Um Dia Tudo Muda escrita por Niina Cullen


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Ual... Rs (:
Não sei se gostaram, mas... Aqui vai o que prometi.
Esse também se encerra em um ponto crítico então... Não me matem (: Please!!!



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Um Dia Tudo Muda

Capítulo 22

(Narrado em 1ª Pessoa – Bella)

Ele estava se afastando agora, e eu não sabia o que fazer...

E como que de repente, como uma luz para o que seria certo naquele momento, vi a família que eu tanto amava – e sempre amaria – me estimular com os olhos de cada um, para que eu fosse atrás dele; para que eu obrigasse as minhas pernas a se locomoverem, pois tudo estava resolvido, mas ainda faltava uma parte muito importante para que a mudança que ocorreu em nossos vidas, não mudassem e não sufocassem um dos sentimentos mais intensos existente nesse mundo...

O amor que eu sentia por Edward.

Eu sabia que a dor foi capaz de me abstrair de muitas coisas, mas nunca, jamais do amor que eu sentia por ele. E jamais seria, pois eu o amava, e isso importava. Ele me amava, e era isso que importava.

Eu precisava saber se mesmo com todas as besteiras que eu fiz, ele seria capaz de continuar a me amar, de continuar comigo...

Obriguei minhas pernas a se locomoverem em uma velocidade que eu só pensava em alcançá-lo.

E assim que passei pelas enormes portas da sala onde ocorreu o julgamento, eu não mais o vi. Me senti desesperada, e ao mesmo tempo, como se eu não tivesse feito nada para mudar aquilo, como se não tivesse desviado das pessoas que ficaram na minha frente, me impedindo de correr mais...

Eu me encontrava agora parada em frente a porta de entrada do tribunal, sabendo que eu havia sido lento o suficiente para deixá-lo ir.

Eu o deixei ir...

E não conseguia achar uma solução para aquilo. Eu não conseguia.

Eu fiz o mesmo que eu fiz há cinco meses. O deixei ir.

A dor agora, me sufocava, me fazia perder o pouco ar que me restava, quando vi o Investigador Coller aparecer na minha frente. Ele devia ter saído da sala um pouco antes de eu e Edward nos vermos.

- Sra. Cullen? – Ele me chamou, mas eu só conseguia ouvir um sussurro, não mais aquele sotaque carregado de um inglês Britânico.

Não me fazia sentido olhá-lo, eu só sabia que ele estava ali.

- A senhora precisa ser rápida... Ele acaba de pegar um taxi e foi...

Agora eu conseguia ouvi-lo, e algo me disse que eu deveria perguntar a quem ele se referia, e foi o que eu fiz:

- De quem o senhor está falando? – O que parecia ser a primeira vez, o olhei.

- Do seu marido. – Aquelas três palavras simples, me fizeram ter uma esperança, que naquele momento, eu tinha que ter... Eu precisava dela. – Eu vim falar com ele sobre o julgamento, falar que os cinco meses de estudo não foram em vão e...

O que aquele homem dizia?

- Espere... O que o senhor está dizendo. Edward... – Agora, tudo fazia sentido. Antes nada fazia, mas agora... – Foi ele. Foi ele que te contratou. – Não foi uma pergunta, eu constatei com pesar.

Ele nunca havia me deixado – e eu nunca pensei assim –, de longe, ele cuidava de tudo, tentava de alguma forma me dar o conforto que eu precisava para que aqueles crápulas estivessem presos. Só que com eles presos, eu não sentia o conforto se apossar de mim. Eu precisava dele, precisava de Edward aqui comigo, para que tudo estivesse bem. Bem, e completa, como nunca deveria ter deixado de ser, pois de uma coisa eu tinha certeza – dentre muitas outras –, que Elisa, nunca deixou de estar presente em nossos dias... Ela nunca deixou de ser o nosso raio se sol próprio. Nunca. Eles conseguiram levá-la de mim, mas não levaria o amor da minha vida, a minha razão para que eu não ansiasse mais do que nunca em morrer, pois da mesma forma que ele se fez forte por mim, eu tinha que ser por ele... O nosso amor precisava disso. Elisa precisava disso paa permanecer viva em nossas lembranças, e principalmente, em nossos corações.

Parecia que nem um segundo havia se passado com o meu raciocínio a mil, pois entendi o que o Investigador Coller disse, depois da minha constatação.

- Sim. Eu não fui autorizado a falar, mas... Vi como o senhor Cullen passou por mim, como se estivesse fugindo de algo...

E definitivamente ele estava, pensei.

Parecia que ele havia – pela primeira vez – percebido a minha aparência, o que me fez constatar, que as lágrimas que eu tanto as impedi de se manifestarem naquela sala, agora se faziam presentes.

- Se me permite dizer senhora Cullen, sei da dor que ambos, incluindo a da sua família, passaram, e que de uma certa forma, era preciso que esse julgamento se tornasse solene para que as angustias de uma perda, se fizessem... Justificadas. Se é que eu posso dizer isso.

O Investigador Coller, hesitava tanto, mas só me fazia prestar atenção no tempo que eu estava perdendo ali. Eu estava deixando o amor da minha vida ir embora de novo, o que se eu não fosse rápida, poderia ser para sempre.

Mas eu não sabia onde ele estava, onde ele tinha ido... Não sabia.

- Ele disse algo sobre se despedir. – Foi o que o Investigador Coller disse, vendo o meu desespero em querer correr atrás de algo, que eu não mais podia perder.

