Outro Conto Da Cinderela Moderna escrita por LuhJackson


Capítulo 24
O que você...? Ah! No carpete não! E... Peter?!


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente! Muito obrigada pelos... 4 reviews? Ok... Isso é, tipo, muuuuuito desanimador... Eu sinceramente estou pensando em desistir da fic! Cara... Em uma semana eu perdi 6 leitores! E dos 37 que ainda sobraram... Só 4 comentam?!
Ok, como eu disse que ia tentar postar um capítulo por semana...
Tá aí!
Boa leitura!



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Ela estava sentada à mesa da cozinha, com seu roupão branco e uma xícara de café nas mãos.

– Será que vocês conseguem fazer silêncio por vinte minutos? Pelo menos até eu ir trabalhar? – Minha mãe perguntou sarcástica, nos olhando com olhos semicerrados e aparentando estar bem cansados e cheios de olheiras.

Ela então se levantou, parecendo um zumbi, e pegou sua xícara enquanto ia para a sala. Katie e eu nos entreolhamos, demos de ombros e a seguimos.

– Então... Mãe. – Comecei e Katie e eu sentamos, ao mesmo tempo, uma de cada lado dela no sofá. – Você parece bem mal...

– Ah, não me diga... – Ela murmurou e colocou algum comprimido na boca, provavelmente para ajudar com a ressaca, e começou a tomar seu café.

– O que você e a Tia Rosa fizeram ontem à noite? – Perguntei rapidamente, antes que perdesse a coragem.

Bem... Minha mãe reagiu com essa pergunta melhor do que eu imaginava. Quer dizer... Se você considerar que eu esperava que ela gritasse um “você não precisa saber o que eu faço ou deixo de fazer em uma festa com bebidas alcoólicas!” e me mandasse para o meu quarto, de castigo. Mas a reação dela foi bem diferente do que eu imaginava: ela cuspiu o café que estava tomando e corou violentamente.

“Hum... Aí tem...” pensei, dirigindo um olhar desconfiado à minha mãe e indicando as escadas com a cabeça para a Katie.

– Ah... Eu e a Katie vamos trocar de roupa e depois descemos para tomar café e ir para a escola, ok?

– Façam o que quiserem! – Ela resmungou e tentou disfarçar ainda sua expressão envergonhada, mas acho que agora já não adiantava muita coisa, já que até o carpete da sala, cheio de café cuspido, provava que algo havia acontecido. – Acho melhor eu limpar isso, antes de ir trabalhar... – Ela comentou, antes de se levantar e voltar para a cozinha.

Katie e eu subimos para o meu quarto correndo e eu tranquei a porta.

– Só eu percebi que a minha mãe estava muito estranha? E que aconteceu alguma coisa possivelmente vergonhosa ontem à noite? – Perguntei e me sentei na minha cama de pernas cruzadas, enquanto a Katie pegava sua mochila e se dirigia ao banheiro do meu quarto.

– Não, não foi só você. – Ela me garantiu antes de fechar a porta.

Escutei logo em seguida o barulho do chuveiro sendo ligado.

Cheguei à conclusão de que minha mãe não me falaria nada enquanto a Katie ainda estivesse aqui. Minha mãe não é o tipo de pessoa que conta suas loucuras numa noite bêbada para qualquer um!

Enquanto esperava Katie sair do banheiro para eu também poder tomar meu banho, sentei no carpete do quarto e comecei a, finalmente, desfazer a mochila que havia levado para a casa de Katie. Em um dos bolsos menores, encontrei um bloquinho de papel e um lápis.

– “Operação Cupido”... – Murmurei e ri. Arranquei as folhinhas do meu plano e guardei em uma das gavetas de minha escrivaninha.

Comecei a rabiscar algumas coisas aleatórias no bloquinho, tentando passar o tempo e, quando vi, tinha escrito várias coisas do tipo: “Príncipe Derek” ou “Sra. Thompson”.

– Sabia que você era afim dele.

– Ahhh! – Gritei com o susto e dei um pulo.

Uma Katie com os cabelos castanhos e ainda molhados do banho se contorcia de rir no chão, apertando a barriga com as mãos.

