Ver ele chorando, era como se alguém pegasse o diamante mais precioso do mundo e o quebrasse em pedacinhos. 

-Você quer subir pra falar com ela? Acho que vocês devem conversar sobre tudo isso, e ainda tem a surpresa que você vai fazer pra ela. Sobe.-pela primeira vez eu queria que eles se entendessem, eu sabia que o que ele sentia por ela era verdadeiro, e isso não podia acabar. Não assim. Eu queria ele, mas não daquele jeito...

E o engraçado é que tu passa anos vivendo muito bem, tranquilo e feliz, aí conhece uma pessoa e depois fica achando que a vida não é nada sem ela. Que curioso. 

-Melhor eu ir embora, ela precisa pensar na vida. Obrigada pelo abraço, você é boa nisso.- disse ele enxugando as lagrimas e me abraçando mais uma vez. Abri a porta e vi o carro dele desaparecer, mais uma vez, nas ruas frias. 

Subi pro quarto e pensei em ir falar com a minha mãe sobre o que tinha acabado de acontecer, mas Harry tinha razão. Ela precisa pensar na BURRADA que tinha acabado de fazer. Ja era tarde, então, escola amanhã, nem pensar, oba! 

[...]

Acordei no dia seguinte com alguns barulhos na cozinha, era minha mãe tentando fazer o café da manhã. Ela nunca fora boa em qualquer coisa relacionada a comida, a não ser pela parte de comer, que isso ela fazia muito bem. E ainda sim, conseguia manter aquele corpo, eu tinha inveja disso nela. Aliás, não era a unica coisa sobre ela da qual eu tinha inveja. 

-Bom dia mãe...-eu não costumava ser tão seca assim com ela, mas ao ponto que as  coisas chegaram, eu ja não conseguia ser tão proxima dela. E isso estava ficando cada ver mais dificil.  Quando Harry entrou na minha vida, ele podia ter sido qualquer coisa. Amigo, talvez. Mas tinha que entrar desse jeito? Me fazendo sorrir, fazendo com que eu perdesse o ar e meu estomago embrulhasse? Claro que não teria problema, SE ele não tivesse se apaixonado pela minha mãe. 

-Bom dia. Ta com fome? Tem leite e toddy, vou subir e pra qualquer telefonema eu não estou, ouviu? -disse ela, tão seca quanto eu. 

-Nem pro Harry?

Ela abaixou a cabeça e continuou:

-Nem pro Harry, diga que eu ligo assim que "chegar", precisamos conversar sobre o que houve ontem. Eu, você e ele.

-EU? COMO ASSIM, EU?

-Você tem que me explicar essa história do seu pai direito, mas só depois que eu me acalmar. 

-Certo, e só avisando: não vou pra aula hoje. 

-Por que não? 

-Se você não percebeu, ja estou mais de 2 horas atrasada. -disse eu seca, minha mãe não se importava de eu ser grossa com ela, ela até curtia essa nossa relação de "amigas", mas pela primeira vez ela gritou comigo:

-PRESTA ATENÇÃO NO JEITO QUE VOCÊ FALA COMIGO! SOU SUA MÃE, E NÃO ESTOU PRA NINGUÉM HOJE. NEM PRA VOCÊ, NEM PRO HARRY, NEM PRA NINGUÉM. ENTENDIDO?

Isso me fez olhar pra ela diferente. Ela estava completamente fora de si, e isso tudo por que? Por que ela finalmente ciau na real de Harry era novo demais pra ela, e que ela ainda amava meu pai? Ela subiu as escadas rapido, nao me dando chance nem de responder. Espero que ela fiquei mesmo no quarto o dia todo. 

O telefone tocou, e eu exitei em atender, mas atendi. 

-Alô?

A voz rouca do outro lado da linha respondeu:

-Oi Carol, é o Harry...

-Ah, oi Harry. Antes que você perca seu tempo, minha mãe se trancou no quarto e não quer falar com ninguém. 

-Eu ja imaginava isso, mas eu queria falar mesmo com você.

Ok, isso foi estranho. Primeiro, ele diz que sou boa em abraços, e depois diz que quer falar comigo? Eu tinha me esquecido como era gostar tanto de alguém. Que tudo se resumia em doar todo o seu bem estar pra tal pessoa e ela fazer o que bem quiser dele, e o Harry, andava fazendo bom uso disso. 

-Comigo?

-Sim, com você. Depois de tudo que aconteceu ontem, pensei que, sei la...a gente podia sair pra dar uma volta. O que você acha? 

-Ah, claro. Que horas?

-Passo ai, la pelas 15. Pode ser?

-Ok, até. -desliguei o telefone e tentei parecer calma. Mas não deu. Fiquei sorrindo sem parar durante um bom tempo....

Resolvi me aprontar logo, o ruim é que eu nem sabia pra onde iriamos. Mas pouco me importava. Coloquei uma roupa simples e fiquei esperando ele chegar. Sabe quando a sua consciência aparece em forma de anjinho, e diabinho? Cada uma em um ombro? Era exatamente o que estava acontecendo. O anjinho dizia "não faça isso, é o namorado da sua mãe, você não vai querer estragar isso...vai?" Enquanto o diabinho insistia em me atiçar "você não esta fazendo nada demais, é só uma volta" E adivinha a quem eu escutei? 

A campainha tocou, era ele. Finalmente.