‘’ O que foi isso que acabou de acontecer? Porque eu fiquei tão nervosa?’’ pensava a menina enquanto tirava o vestido e vestia o pijama ‘’Será que eu estou gostando do Ciel? Não...isso não pode estar acontecendo!’’. Ao acabar de pensar isso seu celular toca. Ao olhar o número tem uma surpresa:  99.

- Mas é agora que essa pessoa vai ver comigo.

Determinada, ela atende a ligação:

- Não sei quem é você, mas acho melhor parar com a palhaçada.

Do outro lado da linha ninguém responde e só se ouve chiados, de repente uma voz meia sombria começa a lhe dizer vários nomes:

- Hermínia Gonçalves.... Taylor Spencer.... Anna Hacker….

- O quê? Que brincadeira é essa? – Ao acabar de dizer isso, a pessoa do outro lado da linha desliga.

- Q- Que isso....que coisa esquisita foi essa?

Ela achou tudo aquilo muito estranho, mas no fundo ficou curiosa para saber o que eram aqueles nomes. ‘’ Já sei, vou pesquisar no Google’’. Imediatamente ela acessa a internet do seu celular, conseguindo pesquisar dois dos três nomes. Resumindo a parte importante da pesquisa ficou assim:

Hermínia Gonsalves: Mulher Italiana nascida em 1901. Solteira, vivia a procura de um pretendente, um marido. Era a filha mais velha de uma família de origem nobre. Seus pais morreram quando ela ainda tinha 8 anos. Desapareceu em 1917.

Taylor Spencer: Mulher espanhola nascida em 1956. Também solteira e não se casou. Vinha de uma família de classe média e perdera os pais ainda bebê. Desapareceu em 1972.

‘’ Duas mulheres de países diferentes só que com duas ligações em comum: perdera os pais ainda criança e desapareceram com a mesma idade. Será isso alguma coincidência? Talvez o terceiro nome me ajude a desvendar isso‘’. Só que para sua surpresa a internet resolve se desconectar.

- Maldita hora da internet cair. Porque tinha que ficar sem sinal logo agora? Talvez seja a localização...

E assim ela sai de fininho do quarto andando pela casa, procurando o melhor lugar para que a internet volte a funcionar. Só que um acidente acontece: enquanto ela andava pelo corredor sombrio cheio de portas, sem querer ela se desequilibra por causa do tapete e acaba se apoiando em uma porta, fazendo-a abrir um pouco.

- O que eu fiz? Eu não devia ter aberto essa porta, melhor fechar logo.

- Desça....precisamos...conversar..... – Dizia uma voz misteriosa vindo de dentro deste cômodo.

Pessoas comuns fugiriam, mas Lisa era diferente: resolveu averiguar o que era aquilo, se esquecendo completamente de seu objetivo inicial que era encontrar o sinal de internet. Ao abrir totalmente a porta se depara com uma escada que a levava para um tipo de porão. O lugar era cheio de caixas e o que mais lhe chamou a atenção foram às bonecas que se encontravam em várias prateleiras numa quantidade assustadora. Todas elas eram feitas de pano e possuíam nomes que estavam escritos na madeira da prateleira. Para sua surpresa ela encontrou 3 bonecas com os seguintes nomes: Hermínia Gonçalves, Taylor Spencer e Anna Hacker.

‘’ Impossível... porquê o Ciel teria bonecas com o nome dessas mulheres aqui, nesse porão?’’

- Foi ele. Foi ele que nos matou. – Disse a voz misteriosa.

- O quê? Quem é você?

- Não somos uma pessoa só, somos várias. Nós somos o resto das almas das mulheres que Ciel Phamtonhive se alimentou.

- Do que vocês estão falando? – Perguntou a menina com a voz tremula.

- Ele nos enganou, fez com que a gente se apaixonasse por ele e depois devorou nossas almas. Como ainda é inexperiente, acabou deixando resquícios de nossas almas. Nós nos juntamos e nos tornamos isso para poder avisar a próxima vítima.

- Afinal, Ciel fez o quê? Impossível, porque ele comeria almas? Ele não é humano?

Ao dizer isso ouve o som de passos descendo as escadas. Rapidamente Lisa se esconde atrás de uma das caixas. Sebastian e Ciel tinham descido até o porão e ficaram de frente para as bonecas.

- Você não acha isso desnecessário Bocchan?

- Claro que não. É divertido ter bonecas iguais às mulheres que devorei as almas.

- Realmente você nem parece que já foi humano.

- Pouco me importa se alguma vez já fui humano ou não. Agora o que me importa é continuar sendo demônio e capturar minha centésima alma.

Sebastian lhe olha com desprezo.

- Que foi? Só porque agora você não pode devorar mais almas está assim? Agora você servirá a mim eternamente. É esse seu destino. Além disso, fez o que lhe pedi?

- Sim. – E de dentro de uma caixa perto das prateleiras, o mordomo retira mais uma boneca.

- Perfeito – disse Ciel – Essa ficará no topo depois que eu devorar sua alma.

‘’ Essa não,...  Essa boneca é igualzinha a mim’’ pensava Lisa enquanto sua respiração se tornava ofegante. Por um momento Sebastian percebeu que a garota estava escondida ali, mas por algum motivo não falou para o jovem mestre.

- Acho melhor voltarmos. Pode ser que Lisa esteja a nossa procura e se não nos encontrarmos será um problema. – disse Sebastian.

- Você está certo, vamos. – E assim os dois sobem as escadas.

Lisa sai de seu esconderijo e vai até a boneca que era sua réplica, deixada em cima da caixa de onde foi retirada.

- E agora,... O que posso fazer? Não posso morrer aqui.

- Não se desespere, nós lhe ajudaremos. – Voltou a dizer a voz misteriosa.

- Mas como vocês podem me ajudar?

- Use nossas últimas forças para matar aquele demônio na hora certa. Até lá, aja naturalmente sem que ele perceba que você descobriu algo.

 - Mas espera ai... Como vou usar a força de vocês?

- Na hora você descobrirá. – E assim uma luz branca entra em seu peito.