– Você quase me matou de susto! – Falei e eu devia estar muito vermelha naquele momento, só não sei se pela raiva ou pela vergonha. – Como você saiu tão silenciosamente daquele banheiro?

– Você devia ter visto a sua cara... – Ela falou, enquanto secava uma lágrima no canto do olho, e ignorou completamente a minha pergunta. – Mas fala aí... – Ela me olhou curiosa. – Se uma garota começa a escrever o nome de um garoto em seu caderno ou... – Ela lançou um olhar significativo para o bloquinho de papel caído ao meu lado. – Em qualquer outro pedaço de papel... – Então ela sentou na minha cama de pernas cruzadas, cruzou os braços e levantou uma sobrancelha antes de continuar. – Ela está ou não apaixonada por esse garoto?

– Eu...

– Você... – Ela incentivou.

Abri a boca para responder, mas antes que ela percebesse o que eu iria fazer, me levantei correndo e entrei no banheiro. Ainda com a porta fechada, disse:

– Vou tomar banho! Pode ir tomando café se quiser!

– Cindy, Cindy... Você não entende que não vai conseguir escapar de mim? – Ela riu. – De qualquer modo... Eu não quero me atrasar para a escola, então... Vou te esperar lá em baixo.

Colei o ouvido na porta e escutei os passos dela pelo quarto e depois o barulho da porta se fechando. Soltei um suspiro aliviado e fui tomar meu banho, mesmo sabendo que, assim que saíssemos para a escola, ela me metralharia de perguntas.



Eu estava me encarando no espelho do banheiro, ainda de toalha e com os cabelos molhados.



Fiz minha própria descrição mental: cabelos castanhos que iam até quase a cintura, olhos também castanhos e um corpo relativamente normal para minha idade, com as curvas certas, mas nada de mais, nada como as líderes de torcidas, que tinham as bundas maiores do que os próprios cérebros (o que, venhamos, nem era tão difícil...). Então como dois dos garotos mais lindos que eu já tinha visto poderiam se sentir atraídos por... Mim?

Na verdade... Eu nunca me achei muito especial e as únicas pessoas que sempre me diziam “o quanto eu sou bonita” são da minha família, quer dizer, não contam muito... Alison nunca me dizia coisas do tipo: “nossa, amei seu cabelo!” ou “como você está bonita hoje!”, coisa que ela costumava dizer a quase cada aprendiz de patricinha que passava por nós no corredor.

Resolvi parar com toda aquela paranoia e sair do banheiro. Assim que terminei de me arrumar, desci as escadas e encontrei Katie e minha mãe conversando animadamente no sofá, mesmo que minha mãe ainda estivesse com uma cara de sono horrível. Achei aquilo muito estranho... Nunca pensei em minha mãe como uma pessoa divertida para minhas amigas (mesmo que eu nunca tenha tido muitas...), então acho que vocês já devem imaginar a minha cara quando vi aquela cena.

– Então... Vamos? – Perguntei à Katie.

– Ah, claro! – Ela respondeu e se virou para minha mãe novamente. – Tchau, Sra. Parks!

– Tchau, minha querida! E não precisa me chamar de Sra. Parks, pode me chamar de Lílian. – Minha mãe me assustou com o último comentário.

– Ok, Lílian. – Katie a abraçou e se levantou, pegando sua mochila e indo em direção à porta.

– Depois conversamos sobre sua “noite fora”, ok? – Sussurrei para minha mãe, o que fez ela corar. Rolei os olhos. “Mães...” pensei. – Tchau!

– Tchau, filha... Tenha um bom dia! – Ela respondeu ainda um pouco nervosa.

Lancei um olhar desconfiado para ela, mas me dirigi até a porta. Quando Katie e eu já estávamos fora de casa, andando em direção à escola, me virei para ela.

– Lílian? O que exatamente foi aquilo?

Ela só rolou os olhos e riu.

– Digamos que eu passe muito tempo com os empregados lá de casa e acabe me dando melhor com os adultos do que com as pessoas da minha idade.

– Então quer dizer que minha mãe vai virar sua “melhor amiga” agora?

