- Idiota, desgraçado... - gritei xingamentos pra ele enquanto entrava no quarto chorando. Por que estava chorando? Porque esse imbecil faz eu me apaixonar cada vez mais por ele. Porque eu odeio me sentir tão presa a ele. Porque ele não me vê de outro jeito, só como amiga. Por

que? Por que eu tive que me apaixonar pelo meu melhor amigo? Isso é tão injusto.

Me atirei na cama e limpei as lágrimas com a palma da minha mão, logo meu rosto se encheu delas novamente, eu nunca, nunquinha ia tirar aquele idiota da minha cabeça. Não com aquele texto. Não com tudo o que a gente passou junto. Não com os cabelos castanhos deles que sempre ficam em um tom dourado quando bate o sol, ou o sorriso dele que é meio torto, e seus olhos que são castanhos e me lembram pequenos pedaços de chocolates... E quando dei por mim, não estava pensando mais no Connor e sim no... Nicholas? Ah não. 

Continuei sofrendo na minha cama de bolinhas cinzas, e acabei pegando no sono até o momento em que o meu celular toca. 

"Voce esta bem?" Era do Nicholas. Não Nicholas, eu não estou bem. Voces dois estão me deixando mais confusa que o normal e eu não sei o que fazer.

"Sim, por que?" respondi. Em poucos segundos veio uma mensagem nova, mas não era de quem eu pensei que era.

"Precisamos conversar... Por favor." Connor. Nós não temos nada pra conversar. Eu não quero conversar com ele, eu não sei se eu vou conseguir resistir. Ia mandar uma nova mensagem dizendo que nós não iamos nos ver nunca mais e que eu não queria falar com ele, quando meu celular pisca indicando uma mensagem nova. 

"Abra a porta". O que? Vou até a minha janela e vejo o cabelo castanho que eu mais amo parado na frente da minha porta... Por que? Por que ele não me deixa em paz? Por que ele tem que fazer com que eu me apaixone mais ainda por ele?

Respirei fundo, desci as escadas devagar e cheguei na porta. Com cuidado a abri, como se a qualquer momento uma bomba fosse explodir, com força olhei nos seus olhos castanhos e hipnotizantes. 

- Oi. - ele deu seu sorriso torto que eu mais amo, e só ele tem, nem o Nicholas tem aquele sorrisinho torto mas tão fofo que derrete qualquer coração.

- Oi. - continuei séria. 

- Sam...

- Samantha. - corrigi. 

- Samantha, desculpa, eu fui um idiota, eu só queria que você... Me perdoasse. Eu não sei mais o que é ser feliz sem você, eu sei que é clichê e idiota mas eu não sei, eu deixaria de pegar todas aquelas mulheres gostosas só pra poder voltar a ter nossos sabados de pipoca e filme, ou ficar rindo das garotas idiotas que passam pela gente, queria que voce voltasse a me ligar nas terças a noite quando seus pais chegam tarde e voce fica com medo do filme que a gente viu a três anos atrás, eu só queria... Ter minha melhor amiga de volta. 

Melhor amiga. Só isso. Nada mais que isso. Apenas uma amiga. Eu aguento, eu sempre aguentei. Sempre fui apaixonada por ele secretamente, as coisas não precisam mudar, não é? É só... Sexo. Não precisam mudar por causa que a gente transou. 

- Tudo bem. - eu juro que vi seus olhos brilhando no momento em que disse isso.

- É sério?! - ele gritou parecendo confuso, surpreso e... Feliz.

- Sim. - falei agora me permitindo dar uma pequeno sorriso. Ele me pegou no colo e começou a girar me abraçando, neste momento esqueci de toda a raiva e me permiti rir do mesmo jeito que sempre ti quando estou com ele, ele também riu e foi o tipo de risada que voce começa a rir e não consegue parar, o tipo de risada que faz com que todos os problemas desapareçam. 

- Er... Oi. - alguém falou atrás de nós. E vi a cópia do Connor. 

- Nicholas. - sorri e ele sorriu pra mim, Connor parecia mais irritado do que nunca. - Tudo bem? - arrumei um pouco do meu cabelo que tinha bagunçado com todos os giros e risadas.

- Sim... Eu... Ia te convidar pra ir no cinema. 

- Se não viu ela esta um pouco ocupada. - Connor respondeu. 

- Vai transar com ela de novo... É outra aposta? 

- Cala a boca Nicholas, ninguém te chamou aqui!

- Calma maninho, só vim sair com a minha amiga. - ele falou a palavra "amiga" de uma maneira provocativa e eu achei que estava na hora dessa briga idiota acabar.

- CHEGA. Vamos todos ao cinema. - eles me olharam incrédulos e eu dei de ombros. No final os dois cederam e fomos os três pra lá.

Acabamos vendo um daqueles filmes romanticos chatinhos, na hora de escolher os assentos foi a mesma discussão, acabou que eu sentei no meio dos dois. Gente, dois deuses gregos do meu lado, não sei se eu aguento. 

No meio do filme os dois pegaram a minha mão, me impedindo de pegar a minha pipoca, com força soltei a mão deles e comi minha pipoca em paz, depois eles passaram o braço envolta dos meus ombros praticamente me sufocando, novamente empurrei os dois, qualquer coisa que um fazia ou dizia o outro tinha que repetir, eles eram como imãs, mas faziam isso pra implicar um ao outro.

- Nicholas, dá pra fazer menos barulho pra comer esse pipoca?! - Connor sussurrou no meio do filme. 

- Cuida da sua vida.

- Eu gostaria, mas não consigo fazer isso com voce comendo essa pipoca! - neste momento o Nicholas encheu a mão de pipoca e começou a fazer barulhos com a boca só pra irritar o Connor. 

- Ah, eu não consigo ver o filme com esse idiota aqui. - Connor disse irritado. 

- Então vai embora, ninguém te quer.

- Cala a boca. - eles já estavam falando mais alto e dava pra ver o olhar irritado das pessoas.

- Vem calar, imbecil.

- Olha que eu vou mesmo.

- Quero ver.

- Então ta.

- CHEGA! PAREM COM ISSO! - gritei irritada e todos do cinema olharam pra mim.

- Senhores, vou ter que pedir que se retirem. - o seguração disse. É só o que me faltava. 

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- Expulsos do cinema?! Seus idiotas. - gritei pra eles enquanto nós fazíamos o caminho de volta pra casa.

- A culpa foi do Nicholas.

- A culpa foi do Connor.

- NÃO ME INTERESSA! Parem de brigar! 

Chegamos na frente da minha casa e os dois me deram um beijo na bochecha e se despediram, quando estava passando a chave na fechadura e abrindo a minha porta, ouço passos vindo atrás de mim, olho pra trás e vejo Nicholas se aproximando e Connor olhando pra nós de dentro do carro. 

- Sam... Eu adorei passar esse tempo com voce. - ele disse nervoso passando a mão nos cabelos.

- Eu também. - sorri pra ele. 

- Eu gosto muito de você. - ele disse se aproximando de mim e colocando as mãos envolta da minha cintura nos colocando cada vez mais perto um do outro.

- Nicholas... - antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ele selou nossos lábios. Todos os meus pensamentos sairam da minha cabeça e a só tinha uma certeza na minha vida naquele momento: eu estava adorando beijar ele.

Abri os olhos e a primeira coisa que vi foi um Connor irritado olhando pra nós.