Meg POV’s

- Dá pra dizer aonde a gente tá indo? – perguntei, notando a escuridão dali. Sim, eu cedi, não aguentava olhar mais pra cara dele de que caiu da mudança.

- Não. – sorriu travesso.

- Idiota. – murmurei.

- Ei! Eu ouvi isso. – me olhou, emburrado.

- Era pra ouvir, mesmo. – falei, sem segurar a gargalhada.

Logo dei com a cabeça em uma...madeira?

- Outch! – reclamei, e Harry nem por educação prendia o riso. – Dá pra parar de rir?

- Não. – falou, e riu mais ainda.

- Tá, então. – falei, dando meia volta pra sair, mas Harry me puxou, arg, e ficamos á alguns centímetros, com as testas coladas.

Eu encarava seus olhos, que estavam presos no meu também. Sua mão veio á minha cintura, colando nossos corpos: posso saber porque não consigo sair daqui? Não sei, não consigo pensar agora. Na verdade, não consigo fazer nada além de ser completamente atraída por seus olhos esmeralda. Nossas respiração já faziam parte uma da outra, e minha mão acariciava sua nuca, não, ainda não nos beijamos, mas o momento estava prendendo a gente num mundo de fantasias. Era como se em seus olhos eu conseguisse ver nós dois juntos de novo, e por mais que tentasse, esses pensamentos ficariam presos em mim.

Por uma primeira vez, tomei atitude. Sim, eu o beijei. E aquele plano de ser forte á ele? Foi todo por água baixo, mas quem se importa? O beijo foi caloroso, um beijo lento. Mas logo senti uma forte pancada em minha barriga.

- Tá tudo bem? – ele me olhou, assustado.

- Sim, foi só o bebê. – falei, meio boba pelo primeiro chute dele.

- Posso? – Harry perguntou, olhando pra minha barriga.

Dei de ombros, e ele botou a mão na mesma. Me encarou, já com os olhos marejados.

- Hm... a gente não tinha uma coisa pra fazer? – perguntei, antes que a coisa ficasse mais intensa do tipo “Eu quero assumir o filho”.

- Ah, é. – coçou a nuca, e um brilho de animação surgiu em seus olhos. – Vem.

Não precisaríamos mais andar, pelo jeito aquela madeira em que bati a cabeça era o lugar em que iriamos. Pera ai, madeira? No alto? Ah, não.

- Harry, eu não vou subir aí. – falei, encarando a escada.

- Porque não? – me olhou confuso.

- Quem me garante que você não vai me matar?

- Para de bobeira, vem. – falou, estendendo a mão lá em cima da casa de árvore. Revirei os olhos e subi, minha única desculpa tinha ido por água a baixo. Subi degrau por degrau, daquela escada que não tinha base.

- Satisfeito? – encarei ele.

- Ainda não. – falou, e sorriu malandro.

- Mas oq... – ia perguntar, mas Harry tirou algo do bolso e... apertou?

Logo senti uma claridade atingir meus olhos, fechei-os imediatamente. Ouvi barulhos de gritos como “Aê” e palmas. Abri meus olhos lentamente, e os mesmo foram em direção ao gramado, que agora estava aceso em um formato de “Volta pra mim, Megan?”

- Gostou?

- Meu deus, cara. – falei, boquiaberta. Eu estava sonhando? É isso? I can’t believe that.

- Isso foi um sim?

- N-não sei, e-eu… - falei, sem conseguir controlar as palavras. Eu quero, óbvio. Mas não sei se devo.

- Por favor.

- E Mia? E Nick? Eu to confusa. – falei, fazendo um gesto de “me rendo” com a mão.

- Nick? Você tem algo com ele? – perguntou, se afastando de mim.

- Não! – falei, impedindo que ele se afastasse mais. – Só que ele acha que vai ser o pai do meu filho, ou filha.

- É só falar com ele. – me olhou, aliviado. – E Mia é só faixada, se eu falar com Simon com certeza ele aceita.

- Faixada? Sério? – perguntei, na tentativa falida de esconder o sorriso que insistia em aparecer.

- Achou mesmo que eu iria ficar com alguém que não fosse você? – me olhou incrédulo. – Você é pirada?

- Mas e todo aquele ódio e... – ia perguntar, mas ele calou minha boca selando a mesma com a dele.

- Sim? – perguntou, sem se afastar; deixando nossas testas coladas.

