Estigmas Das Trevas escrita por AngelSPN


Capítulo 5
Capítulo 5




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                Na estrada o impala rodava com velocidade acima do normal, o sol descia rápido e aos poucos um vento frio assombrava ainda mais os pensamentos dos irmãos. Sam apertou o olhar ao ver um amontoado de folhas caídas e empurradas pelo vento formando pequenos rodamoinhos, como um mau presságio ao redor deles. Haveriam de encontrar o tal lugar e resgatar seu pai das garras dos malditos sanguessugas.

Ruby mantinha uma expressão mista de ódio e perversidade, os dois homens estavam concentrados demais na busca do Winchester mais velho que não perceberam que uma emboscada os aguardava. A loira voltou a manter o semblante dócil e sensível, sabia o quanto aquilo impressionava os humanos. A noite chegou rapidamente, não fizeram paradas em nenhum lugar, a intenção era chegar antes da escuridão. Acabou não dando certo.

- Dean, estamos nos embrenhando cada vez mais nesta floresta, o asfalto ficou a quilômetros de distância. Diminua um pouco a velocidade. – o moreno estava apreensivo, seus instintos pulsavam perigo.

Mas antes mesmo de Dean falar alguma coisa, a freada brusca anunciava a chegada de seus problemas.

- Era só o que nos faltava! – o loiro olhava a enorme árvore bloqueando o caminho. – Teremos que prosseguir a pé.

- É muito perigoso, devíamos voltar. – a loira saiu do carro com os garotos demonstrando medo e interpretando com louvor sua peça teatral.

- Cala a boca! – Dean resmungou asperamente.

- Dean, ela não tem culpa de nada e....

Sam foi empurrado contra o tronco da árvore com Dean tapando sua boca.

- Silêncio...estamos sendo observados, vamos voltar para o carro. – Dean falou olhando nos olhos do irmão soltando-o lentamente.

Sam ouviu grunidos e olhos que acendiam labaredas sobre a árvore caída. Sentiu a pele arrepiar-se. Um dos malditos estava ali, aguardando-os. O moreno olhou nervosamente para trás quando viu a loira chorando e correndo mata adentro. Sendo engolida pela penumbra horripilante da floresta.

- Ruby! E mais essa agora! – Dean bateu contra a lataria do carro nitidamente irritado.

- Temos que ir atrás dela, Dean. Ela não terá chance sozinha, e fomos nós que a arrastamos até aqui. – Sam não desviava o olhar do irmão.

- Tá, tá. Vamos buscar a maluca. Droga, perdi o desgraçado de vista. Deve ter ido atrás da “boneca” assustada.

Sam apenas o encarou com incredulidade, como Dean conseguia ser tão...tão Dean! O loiro nem abateu-se com a expressão do irmão, apenas pegou sua arma e um facão.  Pegou a faca que mata demônios e entregou ao irmão caçula. Dean pegou uma lanterna e a mantinha erguida e a outra mão junto apoiavam a arma.

Ficaram um próximo ao outro, não poderiam vacilar. Pararam por alguns instantes, aguçaram a audição. Nenhum ruído sequer, nem os grilos, absolutamente nada. Apenas a respiração acelerada dos jovens. Repentinamente Sam foi atacado por um vampiro. A velocidade dos seres das trevas era descomunal. O jovem sentiu o próprio corpo sendo arrastado para cima das árvores. Tudo havia sido rápido demais.

- Sam! – o loiro gritava. Fazia mira nos olhos em brasas cintilantes, mas o receio de acertar o irmão era maior.

O moreno desferiu a faca no ser que o arrastava, ouviu o grunhido de dor da criatura. Sam aferrou-se no chão mantendo-se totalmente em alerta, viu o irmão atirando contra mais uma criatura. Ouviu a angústia na voz de Dean pelo seu nome.

- Aqui, estou aqui Dean! – Sam não percebeu por causa da escuridão, mas seu irmão sorriu ao ouvi-lo.

- Você está bem? Pode andar? – o loiro o analisava.

- Sim, estou bem. – com a ajuda do irmão, Sam levantou-se rapidamente do chão.

Ambos estavam juntos novamente, e correram em direção a uma estrada iluminada pela lua que começava a sair de uma nuvem negra.

- Sam, você viu aquela nuvem? Cara diz que estou vendo coisas!

- São os malditos! Corre Dean! Corre!

Os irmãos dispararam em busca de proteção, tinham que elaborar uma estratégia. Dean olhava para trás e disparava contra os seres voadores mais próximos, abatendo-os e atordoando-os. O loiro sentiu a dor do esforço que fazia para manter a corrida. Seu abdômen começara a latejar, o ferimento que Alastair lhe deixara começou a incomodá-lo. Pressionou os dedos contra a camisa e sentiu-os umedecer, estava sangrando. Um dos motivos que deixava os seres nefastos com muito mais sede de sangue. A situação estava apertando para seu lado e acabaria arrastando o irmão junto. Mas o que fazer? Entregar-se nunca! Abandonar Sam e correr para o lado oposto? Talvez fosse a única saída, mas o loiro não o fez. Não por medo, mas por respeito ao caçula que ficaria em desespero e acabaria sendo pego por um dos sanguessugas. Uma coisa era certa, queria continuar vivo e acabar com o covil dos morcegões e salvar seu pai. Venderia sua pele muito caro. Depois pensaria em descanso. Se é que um caçador se pode dar a esse luxo. O cheiro de morte penetrava nas narinas de Sam, era tão pútrido que uma sensação de ânsia começava a tomar conta de seu estômago. Cansados e exaustos os irmãos pararam para enfrentarem seus destinos. Se morressem seria lutando de armas em punho. As balas haviam acabado, só o facão de prata do loiro e a faca de Sam restavam. Os golpes com as armas afiadas provocavam feridas hediondas, urros de dor e agonia aumentavam a cada instante. As lâminas eram afundadas nos oponentes malignos com determinação de um caçador. Não pareciam simples humanos, eram guerreiros que lutavam por suas vidas. Os vampiros os cercaram, formaram um círculo deixando os dois irmãos no centro. Era o fim.

Então um facho de uma luz extremamente clara varreu a floresta, deixando os vampiros assustados e arredios. Os jovens correram em direção desta luz desconhecida. Seria melhor a luz que a escuridão. E para a surpresa de ambos um jipe com refletores se aproximava.

- Maldição, Bobby! – Dean correu com entusiasmo para o jipe do velho amigo.

- Entrem, rápido! – Bobby agora dava ré no veículo para saírem da floresta. Da emboscada vampiresca. – tem um arsenal aí atrás, divirtam-se!

- Não precisa falar duas vezes, Bobby! – Sam e Dean agora disparavam com carga total contra as criaturas que aos poucos foram se dispersando e sumindo. E de uma enorme árvore uma mulher loira os observava não disfarçando o ódio que sentiu do caçador mais velho ter se intrometido. Ruby estava pronta para entrar em cena e simular a salvação dos garotos, assim ganharia a confiança deles. No entanto seus planos foram por água abaixo. Mas haveria outras maneiras de mostrar que estava do lado deles. E seus olhos ficaram escuros ao saber como faria isso.


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Notas finais do capítulo

É as coisas estão começando a esquentar para nossos garotos, e espero que os reviews também! Um grande abraço para Alice, Elise e Sonyama que me dão forças para continuar a escrever. Valeu!!!