Será!? escrita por Mila


Capítulo 19
Ainda existe o mistério!


Notas iniciais do capítulo

Ufa, o último capítulo, ainda bem!
Eu disse que teria mais um, mas consegui escrever a última partezinha a tempo e juntá-lo ao final desse capítulo.
Então, é isso.
Boa leitura



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–Ela... Ela está morta mesmo. - Amy sussurrou com a mão na boca, horrorizada.

As luzes da sala começaram a falhar e os equipamentos começaram a soltar faíscas.

–Temos que sair daqui! - Ian lembrou-a.

Eles deveriam se preocupar com Mila depois.

No instante seguinte que terminaram de amarrar e amodaçar o Vesper, Amy e Ian ouviram o som de muitos passos correndo e gritaria. Assim que colocaram a cabeça para fora da sala para ver o que acontecia quase foram levados pela multidão.

Demoraram alguns segundos para compreenderem que aqueles eram os Cahills sequestrados.

–Espere! -Amy gritou para eles. - Temos que sair daqui. A saída não é muito longe. Há uma equipe esperando por vocês lá em cima!

Ao reconhecerem Amy, os Cahill foram parando e se acalmando.

Ian sacou o walk-talk do bolso assim que ele chiou.

–Kabra. - vociferou a voz do Capitão Nealbord no aparelinho. - Estamos com problemas. Lembra das medidas que eu lhe disse que tomaria se a situação exigisse?

–E ela está exigindo? - ele perguntou, receoso.

–Sim. - o Capitão bufou. - Os Vespers estão fugindo.

–Espere, acabamos de encontrar os Cahill. Estamos indo para a saída. Quanto tempo temos? - ele perguntou enquanto gesticulava para que Amy e os outros Cahills o seguissem pelo caminho que veio.

–Vocês tem vinte minutos. Câmbio, desligo.

Eles correram até a sala redonda e clara e chegaram sob a abertura do teto pela qual desceram.

–Legal. - um dos Cahill ofegou. - Como vamos subir ali?

Uma garota virou-se e apontou para uma escada de degraus brancos sem corrimão que seguia em espiral, contornando a sala por dentro.

–Que tal aquilo? - ela disse.

–Não sei se vai dar no mesmo lugar

–Talvez precisamos dar apenas algumas voltas a mais. - um garoto pensou.

Contando que eles não conheciam o lugar e não tinham muito tempo, aquela era a melhor ideia.

Correndo, os Cahills subiram as escadas de degraus brancos. Ian já ia logo em seguida, mas Amy segurou a manga de sua camisa e olhou para ele com os olhos marejados:

–E quanto a Mila?

–Amy, ela está...

–Eu sei! - ela o interrompeu. - Mas... o Vesper que carregava o seu corpo? Ele estava bem atrás do grupo. Logo ele chega aqui...

Um pedaço do teto caiu sobre um dos primeiros degraus da escada, o derrubando do chão. Ian rapidamente puxou Amy para o degrau em que ele estava.

–Logo é muito tempo. - ele disse com um aperto no tempo.

Eles começaram a subir correndo as escadas, de mãos dadas.

–Eu não sei quem ele é, Ian, mas eu espero que ele consiga. - ela sussurrou, com medo.

–Eu também. - ele confessou baixinho.

*****

Vitor entrou correndo na sala redonda com Mila em seus braços. As luzes do lugar piscavam e explodiam em faíscas, e o teto desmontava em cima do piso e dos degraus da escada, aquela que levava a saída que ele precisava.

Se não estivesse segurando Mila, ele sabia que seria capaz de pular a enorme distancia entre os degraus, mas estava com ela, e deixá-la para trás não era ideia que pudesse ser cogitada. Ele não deixaria Mila para trás.

Eles se conheceram em um acampamento, onde Mila usava o seu nome verdadeiro e a identidade de Vesper dele ficava enterrada em seu coração. Eles se tornaram amigos, mas sempre houve um sentimento maior que esse entre eles.

Então descobriram sobre as verdades um do outro. Mila era uma Cahill e Vitor havia sido recrutado como Vesper. Ninguém nunca soube disso, mas eles desistiram de tudo isso e prometeram um ao outro que a amizade deles deveria ser maior que qualquer assunto Cahill e qualquer plano Vesper.

Ele simplesmente não podia deixá-la para trás.

–Você precisa ir... - ela sussurrou entendo tudo.

–Você também. - ele disse sério e pensativo, sem olhar para ela.

–Estou falando sério. - ela ofegou, com muita dor.

–Então cale a boca. - Vitor resmungou e avistou o que procurava.

Havia uma porta sob os degraus da escada que levavam a Ala da Marinha. Ele adentrou correndo no corredor de paredes claras que caia sobre sua cabeça, do qual, ele sabia, levaria às cavernas de água subterrânea que desaguavam no oceano atlântico.

Se conseguisse chegar a tempo e pegar uma dos submarinos pequenos...

