Um Quadro E Mil Lembranças escrita por LaryT_chan


Capítulo 1
Um quadro


Notas iniciais do capítulo

História que criada meio ao acaso, espero realmente que gostem, e por favor se gostar comente *-*



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Com a janela da sala descoberta à luz não encontrava obstáculos para iluminar a grande sala de moveis brancos e de paredes beges. Papeis estavam espalhados pela mesa, canetas pelo chão, cadernos e mais cadernos pelo sofá, tudo se encontrava em uma verdadeira confusão que para a morena em pé ao lado de uma grande tela em cima do cavalete, era muito mais confortante que aquela organização exagerada que era comum em outras casas.

A tela não tinha muita coisa pronta, mas já se via a silhueta de um homem em pé com uma mulher de cabelos castanhos soltos correndo em sua direção. As tintas ainda abertas esperavam alguma reação da morena que só assoprava a caneta em sua mão. Porém nada vinha em sua mente para continuar aquele quadro, procurou muito uma inspiração no notebook em cima da mesa ficando varias horas pulando de site em site em busca de uma imagem ou qualquer coisa que desse aquele quadro branco a cor e o desenho preso em algum lugar em sua mente, mas nada achou. Foi quando abriu um pen drive já velho, ainda da época que fazia um curso perto de casa, que conseguiu achar o que tanto queria lembrar, ou apenas ter mais perto de si.

Uma foto tirada de um site de relacionamento de um velho amigo era o que tanto buscava. E tirando dai a inspiração para o quadro foi em busca de mais referencia, tirando do maleiro de seu guarda roupa vários cadernos, jogou a caixa no chão e se acomodou em seu sofá começando ali uma maratona de leitura e busca da identidade perdida de um dos mais engraçados e angustiantes romances que já tivera. Ficando por mais de horas sentada no sofá, vendo cadernos e mais cadernos irem embora e reavivando memorias já perdida e só quando o ultimo caderno foi colocado em mais um canto da casa que viu o sol já nascendo no horizonte.

Foi ai que percebi que tinha ficado tanto tempo fugindo das minhas memorias que ali não eram apenas lembranças escondidas, mas sim um pedaço da minha historia que eu tinha me esquivado até agora. Já não me lembrava de ter ficado tanto tempo sem uma reação ou pensamento que me ajudasse a entender ou pelo menos acusar de ter feito algo como agora. Depois de ler mais de dez cadernos escritos a mão eu não tinha mais o desejo de só me distrair pintando aquela tela, eu vi que ali eu poderia juntar um pouco da minha vida, algo que desse um toque de intimidade no quadro que ficaria com todas as hipóteses, no ateliê de minha mãe.

Vi que não era mais uma mistura de tintas e técnicas que tinha aprendido ao longo de anos, e sim uma mistura de imagens e rostos tão familiares e desconhecidos ao mesmo tempo. Fiquei muito feliz quando vi se abrir na tela do notebook o rosto de uma de minhas paixões mal resolvidas, sim fiquei muito feliz quando o vi ali ainda jovem, mesmo que tenha sido ele a me dar um pé na bunda, estranho? Não ligo, estava com ele ali e minha memorias aqui. E sem perceber já tinha me levantado e o carvão na minha mão já desenhava a silhueta do rapaz que eu tanto conhecia.

Enquanto pintava me lembrava de diversas conversas que tínhamos meio aleatórias, os abraços que me fazia me sentir protegida nos seus braços, muito bem explicado pelo nossa diferença nada pequena de vinte e quadro centímetros, é sou meio baixinha eu sei. Lembrava-me não só dele, mas de sua dedicação com seus estudos me lembrei de meu primeiro namorado, do jeito inseguro que eu tratava ele, de minha insegurança, das manhãs de meu curso de desenho. E assim o rosto e as experiências que adquiri com o menino alto e loiro que tinha sido meu primeiro namorado me invadiram. Lembrei-me de que não tinha só ele que me abandonara, e sim de muitos que também tinham feito isso.

