Saí do avião, segurando apenas uma mala numa mão e um bebé com o outro braço. Apesar de ter apenas 17 anos, já tenho um filho de sete meses, o meu mundo, Lukas. E sou uma mão solteira.

Apesar do que muitos possam pensar quando olham para mim e vêm uma adolescente de 17 anos com um filho, eu sabia bem quem era o pai de Lukas.  O seu nome era Mikael e nós namorávamos à três anos quando transamos pela primeira vez. Estávamos noivos e ele assumiu o Lukas quando eu lhe contei que estava grávida.

Mas tudo mudou no meu oitavo mês de gestação, quando encontraram o corpo de Mikael na floresta. "Foi um ataque de lobo" Disse o policial que investigou o seu caso. 

O choque da notícia fez com que o parto começasse de imediato e o meu Lukas nasceu, iluminando a minha vida no mar de depressão em que eu me encontrava. E mal Lukas tinha idade para viajar enfiei-me num avião, fugindo de tudo aquilo, e vim viver com o meu pai.

Já não suportava o olhar de pena que as pessoas me lançavam quando passava na rua, na escola e, embora eu não os culpasse, os que vinham de dentro de casa eram os que doíam mais.

Charlie esperava-me junto ao detetor de metais e abraçou-me embora desajeitadamente por eu estar a segurar a minha mala e Lukas.

- Como está, filha?- perguntou ele acariciando-me a face.

Dei um meio sorriso e tentei fazer a melhor voz que conseguia e disse:

- Estou ótima pai…

Charlie sorriu e virou-se para Lukas. Era um avô muito babado, depois de Lukas nascer vinha a Phoenix uma vez por mês para passar tempo com ele.

Apertou-lhe levemente a bochecha e começou a fazer barulhinhos de bebé, e a chamar-lhe Charlie Júnior, fazendo-me revirar os olhos. Charlie tinha ficado exultante quando Lukas havia nascido e quando ouviu o nome do bebé ia tendo um enfarto. Lukas Charlie Swan Jr. Então desde aí ficava chamando-o de Charlie Júnior.

A viagem de carro foi tranquila e quando chegámos a casa deixei Lukas com Charlie enquanto ia desfazer a mala. Metado da mala era de coisas de Lukas e a outra metade era minha. Tinha trazido apenas o indispensável, querendo sair dali o mais depressa possível.

A minha mãe poderia mandar o resto por correio e entretanto iria comprar roupas novas para mim e Lukas.

Tirei da mala uma fotografia de mim e Mikael. Nessa altura eu estava grávida de sete meses e ele estava ajoelhado e beijava a minha barriga.

Deixei uma lágrima solitária escorrer-me pela cara enquanto acariciava a moldura. Coloquei-a na mesa-de-cabeceira, juntamente com outra de Lukas quando tinha nascido.

Acabei de desfazer a mala desci e peguei Lukas do colo do meu pai e perguntei:

- Papai, o meu carro já chegou?

Charlie acenou e respondeu:

- Chegou semana passada, eu estacionei-o nas traseiras, porquê?

- Pensei em dar uma voltinha pela cidade com o Lukas, e quem sabe comprar umas roupinhas novas para ele. – Respondi, embalando o meu pequeno.

- Está bem, mas não se demorem, não me agrada que estejam os dois sozinhos na rua.- Para reforçar a sua posição contra a ideia de eu estar sozinha na rua deu uma palmadinha gentil na arma que estava pendurada no seu cinto.

Saí da casa e olhei para o meu carro com orgulho.

Carro da Bella: http://www.pressauto.net/wp-content/gallery/2011-porsche-panamera-turbo-s/597-003-porsche-panamera-turbo-s.jpg

A minha mãe o tinha comprado depois de Lukas nascer. De início ela não me tinha dado muito apoio, dizia que eu era demasiado nova e que não tinha responsabilidade para tomar conta de um bebé pequeno. Mas quando começou a ver os ultrassons começou a derreter-se toda com o Lukas.

Coloquei o Lukas na cadeirinha e fui para o centro de Forks, tencionando explorar um pouco a cidade.