Era uma tarde tranquila e ensolarada em Plastic Beach, e uma rotina um tanto quanto chata. Murdoc se encontrava em seu quarto, visivélmente tediado, olhando para o teto. Suspirou.

– Nem para ter uma vadia aqui que eu possa transar...- sorriu malíciosamente o homem.

A uns quartos abaixo se encontrava 2D. Ele tremia incontrolavélmente de medo. Sentado em uma ponta de sua cama, não dando chance para a baleia (sua fobia) encontrar-lhe e tentar o comer.

– Se-será que ela já foi? - Perguntava-se 2D, ainda tremendo.

Um quarto acima do jovem vocalista havia a sala de maquinas, onde um rapaz moreno trabalhava martelando uma maquina e no mesmo recinto havia a sala da Cyborg Noodle, uma réplica perfeita da então desaparecida e verdadeira Noodle. Ela estava desativada, havia vários fios de diferentes cores conectados a ela, onde pulsavam, passando a energia para a mesma.

Como a sala era em baixo da água, tinha a consequência de ocorrer infiltração, então Cyborg Noodle se posicionava em um lugar estratégico onde a água não podia a tocar, dessa vez ela não tomou bastante cuidado. Na noite passada a cyborg ficou vigiando a ilha e chegou em seu armario quase sem energia, então ela se posicionou rápido e se auto-desativou.

Porém uma gota que vinha da infiltração percorreu pelo teto e caiu em um dos buracos onde deveria estar um fio.

A cyborg começou a ter um curto-circuito e logo se reativou, tomou o ar como se não respirasse a dias. Logo ela se desfez dos fios que estavam conectados a ela e andou até a saída de seu "quarto".

–Droga, o sr. Murdoc não vai gostar nada disso...

Antes de enconstar na porta, Cyborg Noodle sentiu um aperto dentro de si e começou a escorrer óleo por seus olhos.

– Ma-mas o que?

A robo saiu do armario com presa e pegou o elevador rapidamente, deixando o mecânico confuso.

Apertou qualquer botão e encostou na parede oposta da porta do elevador, passou alguns segundos e a porta se abriu de novo, revelando o quarto do 2D.

– 2D - chamou a robo -, por favor me ajude!!

O jovem olhou para a cyborg e e ficou mais assutado ainda.

– O-o qu-que você que-quer? - perguntou 2D ainda tremendo.

Cyborg Noodle correu até a janela redonda e a tampou com a cortina que havia ali, logo abraçou 2D, se enterrando no peito do vocalista, assustado com a ação da robo, mas também a abraçou, por pena.

– Eu não sei 2D, de repente o óleo começou a vazar dos meus olhos e sinto um aperto inconformado aqui dentro - Cyborg olhou para as órbitas vazias e escuras de 2D -, isso é o sofrimento, a melâncolia que tanto sente 2D?

O vocalista observou e logo a abraçou, fazendo-a enterrar o rosto em seu peito, sujando toda sua camiseta de óleo.

– Calma Noodle - falou 2D, beijando os cabelos falsos da robo -, isso é normal em qualquer...- enguliu seco.

– Ser humano - completou a cyborg, sentindo mais óleo vazar por sua pele falsa.

A robo se levantou, desfazendo o abraço e deu um sorriso.

– Tenho que me desculpar com o Murdoc - falou, com o rosto corado -, não sei porque, mas tenho que fazer isso.

O jovem a olhou e sorriu também.

– Certo, faça o que quiser.

E assim, Noodle correu para o elevador e seguiu rumo a suíte do Murdoc.