O menino estranho que gostava de futebol e que era o mais carinhoso possível comigo, me deixando não só a saudade dele mais sim a saudade de um grande amigo, do menino popular que eu gostava mesmo sem perceber, o choro que eu tinha caído quando ele terminou comigo, do menino de cabelo comprido que quando eu tinha me tocado da paixão que tinha se formado começara a namorar uma menina linda e ainda queria minha aprovação, é não era e nunca foi fácil minhas paixões, e não para por ai ainda tinha o menino mais velho que não era muito sociável, que não gostava da minha presença. Nunca duvidei que me apaixonasse fácil, mas não é fácil superar tudo isso sem ter um apoio, só que esse foi meu maior erro.

Afirmo com todas as letras que eu não gosto de ser fraca, porém não consegui segurar meus pensamentos naquela semana. Estava tudo indo bem, mesmo que minha paixão estivesse na mesma sala que eu, já tinha me acostumado e ia superando a cada dia aquela paixão pelo popular da escola. Tinha conseguido varias amigos que me apoiaram no momento em que me sentia a pior pessoa do mundo, e nada mudaria meu humor que andava o melhor naquela semana. Só que um fatídico feriado que tomaria a quinta-feira em diante não me deixava pensar direito. Só que é ai que vem a pergunta: pensar no que? Pensar constantemente em minha maior conquista daquela paixão besta. Um menino alto, moreno, meio bobo e muito meu naquela semana, sim nunca fui de ter ciúmes, mas dele era quase impossível não ter e em menos de dois minutos, em meio a multidão que se encontrava naquele pátio, eu já procura encontra-lo e tinha muito medo de perde-lo quando o via com outra menina, mesmo que ele fosse só um amigo. Já começava a achar engraçado ficar pensando se ele pudesse gostar de mim, e se nos começássemos a namorar, era quase uma comedia particular.

Tinha sido muito estranho nossa aproximação, mas agradeço muito ela. Tínhamos apenas um amigo em comum, e esse tinha me conquistado sem muito esforço e não digo isso por ele ter meio mundo de menininhas sem cérebro aos seus pés, como diria um amigo muito revoltado com esse seu estilo coliriozinho de ser, sendo ele uma incógnita e seu amigo alto e quase sombra do mesmo, minha fonte de informações. Só que, qual não foi minha surpresa quando nesse menino que apenas me servia de informante, que quando esse menino tão popular tinha voltado com sua ex e me deixado, sim eu me sentia uma carga e bem da pesada, não tinha ficado do lado de seu amigo e sim me ajudado a superar e me distraído. Esse menino um tanto estranho e meio metido a primeira vista, que de informante passou a ser uma base naquele tempo, foi se tornando cada vez mais especial.

Já ficava pensando de manhã enquanto me arrumava para ir mais um dia a escola, se ele estaria lá no novo lugar dele de costas para a porta e sem me ver chegar, eu pudesse arranhar sua nuca e ver a cara de cachorrinho me dizendo que não podia fazer isso e receber um de seus abraços que eu tanto esperava.  É eu ainda não tinha percebido que eu sua presença era quase indispensável.

E assim chegou o feriado, não era um simples feriado e sim os dias que me fariam ficar longe do meu querido amigo. Eu queria o mais depressa que esses dias passassem e que pudesse ver seus olhos castanhos e ter seus braços ao meu redor, e só ao meu redor. Foi quando em meu ultimo dia de castigo entrei  em meu perfil, vendo que um amigo era uma das pessoas presentes e que eu poderia abreviar essa saudade, fui logo conversar com ele, nada muito anormal até esse ponto certo? Certo, mas quando ele me falou que queria conversar comigo eu não pude me segurar e fui perguntando varias coisas para conseguir sua resposta. E foi então que em meias respostas um estou apaixonado por você e não vou desistir de você mesmo tendo medo de não ser correspondido, foi dito e eu fiquei sem resposta, mudei de assunto de deixei que a segunda-feira chegasse.

Meu coração parecia ter se esquecido de bater e eu me apaixonei mais ainda pelo meu informante. Não era qualquer pessoa que um poderia dizer nossa ele se apaixonou por mim por que sou linda e gostosa, não, não era assim, foi como se em apenas um momento eu pudesse realmente encontrar alguém que eu realmente gostasse e que eu gostava também.

