Bom eu tentava prestar atenção na aula, mas agora só conseguia pensar, em como iria conseguir viver debaixo do mesmo teto que a chata da Clove, e ainda ter que suportar a Glimmer indo lá. Seria um pesadelo a minha vida agora. Um pesadelo que eu não posso acordar.

Quando finalmente bateu o sino para a saída, bom eu arrumei minhas coisas pois precisava ir para fazenda, ou melhor para minha nova casa, já que minha mamãezinha disse que já tinha falado com  minha vó, depois eu ligaria, precisava saber melhor essa história. Pois estava muito mal contada.

Então coloquei minha mochila nas costas e me retirei daquela insuportável sala de aula. Quando saí tive a sensação de que eu estava ficando meio rebelde, ou meio vingativa, pelo fato de eu ter sida abandonada, e agora depois de 16 anos ela vim me procurar, e minha vó sabia e nem me disse nada, eu estava com raiva de todos menos do meu irmão Cato, que alias ele não era meu irmão? Ai esses pensamentos penetravam na minha cabeça.

Mas antes de sair do colégio precisava me despedir da pessoa que eu mais amava apesar de não ser meu irmão, e a mais inocente. Esperei que ele chegasse até o portão e o abracei forte, ele se assustou e perguntou:

-O que foi kat?

-Você não é meu irmão e eu não vou mais morar na fazenda. –Respondi desgrudando dele, e quase chorando, pois apesar dele não ser meu irmão fazia parte de mim, pois eu vivi a vida inteira ao seu lado, e no mesmo lar.

-Como assim?

-È uma longa história. –Eu falei mas continuei: - Quando eu nasci minha mãe era muito nova, e não sabia como cuidaria de mim, então achou melhor me deixar em um abrigo com mais condição, na casa dos seus pais, então agora que eu cresci ela veio me procurar, e eu descobri que sou irmã da Clove, e ainda minha mãe é rica, mas isso não é minha vida, eu não sei se vou me acostumar Cato. –Expliquei tudo.

Cato se sentou no banco quando eu terminei, então so soube dizer:

-Você vai conseguir Kat.

-Mas eu vim me despedir de você, porque eu não vou mais morar na fazenda, mas diz a vovó, que eu amo ela, e o vovó também. –Falei abraçando ele.

-Digo sim kat, mas agora preciso ir se não eu perco o ônibus. –Falou ele me dando um último abraço forte e saindo rumo ao ponto de ônibus.

Meus olhos encheram de lágrimas, e ele havia ficado triste ao descobrir que não sou sua irmã, deveria estar se sentindo enganado como eu.

Quando eu ia sair da escola, apareceu um moço alto, de cabelos castanhos, olhos verdes, e terno, com um chapéu, como os de pilotos de avião, ele me olhou e disse:

-Senhorita Katniss, sou seu novo motorista. –Disse ele estendendo a mão.

-Motorista? Nossa to ficando muito chique. –Falei apertando a mão dele.

Ao chegar no carro, era um a Ferrari preta conversível, eu nem estava acreditando, era mais bonita que a do Peeta. Afs até nessas horas eu pensava nele, não conseguia tirar esse infeliz da minha cabeça.

O motorista abriu a porta e antes que eu entrasse resolvi perguntar:

- Qual é seu nome?

-Meu nome e Finnick. –Respondeu ele.

-Nome bonito. –Eu falei, com um breve sorriso.

-Obrigado. –Agradeceu o motorista.

Então eu entrei no carro, e ele fechou a porta, e se sentou no banco do motorista, aliás esse era atarefa dele motorista. E quem diria eu Katniss, tendo motorista, isso só acontecia nos meus sonhos, e sempre acabava mau.

Mas o pior de tudo eu ia morar de frente a casa do Peeta, eu sabia disso porque  a Clove disse, que morava em frente a casa dele. Afs Katniss precisa tirar esse Peeta da sua cabeça –Eu pensei.

Quando chegamos ao condomínio havia um porteiro e um monte de segurança na porta, o motorista abriu a janela e disse:

-Olá pessoal.

-Falaê Finnick. –Respondeu todos que estavam na portaria.

-Vim trazer a senhorita Katniss. –Disse Finnick.

-Olá Katniis. –Um deles falou.

-Oii. –Eu disse com um sorriso.

-Bom abre as portas que a Katniss ta passando. –Disse Finnick.

Eu fiquei até sem graça quando ele disse isso, eu tava parecendo uma toda poderosa, então o porteiro que ficava dentro de uma pequena cabine branca, abriu o portão automático e Finnick entrou no condomínio, era imenso, e tinha muitas casas, após darmos tantas voltas finalmente chegamos a minha.

Ele desceu da Ferrari, e abriu a porta. Quando eu olhei para minha casa, minha mãe havia feito uma festinha e só tinha gente que eu não conhecia, mas que diabo era aquilo? E o que o Peeta estava fazendo na minha casa? Eu mal cheguei e já estava detestando, preferia trabalhar na fazenda, era menos incomodo, e mais agradável, quer dizer tirando o cheiro das vacas e do estábulo.

Minha mãezinha estava na porta para me receber. Eu abri o sorriso mais forçado do  mundo, mas quando ela abriu os braços para me abraçar, eu passei reto e disse:

-Que casa bonita.

Minha mãe fez uma cara, e respondeu:

-Você acha?

-Acho sim –A respondi e continuei: -Mãe obrigada pela festa, está linda mas eu to cansada, vou para o meu quarto beijinhos.

-Mas você não sabe nem onde fica seu quarto. –Falou Fox Face.

-Não se preocupe eu acho. –Falei subindo as escadas.

Minha mãe fez uma cara de decepcionada, então eu falei:

-Mãe não fica triste eu só vou me arrumar, pois não estou com uma roupa adequada para festa.

Ela se virou e abriu um sorriso enorme e disse:

-Ta bem filha.

Então eu continuei a subir as escadas, a procura do meu quarto, a casa era muito grande e os corredores eram imensos, um dia eu acharia meu quarto, a sorte era que eu não iria dormir no mesmo quarto que a Clove, e ela nem podia encostar na porta do meu quarto, assim como eu não podia encostar no dela.

Fui abrindo todas as portas, até que encontrei uma que na parede tinha escrito: Katniss.

Bom acho que ali era meu quarto, então eu entrei e fui procurar algo decente para vestir, pois tinha muitos convidados, e o Peeta estava lá eu precisava provocar ele.