POV Anna:

Novo ano, nova escola, novos amigos, nova casa... E um novo país. Pois é, minha vida tem sido essa bagunça, essa confusão desde quando eu tenho uns 14 anos. Eu lembro muito bem da minha vida antes dessa confusão. Eu era feliz, eu tinha só alguns amigos, mas eram verdadeiros sabe?

Meu nome é Anna(http://weheartit.com/entry/29420948/via/lilia21) e sou brasileira, mas desde os 14 eu moro em Nova York. Eu também lembro mutio bem de quando a bagunça começou...

Eu sempre fui o patinho feio, na escola e na minha família, eu era a baixainha, a morena, a de olhos cor de mel, a do cabelho todo cacheadinho... Eu era tudo que eu não podia ser. Pois todos da minha família eram altos, loiros ou realmente negros, com o cabelo todo liso, todo perfeito, com os olhos ou cinzentos ou reamente claros... E, quando eu comecei a estudar eu achei que as coisas seriam diferentes, que teria mais gente parecida comigo... Apenas mais uma esperança perdida. Todos altos, loiros, olhos claro, cabelo liso... Iguazinhos à minha família. E eu era excluida por conta disso, mas eu não me importava. Eu sabia do que eu era capaz. Eu sabia desenhar, sabia compor, sabia escrever textos e poemas como ninguém da minha idade. E algumas pessoas se aproximaram. Sempre por conta do que eu tinha a oferecer à eles. Claro que eu tinha alguns amigos que gostavam de mim pelo que eu era eu achava ótimo viver assim.

E foi assim até os meus 11, quando meu pai descobriu que era assim que eu era tratada na escola. Ai ele e minha mãe passaram a brigar todos os dias por conta da minha aparencia (minha mãe sempre do meu lado kk), até o dia que eu deixei meu pai ganhar a discussão e eu fiz tudo que ele queria, mas sem largar o meu estilo, né?

Voltei pra escola. As meninas me olhavam enciumadas, os meninos apostavam quem iria me pegar primeiro e o Tetéu, meu amor desde o primário, me convidou pra sair pela primeira vez. Mas eu sabia que todos queriam virar amigos da minha parte "superficial", porque, por dentro, eu continuei do mesmo jeito. Mas eu me forcei a acreditar que eles passaram a me enchergar por fora do mesmo jeito que eu era por dentro. A partir dai, tive uma série de namorados (um mais gato que o outro kk), mas nada que tivesse muita importancia. Mas quando completei 13, achei um cara inteligente e gato, que me entendia e fazia de tudo pra me ver sorrir. Um fofo! Mas, ai, as brigas dos meus pais pioravam cada vez mais e eu sabia que coisa boa dali não ia sair, então, pra tentar amenizar os problemas, nos mudamos todos para Nova York. A cidade que era, pra mim, o centro do mundo. Achei que eles iriam realmente se resolver lá. Eu realmente queria isso. Mas, com a vida agitada e eles sempre com pressa e extressados, parecia que as brigas eram mais fortes. Até que quando eu já tinha 16, eles se separam e eu fiquei com a minha mãe e meu irmão com o meu pai. Foi ai que eu cansei. Da discussão dos meus pais, da minha popularidade pela aparencia, da minha vida que girava sempre em torno da minha vida social. Foi ai que tomei a minha decisão. Falei pra mamãe e pro papai que eu queria sair do país e eles me apoiaram total! Achei incrível! Minha mãe falou que comprava uma casa lá pra mim e meu pai falou que me mandava o dinheiro pro mês inteiro e concordaram que precisava de um adulto cuidando de mim, então eles chamaram a Luiza(http://weheartit.com/entry/31771057), minha prima preferida, pra morar comigo. Ela pirou legal.Mas topou.

Nos mudaríamos antes do começo das aulas desse ano. Minha mãe não mentiu quando disse "Tudo do melhor pra minha única princezinha". A casa era espetacular. Três andares, piscina no fundo e, como uma surpresa pra mim, uma estufa cheia de rosas à alguns metros da piscina. Um paraíso. Só tinha um problema: era em Londres. Não que eu não goste da Inglaterra, mas aquela bandinha que as meninas amam é de lá e... ah, deve ser implicancia minha, mas eu não gosto. Elas dão mais importacia para eles do que pra mim.Eles são o céu, a terra, o mar e o ar delas e, sei lá, eu acabo ficando como segunda opção. Mas não tinha problema. Me livrei dos meus problemas e ainda ganhei liberdade...

Quem sabe, aqui, as coisas sejam melhores...