E a segunda-feira chegou, tudo ia bem meu abraço foi recebido e meu coração mais uma vez parecia ter esquecido se de bater.  Porém em nenhum momento eu poderia ter me esquecido tanto de mim quanto ele parou de escrever e pegou um folha me mandando em sua caligrafia a seguinte afirmação: você me deve uma resposta. Sim eu realmente te devia uma resposta, mas como eu poderia dizer na maior cara lavada que eu não parava de pensar em você já fazia algum tempo, que não poderia ter o melhor momento de minha paixão quando você dizia que também gostava de mim? Não tinha como por um papel te dizer isso. Foi quando te pedir que esperasse que a resposta viria em breve, e quando aquele dia chegou ao final que mesmo em meio a vários de meus amigo você me abraçou e perguntou em um volume em que só eu pudesse ouvir se eu te daria a resposta, fiquei sem palavras, um dos poucos momentos em que eu não consegui falar nada e você sabe como eu sempre falei muito, e mesmo sem palavras você baixou e me beijou, foi estranho não ouvir mais nada que estava a minha volta.

E foi ai que passei uma semana bem confortável vendo todo dia seu sorriso, podendo aproveitar cada vez mais a paz e a calmaria que você me dava e saber que naquela uma semana mesmo que pouco você foi meu e não tive medo de te perder, foi meu segundo maior medo. Nada me deixou mais triste e angustiada quando vi seus olhos tristes e um tanto apago, fiquei com medo de te perder, e por ironia realmente te perdi.  Como foi triste quando você foi embora. Domingo do mesmo jeito que fiquei sabendo que você gostava de mim, acabei pegando uma mensagem sua me dizendo que queria acabar com tudo, mas acabar com que? Acho que você nunca pensou nisso, porém você acabou com o meu animo.

Sim era isso que me deixava cada dia pior em saber que não teria aquela sensação tão boa de você comigo, de ter cada dia medo de acordar e saber que não poderia ter mais você, que nada o que eu fizesse nada que eu disse ou escrevesse mudaria sua decisão que em um mês você esqueceria de mim, e que naquele ano nunca desejei tanto que as férias não existissem. Será que isso mudaria algo? Não, não mudaria. Mas sabe que vi que mesmo sendo um menino você tinha sonhos de homem, e que não mudaria o fato de você não quisesse me ter mais por perto eu não deixaria de me preocupar com você.

E assim o mês se passou e quando as aulas voltaram nada mudou você continuou o mesmo comigo, porém não tinha, mas a segurança de ter você comigo, só que era um alivio saber que tinha um amigo tão fiel. Um ano se passou, entramos no terceiro ano e continuei me apaixonando ou me engando disso. E quando vi já estávamos nos despendendo, e cada um seguiu seu caminho. Não vou reclamar da vida que tenho, pelo contrario, agradeço todo dia por ter me formado, pelo emprego que arrumei mesmo que seja um pouco longe de casa, e pelas alegrias que tive e pelo namorados que também me fizeram esquecer de tudo isso. Só que foi esse esquecer que me fez perder essa parte de mim, essa parte da menina que se perdeu em meio aos cadernos e pen drives.  Posso não ter perdido contado com todos, pelo contrario, muitos amigos que tive nessa época ainda me ajudam e me acompanham até hoje.

Acho que fiquei muito tempo em pé olhando esse quadro, tenho que termina-lo só que não sei como. Seitei a mesa de vidro e liguei mais uma vez o computador e vi a foto mais uma vez, e não tem como não sentir saudade dele. Olhei meus e-mails, nada de novo, também são sete horas da manhã quem em completa consciência me mandaria um e-mail a essa hora. Será que ela estaria acordada? Me perguntava indo para a cozinha, voltando com uma caneca cheia de mais uma dose de chá. Realmente minha casa estava uma zona, mas era isso ou não era minha casa. Tirando alguns cadernos e canetas de cima do sofá, consegui me acomodar com as pernas cruzadas para cima e me estiquei para o telefone.

O barulho de chamada tomava a cabeça da morena que com coração já gelado esperava que a outra atendesse mesmo tão cedo como era. Com mais dois toques ela já ia desistindo desse ideia tão idiota que passou como um relâmpago por sua mente. Sim ela não atenderia, foi quando já ia desligar um voz já tão família e reconfortante atendeu:

-Alo?- quem atendeu parecia não acreditar se alguém estaria ligando daquele numero.