Ele correu ainda mais rápido, embora suas costas já doessem por estar carregando Mila há tanto tempo.

Vitor colocou Mila com cuidado no chão e se esforçou para empurrar a pesada porta de metal para o lado. Assim que a abriu o suficiente para passarem, ele foi acertado com um forte soco no queixo.

–Você não vai escapar, seu traidor. - disse o Vesper, quase cuspindo.

Não tendo muito tempo para se recuperar, ele agiu. Desviou do segundo soco do homem, que acertou a porta de metal atrás de si. Depois pegou o seu braço e o prendeu atrás das costas com força, quase o quebrando. O homem gritou de dor, mas conseguiu, com o seu braço livro, acotovelar a barriga de Vitor.

Sem querer, Vitor o soltou.

Rápida, Mila passou uma rasteira no homem com sua perna boa. Ele caiu e bateu a parte de trás da cabeça do chão.

Vitor se inclinou sobre ele e desferiu um soco em seu rosto, deixando o homem desacordado.

Por mais que não fosse como os outros Vespers, Vitor ainda era um deles e possuía o mesmo sangue frio e a mesma mente ardilosa.

Ele voltou para perto de Mila e a ergueu novamente no colo. Ele se aproximou de um painel e ela bateu no botão que abria o vidro de um minúsculo submarino que flutuava na água escura da caverna.

Vitor ajeitou Mila no banco do passageiro e entrou, rapidamente fechando o vidro do submarino sobre eles. Os motores do submarino foram ligados.

No instante seguinte as paredes da caverna caíram.

*****

Depois de fazerem algumas curvas a mais do que pretendiam, até achar a passagem pela qual tinham descido com a equipe do Capitão Nealbord, um por um, os Cahills subiram a escadinha e entraram na fábrica abandonada.

Havia alguns soldados aliados que instalavam inúmeros explosivos por toda parte e tentavam impedir, lutando, que Vespers fugissem.
Era definitivamente uma guerra.

O som de tiros estava para todos os lados, o teto desmoronava lentamente, haviam corpos jogados no chão, Cahills e Vesper se atracavam violentamente...

Amy quase gritou quando um homem caído no chão, do qual ela pensou que estivesse morto, agarrou seu tornozelo.

–Vocês não... tem muito tempo. - ele ofegou, sem forças. Um filete de sangue escorria de sua boca. - Saiam daqui... agora.

Ela não precisava de outro aviso.

Corajosamente, Ian passou um dos braços do homem por seu ombro e outro Cahill fez o mesmo com o outro braço do soldado, erguendo-o do chão e sustentando.

Amy olhou para ele impressionada. Ian Kabra ajudando até quem não conhece?

–Não vamos deixar nenhum soldado para trás. - ele respondeu com a voz firme e corajosa.

Eles saíram correndo, pulando os escombros e desviando de tiros que rasgavam o ar a todo momento. Eles mal conseguiam ver as coisas através da fumaça ou escutar algo além do terrível som da guerra.

Do lado de fora da fábrica abandonada, muitos levaram a mão aos olhos, ao ficarem momentaneamente cegos com o sol forte da Namíbia.

Eles subiram o barranco de areia com as últimas forças que possuíam. O Capitão Nealbord ficou surpreso ao ver Ian carregando um dos soldados barranco acima e rapidamente o ajudou a colocar o homem num helicóptero grande onde havia uma equipe médica.

Era difícil escutar alguma coisa com o barulho das hélices tão alto, mas o Capitão Nealbord agradeceu Ian com um gesto curto de cabeça e gritou para ser ouvido:

–Precisam entrar!

Enquanto os Cahills entravam dentro de um dos enormes caminhões, Amy e Ian subiram em um helicóptero e rapidamente colocaram os fones de ouvido. O som ficou mais abafado. A porta se fechou com um baque e em pouco tempo o helicóptero levantou voo.

Olhando pela janela eles viram a fábrica explodir numa enorme nuvem de poeira.

Ian ficou tonto e perdeu o fôlego, não conseguindo impedir que uma lágrima grossa escorresse por seu rosto. Com uma dor terrível no coração, Amy fechou os olhos e chorou.

Eles sabiam que ainda tinha gente lá embaixo.

*****

ALGUM TEMPO DEPOIS...

Sentada numa mesa do lado externo do Café, uma menina escondida atrás de um óculos de sol caro, um chapéu de abas largas e uma xícara de chá preto encostada nos lábios, observava um casal em especial passear pelas ruas de Paris de mãos dadas.

Os cabelos ruivos de Amy Cahill caiam em ondas sobre seus ombros e balançavam ao redor de seu rosto sempre que ela se mexia ao olhar para o rapaz de mãos dadas com elas, seu namorado, Ian Kabra, vestindo calças sociais pretas e camisa azul clara de botões. Um traje bem chique, mas apropriado para a luxuosa capital francesa.

