Rosenrot escrita por Rafael Deschain


Capítulo 4
Opium




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/238909/chapter/4

Beth caiu.

Sua perna sangrava do tiro. Havia um buraco rubro e feixes grossos escorriam pela sua pele lisa. Não jorrava, não havia acertado nenhuma veia principal.

Ela pôs a mão sobre a ferida para estancar, mas não conseguiu. Começou a chorar. Chorar de raiva. Chorar de dor. Chorar de fracasso. Nada mais doía do que a dor do fracasso.

"Acabe logo com isso", disse o Presidente.

"Tem certeza?", disse McGuire. "Posso deixá-la sangrar até morrer. Gravar e te mostrar depois, não acha melhor?"

"Hm, é. Acho que prefiro assim.", disse acomodando-se na poltrona. "Preciso resolver uns assuntos aqui, não daria mesmo para eu ver o final. Bem, confio em você."

"Até logo, senhor."

Enquanto os dois conversavam, Beth se arrastou para trás da maca. Era uma maca de dentista. Que porra?, ela pensou. Começou a resmungar alto. Ela ouviu o som do notebook fechar e logo se escondeu atrás dos equipamentos cirúrgicos.

"Bethinha, cadê você, docinho?", Freddy começou a procurar pela vítima. Ele viu um rastro de sangue que seguia até a maca cirúrgica, mais precisamente atrás dela.

"Ah, que fofa", disse, começando a acompanhar o rastro. "Eu acho que eu vi um gatinho!"

Beth suava frio. Ouvia os passos do homem se aproximar e percebia que a maca a escondia muito mal. 

"Um gatinho muito burro e que não sabe se esconder direito."

Freedy, com um movimento rápido, olhou para de trás da maca e viu Beth desmaiada.

"Mas já? Own, que fofinha", ele a pegou pela cintura e a colocou na maca. Começou a prender as pernas dela, enquanto falava.

"Sabe. o moço ali..", apontou para o computador fechado. "Ele me pediu para que eu filmasse você morrendo. Legal, né?",

Prendeu uma perna com uma silvertape.

"Sabe, não podemos decepcioná-lo, gatinha.", esticou um pedaço da fita e a cortou com a boca. "Então para isso você precisa estar viva!"

Amarrou a outra perna dela. Pegou um dos braços de Beth e o colocou num dos braços da maca. Arrancou outro pedaço de fita e o amarrou bem, com boa pressão.

Expirou decepcionado.

"Beth, acorde, vai. Quem você quer enganar?", deu um tapa na cara dela, mas ela continuava desacordada. "Achou que você iria me pegar destraído e me bater de alguma forma? Oh, please.."

Freddy contornou a maca para amarrar o outro braço.

"Vamos acordar você como uma mulher.."

Ele enfiou a mão por baixo do vestido de Beth. Devagar, ele foi subindo até encontrar uma superfície lisa e com texturas de bordados. Moveu esse tecido delicadamente para o lado. Feito isso, avançou com a mão até chegar numa parte que era macia, lisa, e que havia um corte na superfície. Ele acompanhou o corte até embaixo e enfiou o dedo em uma cavidade que achou com a mão. Ficou massageando por algum tempo, sentindo que a temperatura do corpo dela ainda estava quente - viva - e continuou a massagear. Viu que Beth não acordava. 

"Em coma?", assustou-se com a sugestão. Mas logo se alegrou. 

Havia deixado uma câmera rodando em frente a maca e começou a olhar para ela e a fazer sinais de não saber o que estava acontecendo. 

"Você sabe da coisa que o moço gosta mais do que uma tortura?"

Ele pegou a cabeça da Beth com a mão desocupada e fez um movimento de pergunta com a mulher enquanto dizia "O que, senhor McGuire", numa voz de criancinha.

"Que bom que perguntou!", então Freddy pegou uma serrinha elétrica do componente de equipamentos cirúrgicos, a ligou e cortou o vestido de Beth. "O bom moço gosta de sexo com mortos."

Então ele desceu com a língua em cima da vagina de Beth. Lambia, babava e atiçava-a com os dedos. 

Voltou um pouco a cabeça para respirar.

"Sabe, para uma desacordada até que você é boa, viu!"

E voltou a fazer o que estava fazendo antes.

Beth abriu os olhos. Algumas lágrimas estavam impedindo sua visão de ficar cristalina. Ela segurava o nojo mordendo os dentes. Olhou de relance e viu que o rosto de McGuire estava completamente voltado para a parte íntima dela. 

Com o braço que não estava amarrado, ela pegou uma seringa. Provavelmente a seringa deveria ter alguma doença, já estava com a ponta um pouco enferrujada. O que agradou Beth.

"Ei!"

Freddy olhou com os olhos vermelhos e assustados.

Beth enfiou a seringa no olho esquerdo do homem. Ele gritou e ela afundou ainda maisa seringa até ele capotar para trás.

"Você fala demais."

Ela pegou a serrinha elétrica e cortou as fitas de suas pernas e braço.

Tentou caminhar, mas a sua perna doía, então resolveu arrancar seu vestido e dar um nó ao redor da perna e que prensasse o ferimento.

Estava de cinta-liga e com um terninho. 

"Pareço uma puta. Mas não é hora para brincadeiras agora..."

Pegou a arma em cima da mesa, ao lado do notebook. Deu um tchau para a câmera e foi até a centrífuga pegar o antídoto. Pegou todos os tubos de ensaio que estavam lá, colocou dentro de sua bolsa e foi até a porta.

Ao abrir a porta, notou algo estranho. Analisou atentamente o que era e se chocou. Um frio percorreu a sua espinha e uma forte ânsia corroeu seu esôfago. Não conseguindo segurar, vomitou.

"Não é possível!", dizia, e vomitava. "Não!"

O relógio digital em cima da porta marcava 23h 30min, do dia 13 de Fevereiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rosenrot" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.