- Me dê um tempo? Só isso. – perguntei, tentando não me comover com a cara de decepção dele. Não é que eu esteja me fazendo de difícil, mas depois de tudo aquilo é realmente difícil acreditar que vai ser diferente. E eu vou demorar um tempo pra convencer á mim mesma de tudo que tá acontecendo. Quer dizer, viver tudo de novo. Além do mais que eu cheguei na França tem alguns meses.

- Tudo bem. Mas você vai voltar pra França?

- Sim, me perdoe. – o olhei, implorando pra ele não ficar mais chateado. – Mas eu tenho uma vida agora, lá. Amanhã depois do almoço meu voo sai. Prometo que um dia, eu volto.

- Um dia? – me perguntou, melancólico.

- Ei, gente! – alguém gritou lá de baixo, e logo vi que era Zayn chegando com Em. – To ligando no momento mel aí, mas da pra desligar os holofotes? Tá atingindo muita atenção das pessoas em volta.

- Estamos em uma área isolada, idiota. – Niall gritou.

- Tá, mas tá atrapalhando minha visão, desliga. – Zayn falou, revirando os olhos. E Harry desligou.

Encostei minha cabeça em seu peito, e Harry passou seus braços em volta de mim. E ficamos ali; abraçados, olhando as estrelas. Logo senti Harry se mexendo, e Niall estava lá em baixo gritando algo com ele. Abri meus olhos, que estavam fechados e olhei pra Harry que me olhava sorrindo.

- Vamos descer? – falou, depositando um beijo em minha testa (n/a: posso morder eles?).

- Vamos.

- Eles estão pulando da ponte até o lago. – Harry falou, se animando. Quero só ver no que isso vai dar.

Descemos as escadas da casa de árvore, que coitada, estava quase desabando. E fomos até lá, quer dizer, eu fui nas costas de Harry, porque sei lá, ele é grande, e é legal.

Chegamos lá e todos ficaram nos olhando maliciosos, praticamente falando “usaram camisinha? Não queremos Meg grávida de novo, hein” mas tá ok.

- E ai? Vão pular ou não? – perguntei, me encostando na grade da ponte, cortando o clima malicioso e ao mesmo tempo tenso.

- Sim, eu vou primeiro. – Lou gritou, e correu até o outro lado da ponte, saltando sobre a mesma e caindo no lago, e o melhor; ele ainda fez uma dancinha estranha, queria ver só se ele caísse de mal jeito, mas enfim.

- Bora. – Niall gritou, e foi. Seguido por Liam que gritou “ao infinito e além”. Logo Zayn foi, ajeitando o cabelo, claro. Em e Josh estavam conversando. Mia encarava o nada, com uma cara nada boa; mas quem disse que eu me importo? Nick já havia pulado também. E eu e Harry, ah, eu e Harry estávamos naquele climão.

- Vem, amor! – Zayn gritou, já com o tom enciumado.

- Ah, sério? – olhou pra ele, como se dissesse “por favor, não”.

- Sim, vem! – falou, rindo da cara de medo dela. Em engoliu o seco de forma ríspida e correu, pulando á centímetros de Zayn. Seria uma beleza só se ela caísse em cima dele, já até vi. Logo Josh chamou Mia pra pular com ele, e eles pularam.

Todos resolveram nos encarar, é isso mesmo? Revirei os olhos e olhei pra Harry, que assentiu. Pulei nas costas dele de novo, e ele correu até o outro lado da ponte, pulando. Pra falar a verdade, aquela ponte não era nada baixa. E logo senti o ar penetrar em meus ouvidos, tampando-os. Logo senti meu cabelo voar ao vento, em quanto eu apertava cada vez mais as costas de Harry contra meu peito, me segurando pra não cair. Senti o impacto da água contra mim; mas não um impacto bom, um impacto doloroso. Logo percebi que havíamos caído de mal jeito, ou melhor, eu cai de mal jeito, porque Harry conseguiu subir até a superfície gritando meu nome, e eu não consegui mover minha perna direita. Comecei a entrar em pânico, e agora? Senti o peso de meu corpo me afundar cada vez mais, e vi de longe, um movimento na água. Eu já estava sufocada, a angustia de não conseguir respirar ia tomando conta de meu sistema nervoso cada vez mais; seria esse meu fim?

Deixei a água me levar, e fechei os olhos. Não iria lutar contra o destino; que acontecesse oque teria de acontecer.

