~20 anos depois~

Ah, Holmes Chapel. Minha doce e serena Holmes Chapel. Eu ainda não acredito que estou voltando pra casa. Já falei com minha família, já visitei a escola (também continuo sem acreditar que fiz isso) e a padaria onde trabalhei. Eu ficaria em Holmes Chapel. Não iria mais embora.

Andando pela praça, pisei num papel e peguei-o. Li o endereço na carta e estremeci. Era para minha casa. Virei o papel e li o nome ali.

Harry Styles.

Com medo, abri a carta.

“Querido Harry,

Estou impressionada com a fama que você conquistou, e não me canso de dizer isso. Mas as coisas mudaram.

Silly veio para casa. Está morando comigo e isso é confortador. Ela ocupa a falta que você faz. Mas ninguém vai te substituir. E sabe, desde que você foi, só consigo pensar no nosso beijo. O que foi aquilo? O que significou? Eu não sei. Mas eu sinto sua falta. Eu não vou te trocar, Little Hazz. Vai ser sempre você.

De garoto advogado para super popstar. Você realmente cresceu na vida né? Eu vou continuar, para sempre, a garota do livro. Eu vou continuar, para sempre, a garota do livro. Minha vida toda eu me dediquei a ler e escrever, e vai ser assim até o fim dela.

Ah Harry, eu tenho tantas saudades. Quando você volta? Eu preciso de você aqui. Eu preciso de um amigo, mais precisamente de você. Eu quero saber se aquele beijo foi importante, e como seremos daqui pra frente.

Mas eu não sei se significou algo.

Então eu não vou enviar essa carta. Vou guardar, talvez der para alguém guardar. Mas não sei o que vai acontecer de hoje em diante. Só espero que você seja feliz, Harold. Lembra-se de ser chamado assim? Eu adorava te ver vermelho quando eu te chamava assim.

Eu não quero ir Harry. Não quero que você volte e eu não esteja aqui. Mas eu preciso deixar meu passado. E isso inclui você. Tive que ter muita coragem pra escrever essa carta me despedindo. Talvez sua mãe ou Gemma possam te entregar essa carta.

Seja feliz Harry. Ganhe fãs, faça shows, encontre alguma menina e faça dela a pessoa mais feliz do mundo.

Eu te amo Hazz. Nunca te disse isso, mas eu te amo. E espero, no fundo do meu coração, que um dia você leia isso.

Boa sorte na vida Hazz.

Katy.”

Lágrimas escorriam do meu rosto. Katy havia virado um borrão há muito tempo, mas aqui está ela. Viva. Poderia ter sido diferente se essa carta houvesse sido enviada. Se eu tivesse lido. Se eu soubesse que ela me amava. Tantos “se” que não aconteceram. Eu teria dito que a amava. Que também pensava no beijo e ansiava por mais. Eu teria levado-a para meus shows e teríamos nos casado. E parecia que ela sabia que iria... partir. Lembrei-me do que minha mãe disse há 20 anos, quando voltei para casa depois de ver a casa dela. “Ela era bem sucedida. Estava indo atrás de um futuro bom”.

Do que ela falava, eu não sei, mas Katy estava certa. Ela foi embora antes que eu voltasse, mas quem precisou esquecer fui eu.

– Ah Katy...

Eu cai no chão. Eu ainda chorava, por tudo que eu havia feito. Eu não havia procurado por ela. Eu não li a carta quando recebi. Eu não deixei Kat viva em mim.

– Me perdoa Katy.

Uma brisa suave bateu em meu rosto, e por mais idiota que isso soe, eu sabia de algo.

Quando a brisa bateu em meu rosto, eu sabia que estava perdoado.