Prit’s POV:

 

Demorei a dormir... Meu sono tava leve, qualquer coisa me fazia acordar. Ou seja, essa não foi uma das minhas melhores noites. E nem meu dia foi muito bem... Passei a maior parte do tempo assistindo filme.

 

Quando bateram umas 5 horas, minha campainha tocou. Era a Mii. Ela veio com a as peças de roupa da festa. O combinado seria eu e a Mii nos arrumar aqui e quando fosse 9 e pouco, o Caco e o Di viesse nos pegar, já que eu morava mais próxima ao colégio.

 

Ok, minha cara não era muito das melhores, mas eu estava um pouco melhor que ontem. Até minha mãe veio falar comigo. Ela começou a contar as histórias dela de colégio que me fizeram refletir um pouco...

 

- Oi Mii! Pode entrar... Já não agüentava mais esperar!

- Nossa, to sentindo que alguém melhorou por aqui! Vem cá, me dá um abraço! – digo, puxando para o abraço de urso.

- Eu pensei, e decidi que hoje eu quero me diverti! – e mostro um sorriso.

- Isso menina! É assim que se fala! Gostei de ver!

- Então... ‘bora lá pro quarto pra gente começar a se arrumar...

 

E lá fomos para o quarto nos arrumar. Estava tudo indo bem até que chegamos a um assunto, que eu queria muito evitar:

 

- Pri, só pra avisar, que quando for 9 e meia o Caco vai vir aqui nos pegar, ook?

- Ah ta... Beleza...

- Só o Caco – e ela deu a maior ênfase da vida dela no SÓ.

- Quer dizer então que o Diego não vai pro baile?

- Não, ele vai sim, mas não vai com a gente até o colégio...

- Ah... Poxa... Pensei que ia me livrar dele... – digo desanimada.

 

“Mas eu estava desanimada de que? Dele não ir com nós até o baile, ou estava desanimada pelo fato que eu realmente não queria vê-lo?’’ Era incrível como eu consegui meio que transformar o que eu sentia por ele, em raiva em apenas um dia...

 

- Pri... Você gosta dele não gosta? Mesmo ele tendo feito, o que fez...?

- Gosto, cada dia mais... E mesmo ele tendo feito isso... Não diminuiu nada, nem um pouco...

- Então, me diz por que mostrar que você sente raiva dele?

- Porque talvez assim eu... Sei lá... É que tipo, eu to com raiva dele, pelo que ele fez!

 

A Mii simplesmente me fitou a olhar, sem resposta... Ela era uma amiga, uma irmã, uma mãe... Sempre que eu precisar de sua ajuda, ela estaria do meu lado. Mas dessa vez, ela não tinha o que falar...

 

- Mas chega de falar dele! Nem eu agüento mais!

- Ce é louca, Pri... – ela se limitou a dizer, sorrindo.

- Mas eu sou a louca, que você não vive sem... Vamos que o tempo urge!

 

Mais algumas horas e nós estávamos prontas. E nem precisamos esperar pelo Caco. Ele também estava pronto. Em dez minutos ele estava tocando a campainha de minha porta.

Mas ao abrir a porta, sorridente, vejo ele... Paralisei... Não sabia o que dizer, minha boca ficou meio aberta, com esperança de que saísse algo, mas nada saiu.

Ele estava logo atrás do Caco, mas mesmo assim eu o vi primeiro. A Mii, sempre para me salvar, surgiu atrás de mim, pulando no Caco:

 

- Amor, como você ta lindo! – ela disse em volta do pescoço do menino – Que o Diego ta fazendo aqui? – ela cochichou no ouvido do mesmo.

- Eu insisti para ele vir... Mas fica calma que eu fico com ele...

 

Enquanto isso, eu fechava a porta e ia à direção do Caco:

 

- E ae, Caco, ta lindão hen... – disse com risos. Agora a Mii ia até o Diego para cumprimentá-lo.