– Ciúmes, amiga? – Ela levantou uma sobrancelha, rindo.

– Ciúmes de uma garota chata e que só sabe me irritar? Ha ha!

– Eu sei que você me ama, sua chata! – Ela deu um tapa no meu ombro e nós rimos.

Fomos caminhando e rindo, principalmente depois que a Katie perguntou como o Derek beijava e eu disse que fomos interrompidos... Umas duas vezes.

Quando chegamos à escola, avistei um garoto loiro encostado no muro, como os braços cruzados e um sorriso no rosto. Por causa da jaqueta de couro e da moto estacionada no meio fio ao seu lado, ele poderia até parecer um daqueles badboys que vemos na televisão, mas seu sorriso estava contente e inocente demais para isso.

– O que diabos ele...? – Katie deixou a pergunta morrer quando ficamos de frente para Peter, que agora parecia se divertir com a irritação de Katie.

– Olá para você também, Kay! – Ele disse irônico e pegou um embrulho que eu não havia notado antes na garupa da moto. – Aqui. – Ele jogou o embrulho para Katie e ela o pegou, mesmo tendo quase deixado-o cair. – Encomenda do seu pai. Ele disse que é para compensar a viagem dele de última hora à Austrália.

Ela levantou uma sobrancelha para o embrulho e se virou novamente para Peter:

– Viagem de última hora? – Ela suspirou cansada. – Ok, vamos ver qual é a “recompensa” da semana.

Ela abriu o pacote e eu me surpreendi com o que havia ali dentro: um celular de última geração! “Mas na internet dizia que aquele modelo só iria lançar daqui a um mês! Ok, ser filha de um dos maiores (se não o maior) distribuidores de equipamento eletrônico do mundo tem suas vantagens...” pensei.

Eu imaginava que a Katie fosse começar a gritar, ou pular, ou dançar, ou gritar, pular e dançar ao mesmo tempo... Mas ela só olhou cética para o celular, suspirou mais uma vez e o guardou na mochila. Depois olhou desconfiada para Peter.

– Por que será que eu acho que você não veio até aqui só para me entregar o “pedido de desculpas” do meu pai? – Ela levantou a sobrancelha novamente.

Peter levantou as mãos em sinal de rendição de rendição e riu.

– Ok, você me pegou! Não vim aqui só para isso...

– Ainda mais porque o Jasper poderia vir no seu lugar. – Ela o interrompeu.

– Mas você preferia uma moto ou uma limusine estacionada bem em frente à sua escola? – Ele rebateu, e agora era sua vez de levantar a sobrancelha.

Ela olhou em volta. O estacionamento da escola, que ficava há alguns metros de onde estávamos, estava lotado. Katie bufou e se rendeu, rolando os olhos.

– Eu vim aqui para falar com a Cindy.

Arregalei os olhos. Até essa hora, Peter não havia nem me cumprimentado e tinha somente lançado olhares furtivos, que a Katie não parecia ter notado, durante toda a conversa. Mas ali estava ele, falando para a garota que gostava dele (o que ele é lerdo demais para perceber!) que ele quer falar com a melhor amiga dela.

“Acho que vou dar um troféu de ‘Lerdo do Ano’ pra esse cara...” – “To contigo, consciência.”

– C-cindy? – Katie se virou para mim, com uma expressão muito triste nos olhos.

– Não dá, nós temos aula agora. – Falei para Peter e me virei, indo em direção ao estacionamento da escola, mas antes que eu desse dois passos, Peter segurou meu pulso.

– Espera! – Ele me virou para ficar de frente para ele. – Dois minutos. Eu prometo.

Olhei para Katie e ela assentiu, me incentivando.

– Depois a gente se fala. – Ela falou e foi em direção ao estacionamento.

Suspirei e olhei para o par de olhos castanhos que me encaravam com um olhar pidão.

– Ok, você tem dois minutos! – Cruzei os braços e me afastei um passo.


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Notas finais do capítulo

Será que seria muito pedir um reviewzinho? Por favoooooooooor?
Poxa... :'(
Até o próximo capítulo... se eu não desistir por falta de incentivo, né...
Beijinhos!