Harry POV’s

 O nervosismo de não ter Meg em meus braços e não conseguir encontra-la estava deixando-me cada vez mais angustiado e desesperado. Continuei mergulhando, mesmo sem folego, tentando achar ela; o lago era enorme, e se a correnteza tivesse levado ela? “Que correnteza, Harry? Você se drogou? Isso é um lago” quase pude-a ouvir falando comigo, quase, porque o desejo era grande numa realidade meio distante. Subi, pegando ar, ouvindo Liam falar algo como “Harry...” e não ouvi o resto, os meninos estavam ajudando também, mas sei que eles não encontraram ela porque estaria uma euforia só. Acabei esbarrando com Em, mas me concentrei em ir mais á fundo. Fui completamente a baixo no lago, á ponto de sentir o “chão” dele, e me faltava ar. Botei meus braços pra trabalhar; puxei-me até em cima o mais rápido possível antes que a água me consumisse, e eu ficasse fraco demais para continuar. Mesmo sem ar, e com menos força, continuei. Já haviam alguns minutos, a possibilidade de Meg ter desmaiado lá ou coisa pior me deixava completamente mal. Dessa vez peguei mais ar, com mais força e mais determinação; desci até o fundo novamente, se não for agora, já era.

Meg POV’s

Senti algo gelar em meu peito. Logo senti uma corrente elétrica por todo meu corpo.

- 1, 2, 3, AGORA! – ouvi uma voz masculina, que não reconheci. Demorou um pouco, mas a força voltou ao meu corpo. Com certa dificuldade, abri meus olhos. O contato com a luz aquela hora não foi nada fácil. Meus olhos ardiam; oque diabos está acontecendo? Eu só lembro de cair, e cair, e depois, sonhar.

Sonho on

- Vai ficar tudo bem. – minha mãe, acariciava meus cabelos. – Seu príncipe vai te salvar, minha pequena Bu.

Meus longos cabelos loiros estavam mais macios do que o costume; e meus olhos azuis piscina estavam mais brilhosos. Estávamos em um campo, completamente cheio de flores, aonde todos estavam de branco; inclusive eu e mamãe.

Abri a boca pra falar, mas ela foi mais rápida, depositando seu dedo em meus lábios:

- Não é hora, meu amor. Só seja forte, e tudo dará certo. – me olhou, orgulhosa. – Me sinto bem em ter uma princesinha como você. Não posso mais tomar seu tempo, eu te amo.

E ela se foi.

Sonho of

Olhei em volta, reparando em cada detalhe daquele lugar amedrontador. Lembrei de já estar ali. Ora, oque estou fazendo no hospital?

- Ela acordou. – o berro do médico, entrou estourando em meus ouvidos. Eu ainda não estava sã, e ver aquilo ali só estava me dando mais medo; e meu filho?

- Meu, meu filho? Como ele está? Bem, né? – perguntei, e ele sorriu pra mim animado.

- Sim, você não o perdeu, se acalme. – falou, e deixei um suspiro de alivio sair. – Ele quase entrou em choque, mas se não fosse por um rapaz dos cabelos cacheados você nem estaria aqui agora, viu? Agradeça á ele.

Sorri boba, ele estava falando de Harry (n/a: N ME DIGA), meu Harry (n/a: nosso* ta, calei).

Me recuperei do sonho e de tudo. Tentei puxar meu braço, mas algo o segurava. Minha cabeça girou automaticamente olhando até lá, era uma corrente, porque diabos estou presa? Logo apertei o botão para soltar, que encontrava-se de baixo de meu pulso. Retirei dali meu braço e olhei a hora. Eram plenas 6h da manhã. Quando começamos á pular no lago, eram 5h.

Tentei não pensar muito, mas a duvida de se Harry estaria ou não lá fora estava me corroendo, cada vez mais.

Logo, com esses pensamentos na cabeça, ouvi o barulho da porta ranger. Era ele.

- Você tá bem! – falou, me abraçando com força.

- Sim, eu tô. Obrigada, Harry. Obrigada mesmo! – falei, puxando ele cada vez pra mais perto de mim.

- E nosso filho? Está bem? Quer dizer, o bebê e... – falou, tentando se concertar.

- Sim, Harry. – sorri pra ele, que sorriu de volta, e continuei: - Nosso filho está perfeitamente bem.

Harry selou nossos lábios, isso não foi um “sim” ou um “não”. Na verdade, soou mais como um “eu te amo” do que qualquer coisa. Mas quem se importa? Eu tenho Harry, isso que importa. Eu o amo, isso que vale. Eu quero ter a vida inteira com ele; e isso, por mais que seja o destino que decida, vou fazer de tudo pra conseguir.