Um Dia Tudo Muda escrita por Niina Cullen


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Opaaa... Capítulo 23 avista?
Yees... Desculpem a minha extrema demora, é que não estava com cabeça para digitar o capítulo, na verdade, se eu o tivesse digitado, ele teria sido espelhado no que estou passando - nossa que drama... Acho que já se acostumaram né rs.
Bom... Aqui vai o Capítulo onde o encontro é inevitável...
Boa Leitura!!!



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Um Dia Tudo Muda

Capítulo 23

(Narrado em 1ª Pessoa – Bella)

Eu não queria admitir que o tivesse perdido, mas esse pensamento perturbador não saia da minha cabeça.

Ali, caminhando pelos espaços entre um tumulo e outro, eu fiquei pensando se em algum momento a minha dor, o meu vazio, tinha significado algo além do imaginável. Eu não conseguia me ver de outra maneira; eu não me conseguia ver lidando com a morte de Elisa de outra maneira. E ali estava eu, querendo superar tudo com o amor da minha vida.

Eu errei a partir do momento que decidi viver o meu martírio, o meu sofrimento incontido sozinha, mas eu não queria errar de novo. Eu não podia errar de novo; não com ele, não com Elisa.

Tentei apressar os meus passos, com medo de que eu tivesse chegado tarde de mais, mas as minhas pernas não me obedeciam. Elas não avançavam com a rapidez que eu tanto queria. Talvez fosse pelo medo de perder de novo, o que eu deixei que fosse.

De repente, senti meu coração doer, não era uma dor comum, ou algum indicio de ‘sobrecarga’, não, não era isso. Eu o sentia doer, como nunca pensei em sentir.

O alivio não me tomava, eu não sabia onde ele se encontrava, mas sabia onde Edward estava, e agora, podia vê-lo.

O cemitério não estava repleto de pessoas – talvez não estivesse ninguém além dele e eu.

Ele se encontrava ajoelhado em frente à pedra de granito que continha o nome de Elisa, e aquela frase, que tanto dizia tudo. Por um momento, quis recuar, não vi no direito de interromper aquilo. Na verdade, eu não tinha direito de nada, desde que fiz ‘pouco caso’ do amor dele por mim...

Podia observar que os lábios dele se moviam com uma graciosidade tão conhecida por mim, e abandonada pela mesma, pois a verdade seja dita, eu o deixei ir, eu deixei que ele pensasse que ele não mais importava para mim. Eu o deixei pensar coisas absurdas, que jamais seriam possíveis de acontecerem: como eu deixar de amá-lo.

Ele conversava com Elisa, e mais uma vez me vi pensando em recuar.

Mas eu não podia, eu não devia fazer isso. Ele estava ali, a poucos metros de mim, como antes nunca pensei ser possível de novo.

Será que seria ali o nosso fim? E se ele me dissesse as palavras cujo as quais eu merecia?

Você quis assim... Você me afastou da sua vida.

A culpa foi sua.

...

Ao mesmo tempo em que aquelas frases entoadas por um Edward que não existia – era só fruto da minha imaginação conturbada – doíam em mim, eu sentia a veracidade delas. Eu merecia aquelas palavras, mas a minha dor se dissipou na mesma velocidade em que se fez presente, quando comecei a entender o que Edward dizia para a nossa filha:

- Eu não queria que fosse assim minha pequena. Queria que você estivesse aqui, e com isso tudo voltaria ao normal. – Ele dizia com um pesar antes nunca interpretado por mim. Eu sabia que agi errado em simplesmente querer que ele não sofresse, eu fui egoísta em não querer que ele presenciasse a minha degradação.

Ouvi a respiração dele ficar mais fraca, como se ele tivesse perdido o ar, e o recuperado com um suspiro audível.

- Desculpe não ter vindo me despedir quando parti. Mas estou aqui agora, e você nunca me fez tanta falta, como sei que fará agora.

Ele estava decidido a ir, e eu me vi sem saber o que fazer, sem saber como agir.

- Não sei se você pode entender isso meu anjo, mas... Eu só queria mais uma vez a nossa família junta. Esse vazio que eu sinto a cada dia mais visível, está acabando comigo, acabando comigo. – Ele repetia aquelas palavras, como que se a primeira já não fosse o suficiente. Agora, com a mão direita passando pelos cabelos desalinhados naturamente de uma cor tão vivida, ele tentava se abstrair da dor interna que sofria, infligindo dor em si próprio.

Eu queria impedi-lo, e foi quando senti que agora minhas pernas me obedeciam devidamente, que eu caminhava com calma na direção dele, mas ao mesmo tempo que poderia ser interpretado como calma por quem visse, por mim, o que eu sentia, era que já tinha perdido tempo de mais com aquela distância, e que agora, a estava encurtando.