 

Vou admitir! Ao ver aquele menino, meu coração bateu mais forte. Mesmo eu o odiando, minha vontade foi de dizer o quanto ele estava lindo! Pela primeira vez, ele tirou os óculos, e bagunçou o cabelo. E naquela roupa de festa... Meu Deus...

Ok! Priscila! Chega... Ele poderia estar lindo e maravilhoso, mas ainda sim, não mudava o fato de que eu estava brigada com ele.

 

- Pri... Terra chamando Pri... – disse Caco, me cutucando.

- Que?

- Tem certeza que sou eu, quem está lindão para você?

- Não... – digo balançando a cabeça

 

Bem, e lá fomos nós... Caco e Di, atrás e eu e a Mii na frente. Ao chegar entregamos os convites e entramos. O baile ainda nem tinha começado. Tinha poucas pessoas, mas já fomos garantir nosso lugar nas mesas.

No começo o clima ficou tenso, posso dizer, mas com o passar do tempo às coisas foram se acalmando... Eu tinha uma vontade gigante de olhar para o Diego, mas não podia...

Tentava desviar o olhar, mas era impossível. Quando ele via que eu estava o olhando e nossos olhares se encontravam, então eu abaixava a cabeça, ou olhava para outro lugar.

 

Gradativamente, as pessoas foram chegando e a festa começa a aumentar. Alguns alunos passaram aqui para nos cumprimentar ou se despedir. Já ia dar uma hora de festa. Uma hora que estávamos sentados. Por fim, acabo de decidindo a sair para tomar um ar.

 

- Povo... Vou sair pra tomar um ar, daqui a pouco eu volto beleza?

 

Mas ao sair, vejo que a Ana estava entrando com seu mais novo namorado. Olho para ela com desprezo. Ela mais falsa do que nunca, diz:

 

- Oi Pri! – com um sorriso que me dava nojo.

- Oi... – digo apenas, séria e sem um sorriso.  E ao passar por ela, termino – Oi, sua vaca...

- Que foi? Você disse alguma coisa?

- Eu? Não... CE deve ta ouvindo coisas... Cuidado hen...

 

Saio e vou para o jardim da escola. Antes passo no banheiro para retocar a maquiagem e o cabelo. Dou uma ajeitada no vestido roxo e comprido de seda que caia sobre o meu corpo. Para terminar, arrumo a alça de vestido que quase caia.

Já estava voltando para o salão, quando antes decido pegar um copo de batida de coco.

Quando estava voltando para meu lugar, um braço de puxa para a pista de dança...

 

Mii’s POV

 

Finalmente conseguimos convencer o Diego a ir falar com a Pri. Agora era apenas eu e o Caco. Sozinhos. Já ia fazer 2 meses que nós estávamos juntos. Sem uma briga sequer! A cada dia que se passava eu me apaixonava mais por ele.

E ele sempre, doce e gentil comigo...

 

- Mii, ce ta tão gata com esse vestido, sabia?

- Hahaha... Ce também ta lindo com essa roupa...

- Mii, já vai fazer dois meses cara... E com as férias aí, será que...

- Amor, deixa rolar e aproveita o agora! – e dou um selinho, abraçando-o. Você foi a melhor coisa que me aconteceu até agora. Te amo!

- Também te amo, Mii! Demais... 

  

O que posso dizer? Eu me considerava a garota mais feliz do mundo, por estar com o menino que eu tanto gostava... E não estava preocupada com o amanhã, apenas queria viver os momentos que eu tinha com ele, o máximo possível.

Depois do baile, nós conversamos sobre assumir um namoro. Ele estava disposto a conversar com a minha mãe. “Como eu me orgulho dele!”

 

E foi o que ele fez depois que acabou o baile, ele me deu uma aliança e me levou até minha casa. Lá, ele conversou com a minha mãe, pedindo a autorização para me namorar.

