O despertador me acordou as 7h. Levantei, fui ao banheiro, fiz o que devia de ser feito e desci pra preparar o meu café. Enquanto os pães esquentavam na xapa, subi as escadas pra acordar minha mãe. Abri a porta do quarto lentamente...

–Bom dia flo...Uai. -Ela não estava la. Não tinha dormido em casa pelo jeito...Uma raiva consumiu o meu corpo. Ela ja estava namorando um dos caras mais perfeitos do planeta, mais novo que ela e como se não bastasse eles haviam "consumado" a relação. Eu simplesmente não consegui suportar aquilo. Fiquei parada tentando raciocinar, porque eu tava tão brava? Eu não estava nem apaixonada por ele. E mesmo que estivesse, era impossível ele se sentir atraído por mim. Senti um cheiro de queimado e precisei correr pra salvar meus pães, comi rapidamente, me troquei e fui pra escola.

Os primeiros horarios foram um saco, deitei a cabeça na mesa e fiquei me perguntando "Ai meu Deus, o que eu faço agora?" Eu estava tentando não me apaixonar por ele, mas era...impossível. Ultimo horario, prova. Estava tranquila em relação ao assunto, havia passado a noite toda lendo o livro e tinha certeza de que iria bem. Mas ai ta o problema, tudo que eu lia me lembrava ele, e tava dificil manter a concentração. Respirei fundo, fiz a prova e esperei o sinal bater. Fui pra casa as pressas, precisava me trancar no quarto e achar um jeito de esquecer ele.

Cheguei em casa, e la estava ele...sentado no sofá. Lindo. Estava usando uma camisa do Ramones dessa vez. E ele conseguiu ficar ainda mais perfeito.

–Oi Carol. Tudo bem? Como foi a escola? - porque ele insistia em dar uma de pai? Eu nunca o verei de tal forma. E o meu nome nunca parecia tão bonito quanto vindo da boca dele. Me perdi mais uma vez nos seus olhos, e ele de novo, me acordou de um transe. -Carol? Oi?

–Ah oi...desculpa, o que você disse?

–Esquece, você parece que dorme toda vez que conversa comigo...Tem algo de errado? Eu sou muito chato?

–Chato? Você? Que isso...É que passei a noite estudando e estou cansada...-Que desculpa mais esfarrapada! Só precisava dar um jeito de sair dali antes que ele me hipnotizasse novamente. -Onde está minha mãe?

–Ela foi ao mercado comprar alguma coisa pra nós comermos...

–Ah sim, quando ela chegar avise que estarei la em cima, fazendo meus deveres. Ok?-Ele estava se aproximando mais e mais de mim, colocou a mão no meu rosto e eu me esquivei -O que você pensa que está fazendo??

–Calma, eu só ia tirar essa manchinha de molho da sua bochecha haha...

–Ah, desculpe. Deve ter sido no almoço na escola...-Subi as escadas e ele ficou la embaixo rindo. Depois dessa, eu queria virar a Alice e cair em qualquer buraco.

Fechei a porta num estrondo e fui pra deibaixo do chuveiro. Comecei a pensar nele, e depois pensei em quanto tempo eu estava perdendo gostando dele. Ele era incrível demais pra mim, "muita areia pro meu caminhãozinho" enfim...Não haviamos nascidos um para o outro. O meu mal era ainda acreditar em amor verdadeiro, em destino, em principes em cavalos brancos, em castelos, em contos de fadas...e nada disso iria acontecer comigo um dia. Ouvi minha mãe me chamar pra almoçar, me troquei e fui.

Eles ficavam conversando, e eu ali só observando aquele sorriso magico. Involuntariamente, eu sorria. O telefone tocou, e como eu percebi que nenhuma deles iria largas as mãos e ir atender eu fui.

–Alo?

–Oi filha...Tudo bem? -Meu pai...me ligando??? Que milagre de Deus é esse?

–Pai? Tudo e contigo?

Percebi minha mãe parando de sorrir pro Harry assim que me ouviu pronunciar a palavra "pai".

–Melhor que nunca. Tenho novidades, gostaria de passar o próximo fim de semana aqui em Paris comigo? -Paris!!! Como negar?

–Claro que sim papai...Eu pego o trem na sexta a tarde depois da escola e o senhor me buscar na estação. Pode ser?

–Tudo bem. Mande lembranças a sua mãe. Te amo.

ÓTIMO! Paris é um ótimo lugar pra se achar um novo amor e esquecer de vez do Harry. Desliguei o telefone e minha mãe não pareceu gostar muito, mas deixou levando em conta o tempo que eu não via meu pai.

–Ele te falou que novidade é essa? -Ela perguntou desconfiada.

–Não, e eu nem perguntei.

Coloquei o prato na pia, e subi pro quarto. Ouvi o Harry indo embora. Sabe aquela frase: "Só se cura uma amor com outro?" então, estavas prestes a coloca-la em pratica. Afinal, eu não amava o Harry, só sentia meu coração bater forte quando ele estava por perto, e eu não conseguia falar, ou me mexer. Só isso...