-Grazi? Graziela?- sim a morena realmente não acreditava que ela tinha lhe atendido.

- É você mesma? Não acredito, faz muito tempo que você não me liga como anda?- sem tomar folego disse emocionada.

- Sim sou eu mesmo Grazi, nossa realmente não achei que você me atenderia!- era realmente improvável ela atender.

-Mas é claro que eu atenderia não é toda dia que se recebe a ligação de uma pessoa tão sumida como você menina!

-Verdade, me desculpa não ter te ligado, mas o dia tá corrido a revista não para de me mandar para cada canto que menina, eu não consigo nem parar pra tomar café. Só consegui para agora pra tentar pintar um quadro e nem isso eu consigo- sim era decepcionante aquele quadro pela metade.

A morena se levantou, aproximando-se do quadro ainda na mesma posição.

- Imagino como tá sua vida, o ateliê aqui também não para , as noivas não são mole, estva pensando em trancar...- foi interrompida.

- Nem pense em para a sua faculdade se não eu vou até ai só pra fazer você mudar de ideia-  parar a faculdade dos sonhos era como o fim do mundo para a dona da tela.

- Está bem,  foi só uma ideia- a gargalhada foi solta conseguindo arrancar também uma da morena meio chateada- mas me diga, por que está me ligando? Só para matar a saudade não é, se não você me ligaria mais tarde, e não pararia de pintar mesmo sem inspiração- sim ela conhecia muito bem as manias da outra.

- Mas é claro que é pra matar a saudade de ti- não afirmaria assim tão fácil.

-Deixa de ser mentirosa!- sim era bem comum elas se chamarem de apelidos nem tão carinhosos.

-Tá bom, tá bom você me pegou, eu estou morrendo saudade de você, mas queria saber se você tem o telefone daquele ser.

- Agora sim você está falando a verdade, mas você não tem o telefone dele?- perguntou meio incrédula.

- Só tenho da clinica, mas tem que me anunciar para ele atender e se eu fiz isso ele não vai querer falar comigo- começou a pegar os tubos de tinta nas cores verdes, e marrom.

- Entendo, anota ai- foi a procura de um papel e anotou sem muito presa o telefone.

Mais alguns minutos de conversa sobre a vida normal, e assim o papo foi posto em dia. Logo a estilista teve que desligar e a morena foi pega na duvida, ligava ou não para ele? Tudo bem mais algumas horas e foi pintando o quadro, mais um parte era feita com essa misturas de memorias, mas estava ali um problema, como terminaria o homem a tela? Tudo o fundo era composto por um infinito azul e mais alguns tons bem intenso de verde, a mulher já estava pronta, com os cabelos jogado de lado pelo vento e seu caminho traçado até aquele homem no final virado de costa para ela, apenas uma parte de seu rosto aparecia, tendo um sorriso sereno e os olhos, é só eles faltavam.

Misturando tinta ainda consegui discar o numero que tinha em minha mente, peguei diversos tubos até conseguir ver a cor que mais me agradava, nem me tocava que a essa hora eu tinha que estar  me arrumando e que em pouco tempo minha mãe me ligaria para saber se já podia vim ver o que eu tinha feito e o que eu poderia arrumar, e quando ela reconhecesse aquelas duas figuras seu rosto não seria de aprovação. Mas o que está foi está feito e ainda tinha que terminar. Não prestava a atenção no toque repetido do telefone apenas fiquei olhando os diversos tubos espalhados a mesa de madeira ao meu lado. Será que esse era o tom certo? Perguntava-me. Foi então que o meu coração parou um segundo.

- Alo? Com quem quer falar?- a voz um pouco mais grossa do que me lembrava, eu não sabia se era pelo sono, pela falta de cuidado de você sempre teve com a saúde ou por conta do tempo.

-É fazia tempo que eu não ouvia a sua voz!- afirmei em fim achando o tom certo para terminar o quadro.

-Não pode ser! É você? Como você conseguiu meu telefone?- você e suas desconfianças, mas mesmo assim ainda amo ouvir sua voz, nada mudou realmente, isso é bom.


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Notas finais do capítulo

Se você teve a paciência de ler até aqui, muito obrigada mesmo!Comente se quiser, ficaria muito mais feliz se souber sua opinião *-*



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