Nós estávamos angustiados com a reposta da minha mãe, que foi SIM!

Finalmente, nós podíamos passar as férias juntos, sem mentir para ela.

 

Mas, voltando ao baile, ao me intrigava. Minha total felicidade seria finalizada, se aqueles dois fossem conversar e botar a história a limpo. Acabar por uma vez de toda aquela confusão...

 

 

 

Prit’s POV:

 

Me assusto com tal puxão. Ao olhar para trás para descobrir quem estava por trás de tal ato, eu acabo por descobrir que era o Diego:

 

- Que você quer?

- Pri, eu preciso falar com você... Mesmo que você não escute – e ainda sim, ele não soltava de meu braço.

- Tem como você soltar o meu braço? Fala logo...

- Eu queria dizer que não fui eu quem beijou a Ana. Ela me beijou. Mas ainda sim, você não vai acreditar em mim...

- Mesmo? E você quer que eu acredite?

- Sinceramente? Não posso te forçar a acreditar, mas eu queria saber por que você não acredita em mim, mesmo com nossa amizade...

- Tudo bem, eu falo... Pelo simples fato, que eu achava que você... – e abaixei a cabeça – gostasse de mim, mas depois de ver aquilo, eu descobri que o que eu pensei, era mentira.

 

 

Ele ficou quieto, por um tempo. Quando por fim, eu já ia embora, ele disse:

 

- Espera... A gente precisa terminar isso!

 

Nós já não estávamos mais na pista de dança. Acabei por sair e levando ele para um lugar com menos gente. Para ser exata, fomos para o jardim, onde não tinha ninguém.

 

- Pronto, fala o que tem pra dizer... – digo. Eu já não sabia mais por que estava tratando o garoto daquele jeito.

 

Ele me olha por algum tempo. Pelo jeito ele estava pensando em como começar seu discurso. Eu já estava aflita daquilo tudo. E sim, eu queria que aquilo acabasse de uma vez por todas.

 

- Pri, desde primeiro momento que eu vi você entrando naquela sala no primeiro dia de aula eu não consegui tirar mais você da minha cabeça... E eu nem sabia como chegar até você, mesmo sentando na minha frente... E a cada dia que você chegava mais animada... Sei lá... Mas depois de um tempo, a gente foi se conhecendo melhor, até que chegou o seu aniversário.

 

Eu estava congelada. Não dizia nada... Não me mexia. Aquelas palavras entravam nos meus ouvidos e penetravam na minha mente. Aqueles olhos olhando para mim, me faziam ficar sem jeito, sem reação... Eu só podia ouvir...

 

- A Mii veio com a idéia de fazer uma festa surpresa para você, foi aí que eu não achei melhor hora para dizer o que sentia por você. A Mii já tinha me dito que você gostava daquela musica... Se eu queria dizer o que você significava para mim, eu disse tudo com aquela musica...  – ele suspirou profundamente, para criar forças para continuar.

- Pri, eu me senti o cara mais feliz de mundo, quando você me abraçou – e quando ele disse isso, eu mostrei um sorriso, com as lágrimas enchendo meus olhos.

- Aí, o tempo foi passando, e quando eu percebi você já tinha tomado conta de mim, era seu carinho, sua amizade... Sei lá, eu já... – ele não terminou, mas continuou a dizer.

- E por fim veio o baile, mas antes o acontecido da escada – eu ri por me lembrar como se fosse ontem. – Mas aí, na quinta-feira a Ana disse que queria voltar para com alguém, porque tinha alguém a seguindo... Mas quando eu cheguei na minha casa, ELA me beijou, mesmo eu fugindo e desviando o assunto, e aí você chegou...

 

Meu sorriso havia ido embora. Agora eu olhava para ele naturalmente, esperando que ele terminasse de dizer tudo aquilo. Eu já sabia o que ia fazer, independente do que ele iria dizer, e de qual fosse a historia que ele ia contar...