Eles pareciam muito felizes juntos. Finalmente algum plano do Ian deu certo, a garota pensou sozinha.

Ela tomou um gole de seu chá, enquanto observava os dois.

–Você vai ficar assim mesmo? - o seu acompanhante perguntou-lhe, tirando seu foco. Ela ergueu um pouco a cabeça para olhá-lo, sem deixar que a aba de seu chapéu se levantasse demais e mostrasse os cortes ainda recentes em seu rosto. O loiro, também escondido atrás de óculos escuros e do cardápio do Café em que estavam, fitou os olhos negros dela. - Morta?

Ela lhe deu um sorriso malicioso, fingindo inocência.

–Eu não sei de quem está falando. Mila Dragão? Ela está morta, Vitor, eu já lhe disse isso... Ah, e querido, é melhor escolher um codinome agora que você também está supostamente morto.

–Pretzel. - ele disse. Ela arqueou as sobrancelhas, surpresa por ele fazer uma brincadeira assim tão repentina. Vitor riu da cara dela e se explicou, feliz: - Antes de escolher um codinome, eu vou comer um pretzel.

–Claro. - a antiga Ekat e ex Mila Dragão, revirou os olhos e bateu os olhos numa carta pousada em cima da mesa da qual ela ainda não quisera abrir. Havia uma enorme letra M carimbada no envelope. Ela sabia de quem era e sobre o que falava, mas ainda era muito cedo para ela, em qualquer disfarce que inventasse, voltasse a ser uma agente.

Então o casal que ela tanto observava, parou um pouco com os sorrisos e as brincadeiras. Ian Kabra fez Amy parar no meio de uma das mais movimentadas calçadas de Paris e ajoelhou-se em frente a ela. Abriu uma caixinha e lá, mesmo de longe era possível ver, brilhou um lindo anel dourado.

Muitos turistas que passavam por ali pararam para admirar o pedido de casamento, encantados. Alguns tiravam foto, outros gravavam e alguns apenas babavam.

Amy perdeu a cor e depois ficou inteira vermelha, como se o seu corpo não tivesse se lembrado de que cor deveria voltar a ficar. Ela abriu a boca querendo dizer alguma coisa, e por um momento não soube onde enfiar a cara. Depois disso ela riu, agarrou a camisa de Ian e o puxou para cima, grudando seus lábios num beijo demorado.

As pessoas ao redor aplaudiram.

A garota que já foi conhecida como Mila Dragão não conseguiu esconder um sorriso e uma curta risada.

–Bem discreto, Ian Kabra. - ela murmurou para ela mesma.

Será?– Vitor disse, também observando a cena, e depois se virou para ela. - Eu digo, será que esse casamento vai dar certo?

Mila não soube se ria ou se chorava quando ele disse isso. Ela apoiou a cabeça na mão e o cotovelo na mesa, e riu de olhos fechados.

–Vitor, - ela murmurou com um sorriso nos lábios. - Cale a boca.

FIM


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Notas finais do capítulo

NOTAS DA AUTORA:
Os Cahill e os Vesper não me pertencem, pertencem aos fantásticos escritores da série THE 39 CLUES. Apenas alguns personagens dessa história são de autoria minha, como: Mila Dragão (codinome), Ethan Nobre (mesmo que ele seja Ian, essa é uma segunda identidade dele criada por mim que não tem na divina série THE 39 CLUES), Hans Carter(agente Vesper), David Peter Rosemore(agente Vesper), Anna Kennedy(codinome), Jake Caustin (codinome), Helen While(codinome), Kleiton (gerente do hotel), Olivia (secretária do hotel), Francesco (o fabricante de armas), General Bronkson (da Base de Operações Secretas dos Lucian), Capitão Nealbord (capitão da equipe de resgate aos Cahill)...
Ravenna é uma cidade da Itália real. Namíbia existe sim, é um país da África e o trópico de capricórnio passa por ele. Níger também existe, colegas, e o trópico de câncer, coincidentemente (sorte minha), passa por esse país.
O Mercato del Dulces Nigerinos não existe, ok? É tudo fruto da minha imaginação fértil.
A minha ideia inicial quando eu coloquei MDN na arma de David Peter Rosemore eu não lembro, mas com certeza não era essa do Mercato, eu tive que criar outra e deu no que deu.
A Base de Operações Químicas dos Lucian em Angola foi ideia minha e a Base dos Vesper na Namíbia também foi fruto da minha imaginação.
HAHO e HALO são procedimentos com o paraquedas que existem e são praticados de verdade. Há uma menção desses procedimentos no livro Livro Negro da Família Cahill, na página das técnicas do clã Ekatherina.
Essa história não é verídica.
AGRADECIMENTOS:
Desculpa por toda a demora, os meus inúmeros errinhos, minha chatice...
Muito obrigada a todos que comentaram, favoritaram e recomendaram minha história. Um obrigada especial àqueles que comentaram até o último capítulo.

Beijos, e até mais, espero que tenham gostado.



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