POV Carol

A sensação de seu beijo, não era nada parecida com a do meu sonho, era melhor... Muito melhor. Eu não sabia o que fazer, não esperava essa reação dele, foi tão repentino. Meu coração começou a bater muito forte, e continuou a acelerar assim que ele colocou suas mãos sobre minha cintura. Ele tinha mãos grandes, e eu sou completamente fascinada por mãos grandes. Não pense besteira, por favor, é só que... Enfim, tudo nele era perfeito. Eu não queria que o beijo acabasse, mas também não queria prolongar muito, quanto mais tempo perto dele, pior eu ficava. Uma sensação estranha invadiu meu coração. Eu não estava só traindo o Zayn, como, também, a minha mãe. Tem coisa que pior que trair confiança de mãe? Imagina se eu a perco pra sempre? E quanto ao Zayn, sinceramente, eu não estava muito preocupada. Num ato impulsivo, empurrei Harry, e ficamos um tempo nos olhando. Certeza que minha cara não estava nada bonita. Eu não sei o que da quanto se mistura uma expressão de espanto com felicidade, mas com certeza, não fica legal.

–Desculpa... Eu, eu... Eu não sei por que eu fiz isso, na verdade... Ér... Desculpa. –disse Harry, abaixando a cabeça.

Eu estava no meio daquelas situações que você mal consegue pensar, muito menos falar... Fiquei olhando ele um tempo tentando entender os motivos pelos quais ele havia me beijado. Lembrei do dia em que fomos dar uma volta, e do beijo dele. Seus lábios estavam tão macios quanto hoje. Lembrei da cara dele quando eu pedi “me beija”, devia estar muito parecida com a minha reação de agora. O toque do seu celular quebrou o silêncio. Era a minha mãe pelo jeito. Sai do quarto, e voei pro meu como um foguete. Deite na cama e fiquei encarando o teto. Me belisquei na tentativa de acordar e daquilo tudo ser apenas, um sonho. Fiquei me perguntando “por que ele faria isso?” ou “ele deve estar carente” coisas assim... Se bem que a segunda pergunta não fazia muito sentido, porque minha mãe havia viajada a apenas uma noite. E eu ainda achava impossível ficar mais confusa, e olha só... Dizem que o amor não é complicado, que são as pessoas que complicam. Eu discordo. É o destino que complica tudo mesmo. Ele poderia ter aparecido na minha vida como um amigo, um estranho que esbarrasse comigo na rua, até mesmo um tarado, mas tinha que aparecer justo como namorado da minha mãe. Sacanagem.

POV Harry

Eu não sabia o que tinha dado em mim, eu só vi ela ali, agradecendo pelo dia e a beijei. Não me lembro de ter pensado antes disso. O estranho é que, eu sempre preferi mulheres mais velhas, mais maduras. E ai a Carol chega, e balança meu mundo de cabeça pra baixo. E tudo aconteceu duma hora pra outra. Quem um dia, iria imaginar que eu estaria apaixonado por duas mulheres ao mesmo tempo. E pior, sendo elas, mãe e filha. Mas o que eu sinto por Emma é amor, pela Carol deve ser só atração. Eu espero que seja.

Depois do beijo, ambos ficamos sem reação, ate que, meu celular tocou, eu me virei pra atender e quando voltei, Carol não estava mais la. O nome de Emma piscava, e havia umas 3 chamadas não atendidas dela. Ainda estava muito confuso pra atender, mas não podia recusar. Ela devia estar querendo perguntar sobre Carol.

–Oi meu amor, como estão as coisas por ai? –sua voz do outro lado da linha me dava mais saudades, e um aperto no coração, e bateu um arrependimento enorme de ter feito aquilo.

–Oi, esta tudo certo. Estou com saudades. –minha voz saiu mais fraca do que eu esperava, e depois disso ela apenas me contou como estava sendo tudo, e que o trabalho era muito bom, e as pessoas simpáticas, e tudo mais... Eu precisava me desculpar com a Carol, afinal de contas, foi um erro. Mas com que cara eu olharia pra ela depois de tudo? Bati na porta do seu quarto, mas não obtive resposta. Ela estava meio aberta, então decidi entrar, ela parecia tranquila, e dormia. Era tão bonita. Parecia um anjo.

Cheguei um pouco mais perto da cama, e sem pensar, de novo, passei a mão sobre seus cabelos sedosos. Ela se mexeu, e eu hesitei, dando um passo pra trás. Eu não tenho certeza, mas acho que ela falou meu nome enquanto dormia. Prestei mais atenção e ela repetiu “Harry, Harry, Harry...” varias e varias vezes. Sentei no pé da cama e fiquei olhando ela dormir... estava tão distraído que mal percebi ela acordar.

–É, bem.. É, eu... –porque eu sempre gaguejo? Que coisa mais gay. –Eu só queria te pedir desculpas pelo, hm, pelo beijo. Eu não pensei, e bem...

E ela ficou me olhando, e começou a rir. Eu não entendi muito bem, e sorri junto. Ela só me abraçou. Eu estava estranhando tudo.

–Eu sei que você não fez por mal, e sei que você ama minha mãe. Não seria a primeira vez que isso acontece, e bem... não tenho culpa de ser irresistível. –disse ela, rindo.

–Ah, então, você se acha irresistível?

–Mas é claro!! Hahahaha

–Então vamos ver se você fica irresistível com cócegas!

E parti pra cima dela, coitada. Ela se revirava todinha e tava quase ficando sem ar, foi quando eu cai em cima dela. E a vontade de beijar ela, de novo? Mas eu não podia, ela tinha razão. Eu amava a Emma. E por mais que eu quisesse, era errado. Fiquei encarando ela um tempo, e eu queria sentir seu corpo junto ao meu, queria tanto... Mas o que eu to pensando? Eu já estou com a consciência muito pesada. E bem...

–Acho que melhor, eu...

–É. Boa noite Harry. E, bem, como eu disse antes, muito obrigada pelo dia de hoje.

Sorri levemente, e sai. Eu não conseguiria parar de pensar que tudo que havia acontecido por um bom tempo...