Só agora consegui ver uma rosa no tumulo de Elisa, uma rosa que só poderia ter sido trazida por ele.

A vontade que tinha de me fazer invisível antes, de ir embora, deixá-lo em paz, ela venho com mais abundância, só que agora era diferente que chegava a ser discernível, pois agora eu não queria mais me afastar achando ser um estorvo, eu ansiava em poder tocá-lo, em lhe dizer, pedir, que não duvidasse do meu amor por ele, e ainda mais, ansiava pela vontade incontrolável de fazê-lo ficar, de querer sentir os braços firmes dele a minha volta, de sentir a quentura inebriante que provinha de seu corpo, e por fim, mas não sendo literalmente, sentir os lábios deles nos meus, me esquecer de tudo – fazê-lo esquecer de tudo –, pois ali eu teria a certeza de que ele sempre esteve comigo.

Eu sabia que ele se deu conta da presença de alguém atrás dele, mas não me vi de novo no direito de achar que ele sabia que seria eu. Mas quando senti ele se levantar – deixando a posição ajoelhada –, e virar diretamente para encarar os meus olhos, eu percebi que não adiantava eu não me sentir no direito de algo, que sempre aconteceu, de algo que nunca abandonou ambos: a certeza de que quando nos aproximávamos.

O verde espelhado naquele olhar que brilhava por mim – por uma pessoa que não merecia aquilo – clamava por respostas, ou talvez, com uma certeza sem precedentes, clamava pelo mesmo que eu: o amor que nunca nos abandonou.

E como se aquela primeira noite em que nos conhecemos se tornou repetitiva agora, em um dia claro em Nova York, ele encurtou os centímetros entre nós, esticou a mão hesitante – que eu tanto queria que não fosse, mas percebi que aquela hesitação significava que ele talvez não acreditasse no que estava vendo, que pensasse que a sua mente, lhe pregava uma peça –, e enfim, como se horas, dias, tivessem se passado, ele a colocou na minha nunca, me fazendo fechar meus olhos ao sentir o toque simples, mas que tanto significava para mim. Ele sempre teria esse poder sobre mim, sempre, e eu jamais deixaria de me render, porque não tinha o porquê.

Já com a outra mão ele fez o mesmo caminho, só que a pousou do lado do meu rosto, fazendo movimentos repetitivos com os dedos, como se quisesse ter a certeza de que eu estava ali mesmo.

De repente eu me vi sabendo o que Edward pensava: ele não acreditava que eu estava ali, ele duvidava do que sempre me motivou a jamais ficar separada dele, mas eu não o culpava, afinal, fui eu que plantei essa insegurança...

- Eu te amo. – Ouvi-o sussurrar, ouvi sua voz com aquela frase que tanto pensei nunca mais ouvi-la dirigida a mim, depois de todos esses meses, era como entrar em uma bolha de puro êxtase.

Ali, não precisávamos de um pedido de desculpas, não... O amor ele foi encarregado disso, de levar as mágoas de um passado não distante, de um passado que não se tornaria esquecido, mas que seria curado pela força que esse sentimento chamado amor tinha. Esse sentimento sempre foi capaz de tudo, e sempre seria, se nós – vocês – soubermos até que ponto nós podemos deixar que outro sentimento que não seja ele, adentre a sua vida.

E assim, senti seus lábios nos meus, senti minhas lágrimas mesclarem com as dele, senti meu coração vivido pela primeira vez desde meses, senti que minha família jamais se tornaria de novo, o que foi, pois ali, percebi que o que Edward havia dito a poucos instantes, sobre querer que a nossa família estivesse junta mais uma vez.

Elisa... Não pudemos vê-la, não pudemos tê-la nunca mais em nossos braços, mas ali, tivemos a certeza de que ela sempre estaria presente em nossas vidas, e que jamais as deixou, jamais.

Nós voltaríamos a viver, não só por ela, mas também por nos mesmos.

A nossa vida, mudou drasticamente, mas agora podia senti-la voltar aos eixos onde nunca deveria ter deixado de estar. 


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Notas finais do capítulo

Sei que ficou pequeno... Mas deixarei a 'continuação' para o próximo capítulo, que queria muito postar hoje, mas, ainda não comecei direito... Ainda estou bolando o que pode ser narrado, okey? Beijo e... Estamos em reta final!!!
P.S Então, agradecendo as meninas que mandaram Recomendação depois que postei o Capítulo 22 ^^ Obg meeeeesmo!!!



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