Me fez voltar a andar, sem agradecer a aquele que esteve entre mim e Edward o tempo todo, que de uma forma foi o que eu precisava para acordar do meu torpor. Agora eu me sentia tão... Suja, por esperar tanto tempo – esperar que tudo se resolvesse –, para que assim, eu pudesse lutar por algo que eu jamais deveria ter deixado de lutar.

Mas eu deixei... E aquilo me matou durante todo esse tempo, e agora eu sentia que aquilo tudo poderia terminar comigo, se eu não conseguisse fazer com que Edward ficasse. Se eu não conseguisse encontrá-lo.

Segui para o estacionamento, mas me vi com uma certeza de que eu não conseguiria isso.

Então segui para a parte norte do estacionamento com uma pressa – que parecia não ser o suficiente – sem igual, e como se eu pudesse me dar ao luxo de ser ‘sortuda’, avistei um veiculo de um amarelo vivido. Era do que eu precisava naquele momento, já que eu tinha a certeza de que Edward estava longe à uma hora dessas...

O taxista não me perguntou de imediato para onde ele deveria seguir, o que me fez pensar que eu não sabia pra onde ele poderia ter ido.

“Ele disse algo sobre se despedir.”

Essas foram as palavras do Investigador Coller, antes de eu correr desesperada para o estacionamento, perdendo o pouco do tempo que era me dado, já que eu precisava de um taxi, e não do meu novo carro.

Eu sabia que cada tempo, era precioso, por isso: tempo que era me dado.

Então, assim, pensei com mais clareza no que o Investigador disso... Pensei e repensei, até chegar a uma conclusão:

Se despedir... Ele não havia visto Elisa antes de ir embora para Londres – pelo o que eu sabia.

Era isso... Ele foi se despedir de Elisa. Ele voltaria para Londres, e para qual parte – norte, sul, leste ou oeste –... Eu não sabia.

Agora eu precisava pensar mil vezes a minha frente... E se Edward já tivesse chegado no cemitério e já estivesse a caminho do aeroporto? Pra onde eu deveria ir primeiro... Cemitério ou Aeroporto? Onde...? Será que o tempo havia se passado tão rápido, sem que eu percebesse?

- Para onde senhorita? – O taxista enfim perguntou, e como que se já soubesse da minha pressa, já seguia pelas ruas.

- Cemitério Central de Nova York. – Disse, decidida, e tão prontamente ele virou a esquerda, seguindo o caminho mais rápido para lá.

Conforme o tempo passava, eu sentia que nada colaborava para eu chegasse logo ao cemitério. Constatei isso, quando contava os segundos para que o sinal que se encontrava vermelho, mudava para o verde. Ou quando eu queria que o tal taxista avançasse o sinal que estava em amarelo, antes que ele se tornasse vermelho.

Eu estava desesperada e esse desespero não me deixava. O mesmo se podia dizer da dor que me sufocava, que fazia minha garganta arder e ter a certeza de que as lágrimas não haviam me deixado.

E assim, chegamos ao meu destino. Em nenhum momento eu pensei no que poderia dizer a Edward, ou até mesmo, se ele queria mesmo me ouvir. Eu só queria que ele estivesse ali, e que eu fosse capaz de fazê-lo ficar.

Quando paguei o taxista, nem havia me dado conta de que havia pegado a minha carteira, e que estava em meu bolso desde que adentrei aquela sala do tribunal. Nela, pude ver um colar que havia ganhando de meus pais, antes deles morrerem. No pingente em formato de coração, não havia nenhuma foto, o que me fez recordar do que minha mãe disse para mim, quando me deu ele:

- Querida. Ele terá uma foto, quando sua família estiver completa. Quando aqui... – Ele colocou a mão em meu coração – Estiver completo.

Sim, ela sempre teve a certeza do que dizia, mesmo que muitas vezes, não fizesse sentido, mas aquelas palavras, faziam.

Quando senti que tudo em minha vida estava completo – com o nascimento de Elisa –, a foto minha com Elisa no colo e Edward ao meu lado, em nossa casa, a coloquei ali, naquele pingente, pois tudo estava completo, mas ai, tudo mudou. Um dia tudo estava perfeito, e no outro, toda a perfeição, havia acabado, mas ela só se dissipou por completo, porque assim eu permiti. Eu permiti com que a dor e o vazio se apossassem de mim, eu me permiti a ser negligente com os sentimentos de pessoas importantes para mim. Eu me permiti tudo, menos, o que jamais deveria ter deixado de me permiti: lutar incessantemente por aquele que sempre lutou por mim.

Eu sabia que havia feito pouco caso do tempo, mas se ele me desse mais uma chance, eu faria tudo certo agora... Eu o amaria acima de tudo, pois sempre fora isso, o amor de Edward que me manteve viva.

De repente me dei conta de que já tinha entrado no Cemitério, e assim, a certeza me tomou, de que eu estava no lugar certo, e o colar, que deveria ter pertencido a Elisa no seu próximo aniversário em minhas mãos: eu o apertava com delicadeza. Eu não precisava de forças para me fazer capaz de ir até Edward... Eu só precisava ter a certeza de que ele me queria de volta. 


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Notas finais do capítulo

Não revisei o Capítulo, pois o fiz hoje, então... Sorry pelos erros, até mesmo de concordância. Até breve, espero eu!!!