Elizabeth:

Voltamos do Subway sete horas da noite. Ficamos vendo filmes até meia noite. Dormimos cedo porque iriamos acordar cedo no dia seguinte para procurar novamente outro emprego e para Joanne trabalhar, é claro.

Eram sete e meia da manhã quando acordei, então decidir andar de patins e me aquecer com o pouco de Sol que nasceu. Eu adorava andar de patins pelo Central Park e quando descobri que na frente do prédio havia um parque, eu pirei.

Peguei meus patins, meu iPod e caminhei para o parque que ficava a uma quadra do apartamento.

O bom do nosso bairro é que tudo é perto. Shopping, Starbucks (que eu sou apaixonada), restaurantes, parques, praças... Em New York, dentro do condomínio onde eu morava, havia quase tudo. Então precisavamos sair do condomínio para nada, apenas para ir ao shopping.

Você deve estar se perguntando: "se ela morava em um condomínio de luxo, se seus pais eram ricos, por que deixou a vida boa em New York para ter essa vida "dura" em Londres?"

Eu simplesmente cansei de ser rica. Eu nunca gostei, na verdade. Podem achar loucura, mas não é bom ser rico. Particularmente, eu acho ridículo. Meus pais só pensam em ganhar cada vez mais dinheiro. Todos da mnha ex - escola, exceto minha melhor amiga Isabel, só andavam comigo por causa do meu dinheiro, da minha mansão... Isabel era uma das únicas coisas que me mantinham com os pés no chão. Ela é classe média baixa e só conseguiu entrar naquela escola por causa de uma bolsa que ela ganhou. Isabel pode ser chamada uma verdadeira "nerd". Ela não parava de estudar, até porque, para continuar com a bolsa, ela tinha que manter todas as notas 10.

Fazia tempo que não falava com Isabel. Ela estava tentando entrar em alguma universidade boa de New York, mas não sei se ela havia conseguido...

Voltando a Londres, o Sol batia em meu rosto, conseguindo aquecer um pouco. Ainda fazia frio, mas o gelo já estava derretendo. O que era uma pena, porque eu amava a neve.

Chegando no parque, me sentei em um dos vários bancos que haviam ali, em volta de uma calçada larga que havia no parque. Fiquei olhando as crianças brincando, as pessoas correndo e andando com seus cães, andando de bicicleta... Coloquei meus patins, dei "play" no meu iPod que tocava Demi Lovato e comecei a andar com ele tranquilamente, cantarolando Catch Me.

Me encantei com um Husky Siberiano lindo que passou ao meu lado. Fique olhando - o com um sorriso bobo, virando a cabeça para vê - lo desaparecer no meio de tantas pessoas.

– Cuidado! - ouvi alguém gritar. Me virei e em questão de rápidos segundos, já estava no chão em cima de uma bicicleta e de um... Garoto?

Cabelos encaracolados, olhos verdes, espinhas que o deixavam mais lindo ainda e uma touca cinza. Ele sorriu e covinhas se formaram em suas bochechas. Covinhas! Meu Deus, como as amo... Sou estranhamente louca por covinhas! Acho encantador pessoas com covinhas.

Sorri de volta, tentando parecer simpática e esconder o quão encantada estava por aquele rosto incrivelmente perfeito. Nossos rostos estavam muito próximos um do outro, podia sentir sua respiração ofegante em meu rosto.

Levantei - me lentamente junto a ele. Me desequilibrei por causa dos patins e quase fui ao chão novamente, mas o garoto me segurou, sem desfazer aquele belo e hipnotizante sorriso. Que sorriso perfeito... E que olhos são aqueles? Por um momento me perdi profundamente neles.

– Hey, você está bem? - ele murmurou, ainda me segurando pelos braços. Apenas assenti com a cabeça, sem conseguir falar nada. Parecia que eu estava em estado de choque.

– E... E você? - gaguejei, tentando numa tentativa muito falha parecer calma.

– Estou. - respondeu. Aquele sorriso estava definitivamente me matando.

– B - bom... E - eu preciso... - gaguejei novamente, gesticulando com as mãos.

– Fazer um curativo! - exclamou assustado, encarando com os olhos arregalados o meu braço esquerdo. Meu braço estava sagrando. Ótimo!

– AÍ MEU DEU, MEU BRAÇO ESTÁ SANGRANDO? COMO ASSIM? POR QUE? - comecei a gritar feito louca. Detalhe: ainda estavamos no meio da calçada e todos nos olhavam assustados.

– Se acalma! - ele disse me segurando pelos ombros. - Meu apartamento é aqui perto, eu te levo e cuido de você. ele falou, enquanto me ajudava a tirar o patins e caminhando comigo para a saída do parque.

– O meu também é aqui perto, não precisa me levar pro seu. Tenho dezoito anos, sei me virar sozinha. Eu vou para lá, não se preocupa! Tchau! - falei tudo de uma vez, tentando sair de perto dele o mais rápido possível. Mas não adiantou, pois ele me segurou pelo braço em que não estava machucado e me fez encarar aqueles malditos par de olhos e o sorriso branco com as nuvens.

– Calma, eu não vou te sequestrar nem fazer nada com você a não ser um simples curativo! Depois você pode ir tranquila para sua querida casa. - não resisti a carinha fofa que ele fez. Acabei cedendo.