 

- Meu mundo caiu naquela hora, mas foi pior quando você me disse que gostava de mim, e me achava diferente... Eu não sabia o que dizer, e meu maior erro foi não fazer nada e ver que você tava indo embora. E o que eu nunca quis que acontecesse, por fim acabou acontecendo...

- O quê?

- Eu magoei você... E fiz você sofrer, por algo que eu fiz... Mas agora eu disse tudo o que eu tinha que dizer... – e fiquei olhando aquela carinha que mesmo tendo feito tudo aquilo, não saia da minha cabeça.

 

Houve um silencio por algum tempo. Ninguém dizia nada, talvez os dois estivessem esperando alguma resposta, ou algo. Mas, quando ele estava se virando para ir embora, calmamente eu coloco meu copo de batida no banco, ergo-me e pego em sua mão...

Ele se vira, e vejo que não estava surpreso. Mostro um sorriso, e vou me aproximando dele, calma, como se tivesse todo o tempo do mundo. Minhas mãos foram caminhando da sua mão, para os braços até chegar ao seu pescoço. E meus olhos sempre fixos nos dele. Uma de suas mão cercou minha cintura, fazendo com que eu ficasse mais próxima a ele.  A outra, por sua vez, acariciava meu rosto, delicadamente. Sua cabeça abaixava-se para chegar à minha. Nossos lábios se encontraram com um selinho demorado, para assim se aprofundar em um beijo calmo e suave, que depois ficou intenso e demorado.

Eu não pensava em nada, mas se tinha que dizer alguma coisa, eu acabei por demonstrar nesse momento...

Acabamos por cessar o beijo. Nenhum dizia uma só palavra. A felicidade que crescia dentro de mim, me fez sorrir. Meus dedos entrelaçado em seu cabelo. Minhas bochechas mais quentes do que nunca. Suas mãos em minha cintura. O momento, enfim... Tudo...

 

- Foi um belo discurso, sabia? – digo, quebrando com o silêncio.

- Sério? Muito obrigada... Foi muito difícil para mim... rsrsrs...

- Sabe o que eu to morrendo de vontade de dizer, desde hora em que eu vi você?

- Não... O que?

- Que você ficou muito lindo com roupa de pingüim. – ele pega minha mão, para entrarmos no salão, já que tínhamos um baile.

- Pensei que você tinha achado o Caco lindo de pingüim... Pois então digo o mesmo de você, nem consegui tirar os olhos quando você saiu para nos atender...

 

Rimos, já que ambos ficaram um pouco corados. E entre risadas, entramos no salão com um selinho. De primeira, avistamos a Mii e o Caco, mas como o “papo” entre eles estava muito bom, decidimos por não atrapalhar o casal. Apenas fomos para a mesa, para colocar minha bebida, que nessa altura do campeonato já estava mais do que quente.

 

- Eu to vendo bem? Quer dizer então que no final, vocês se resolveram? –o Caco solto, com uma voz irônica.

 

Olhamos uma para a cara do outro, e rindo respondemos em coro:

 

- Er... Acho que sim né?

- Já não era sem tempo... – a Mii diz, olhando feliz em nos ver.

 

Mas nós entramos um pouco tarde, o baile já estava quase no final e as musicas era mais calmas. Esperamos os dois se levantarem, e fomos para a pista. Uma vez lá, me abracei no Diego, e começamos nos mexer no ritmo na musica. Foram uma duas e quando começou a terceira musica, nós sorrimos em saber que era a NOSSA música.

- Sua musica... – ele diz.

- Não... Agora é a nossa música... – digo, e termino com um beijo.

 

E ao ritmo daquela baladinha calma, e romântica eu considerei aquele sendo o melhor dia da minha vida e acreditando que ele era um garoto diferente, como eu achava. E me senti a menina mais sortuda por estar nos braços dele, e com ele.

 

 

                                               FIM!