorar sua tapada, mas me explica como isso tudo aconteceu – perguntei animada me inclinado e recebendo todas informações detalhadamente de Jessica e quando percebemos tínhamos uma Rosalie de saco cheio e o fim do intervalo. Todos nós levantamos e fomos cada um para sua respectiva aula.

Eu fui junto com Rose para a aula de Educação Física. Depois de alguns tombos, xingos e três cestas incrivelmente feitas por mim, a aula acabou e eu pude finalmente ir para minha ultima aula, Filosofia. Essa não demorou muito, mas depois de muita conversa com a Srta. Wood, o dia escolar tinha acabado. Casa finalmente.

– Hey, Rose! – gritei quando vi o topo da sua cabeça loira, no meio daquele monte de aluno, perto da saída.

Rose andou mais devagar enquanto eu corria e paramos juntas do lado de fora da escola.

– Rose, depois passa lá em casa para já irmos arrumando tudo para a festa.

– Pode deixar. Ah! E dessa vez esteja vestida quando eu chegar – ela falou rindo indo em direção ao seu carro.

– Engraçadinha! – falei irônica, indo para o meu.

Ela fala como se eu tivesse gostado de ter sido pega só de calcinha e sutiã na primeira vez que ela foi a minha casa, há quase dois anos. Mas fazer o que, Rosalie nunca nos deixa esquecer nada importante – o que é sempre algo muito embaraçoso.

Entrei no meu Camaro Amarelo e segui em direção a minha casa. Algumas jujubas e músicas depois, eu cheguei e parei o carro todo torto na garagem. Entrei dentro de casa correndo já recebendo um senhor grito da minha escandalosa mãe – falo como se eu não fosse nada parecida.

– Isabella Swan, corra mais uma vez e eu te corto os cabelos menina!

– Eu também te amo mamãe! – gritei correndo para a cozinha.

Joguei a mochila no chão e peguei um corpo de água enchendo até o topo, me encharcando de tanto beber água.

– As jujubas de novo? – minha mãe perguntou sorrindo.

– Elas são tão gostosas, mas dão tanta sede – falei pegando mais água.

– E você ainda brigava comigo quando eu não te deixava mais comer – ela disse bufando e indo para a sala.

Ri e deixei o copo de lado. Eu ainda tenho que perguntar a ela sobre a casa ser minha durante duas lindas semanas, por mais que eu já saiba a resposta.

– Manhê...

– O que foi dessa vez? – ela perguntou já levantando do sofá.

– Senta aí mulher, não matei ninguém não! – ri puxando ela e me sentando no sofá também – Sabe, é que você e o pai vão viajar nessas férias de primavera e eu só queria confirmar que eu vou ficar em casa né? Como sempre – eu disse dando meu sorriso angelical no final. Ela nunca resiste a ele.

– Meu amorzinho, eu estava conversando pelo telefone com seu pai sobre isso mesmo antes de você chegar. Já que esse ano você está mais comunicativa, nós decidimos te deixar na casa da sua tia Esme nessas duas semanas. Afinal já faz tanto tempo que você não vai lá. Emmett deve estar tão grande e sua tia cheia de saudades – ela dizia sorrindo igual boba.

– Pera aê! Tia Esme?! – gritei levantando do sofá – Como assim, eu vou pra lá?! Não é justo manhê! – comecei a choramingar – Eu vou sofrer lá, lembra que o Emmett não gosta de mim. E ele já era uma toupeira gigante imagina agora? Ao invés de me jogar lama no cabelo ele vai é me afogar em um poço qualquer! Não faz isso comigo mãe... – falei fazendo olhos de gatinho. E sim, eu sou dramática. Algum problema com isso agora?!

– Isabella, deixe de ser criança, vocês tinham 04 anos de idade e lama nunca matou ninguém!

– Do Emmett a gente pode esperar tudo mãe – murmurei revirando os olhos.

– Mesmo que seja assim, ele não deixa de ser seu primo e além do mais, eu já conversei com sua tia e ela amou saber da noticia – disse toda sorridente.

– Ah... que beleza! Agora só falta me dizer que só eu vou praquela joça! – falei ironicamente recebendo um olhar envergonhado da minha mãe – Ah não Renée... Você não fez isso. Não, não, não...

– Entenda meu amor, as passagens do cruzeiro já haviam sido pagas e não tem reembolso – ela começou a falar me sentando no sofá novamente.

– Ué, rodava a baiana lá, ia pro Tribunal e pedia sua indenização e ainda íamos sair ganhando – falei e ela me olhou com as sobrancelhas erguidas – Ok, talvez eu tenha exagerado, mas a minha situação é critica mãe. Entenda, eu tenho 17 anos e quero aproveitar com meus amigos, talvez eu pudesse fazer uma pequena social e...

– Mas é agora que você vai mesmo! – ela disse rindo – Como se eu fosse louca o suficiente pra te deixar dar uma festa aqui. Isabella, Isabella, eu ainda tenho o que restou do meu juízo, e agora vai lá pra cima vai – falou me enxotando da sala.

– Ah... então é assim? Tudo bem, mas vai ter volta. Vai ter – eu resmunguei subindo a escada e me arrastando até meu quarto.

Maravilha! Agora eu vou ter que agüentar minha tia louca, meu primo retardado e aquela cidade esquisita por duas semanas. Era só o que me faltava!