– Madoka? – Mai disse surpresa

– Sou eu

– Quando você chegou e como ficou sabendo que nós estamos aqui? – Mai disse agora animada afinal já fazia um bom tempo que não se viam

– Cheguei ontem como tenho uma cópia da chave do escritório da SPR eu fui lá mas quando cheguei não tinha ninguém então entrei no escritório de Naru e encontrei o endereço do novo caso no meio dos seus documentos – Madoka disse sussurrando no ouvido de Mai pois Naru não sabia que ela tinha uma cópia da chave do escritório e não gostava de ninguém mexendo em suas coisas e Mai riu com o que ela disse, Madoka era a única que se atrevia a desafiar Naru e ganhar uma discussão mesmo que ela estivesse errada

– No caminho pra cá eu passei pela cidade e vi a van da SPR estacionada na frente de uma biblioteca como estava procurando por vocês qualquer um que fosse da SPR serviria, entrei na biblioteca já que ela não era tão grande assim não demorei para encontrar o Yasuhara

– Então você o ajudou com sua pesquisa por isso que ele chegou mais cedo que o esperado e aproveitou para fazer dele seu ingresso de entrada para a mansão – Mai concluiu

– É isso mesmo mas mudando de assunto eu soube que você fisgou o Sr. coração de gelo alí – Madoka disse apontando discretamente para Naru

– Me conta, até que estágio vocês chegaram? – Ela perguntou e Mai corou profundamente envergonhada pela pergunta

– Nós não saímos do beijo

– Não acredito Mai mas que namoro mais sem graça depois que esse caso acabar vou te ensinar alguns truques – Madoka disse e piscou para Mai que deu um sorriso nervoso em troca

A porta da Base se abriu e Takigawa, Ayako, John e Masako entraram, assim que o Monge viu que Mai estava acordada correu até o sofá e deu nela seu famoso abraço de urso

– Mai que bom que acordou vocês deixou todos nós preocupados – Ele disse, afrouxou o abraço e olhou desconfiado para ela

– Você é a Mai né?

– É claro que sou – Mai disse dando um tapa de leve na cabeça dele e rindo em seguida

– Onde estavam?

– No mini-restaurante que eles chamam de cozinha, eu estou tão cheio que morreria feliz – Takigawa disse sentando ao lado de Mai e colocando a mão em cima do próprio estomago

– Se isso acontecesse Ayako estaria livre – Mai murmurou alto suficiente para Takigawa ouvir e ele respondeu instantaneamente

– Retiro o que eu disse

Enquanto Mai conversava com Takigawa, Madoka conversava com Ayako e Masako sobre coisas de garota

Naru tinha agradecido mentalmente quando Takigawa, Ayako, John e Masako tinham ido almoçar, agora ele estava com dor de cabeça e irritado pois todos estavam falando alto (exceto John e Lin) e o pior de tudo era que ele estava sem chá a horas

Naru fechou o livro que estava lendo (ou tentando) e colocou na mesa com certa força que fez todos pararem de conversa e olhar para ele espantados

– Já que todos estão aqui vamos começar, Yasuhara o que você encontrou? – Naru perguntou e seu tom de voz era sério

– Á 15 anos atrás um milionário chamado Mahiro Kibtsu comprou esse terreno e mandou construir essa mansão, a construção durou cerca de 5 anos depois de pronta ele veio morar na casa com sua esposa e sua filha de 3 anos, 1 ano depois de estarem na casa sua esposa morreu, ele morou aqui por mais 3 anos e se mudou, colocou a mansão á venda, ela ficou desocupada durante 4 anos pois o preço era muito alto, até que Ichiro Sazaki apareceu e comprou a mansão e está morando nela á 2 anos – Yasuhara disse fazendo uma pausa para que Madoka pudesse continuar a outra parte da explicação, e ela começou

– Durante os 3 anos que Mahiro Kibtsu morou aqui 5 mulheres morreram, as mortes foram causadas por acidentes domésticos ou desaparecimentos após isso ele saiu da mansão e a colocou á venda depois de 4 anos Ichiro Sazaki a comprou, está morando nela á 2 anos e nesse tempo 3 mulheres morreram também por acidentes domésticos, Todas as mulheres que morreram não tinham características físicas em comum umas com as outras, a única coisa que liga essas mortes é que todas essas mulheres cuidavam de crianças, ou seja, eram babás – Madoka terminou

– E sobre os anos antes de Mahiro Kibtsu comprar o terreno? – Naru perguntou

– Não há registro nem artigo de jornais dos anos anteriores – Yasuhara respondeu

– Essa parte é comigo – Mai disse e Naru a fitou

– Não tive tempo de dizer mais cedo – Mai disse se referindo ao sonho, antes de Naru perguntar porque ela não disse logo

– Continuando, quando desmaiei recebi a visita de alguém essa pessoa foi Arisa-san, ela e seus dois filhos moravam aqui antes do terreno ser comprado seu marido faleceu e um ano e meio depois o irmão de seu marido apareceu seu nome era Shouma ele disse que a ajudaria a cuidar de seus filhos e daria uma ajuda financeira a ela também somente se ela ficasse com ele, ela aceitou pois não tinha como criar seus dois filhos sozinha – Mai fez uma pausa para respirar depois continuou

– Shouma amava Arisa mas seu irmão ficou com ela pois também a amava e eles tiveram gêmeos por isso Shouma passou a odiar seus sobrinhos, um dia ele chegou na casa de Arisa bêbado,eles discutiram e ele disse que ia matar seus filhos, Arisa ficou desesperada e escondeu as crianças mas não adiantou pois ele a matou e a seus filhos também – Mai terminou de falar com o olhar triste já que é impossível falar o que aconteceu sem se lembrar da visão que teve

– E o que aconteceu com esse Shouma..? – John perguntou lentamente vando que Mai estava triste

– Não se preocupe em perguntar John, o que aconteceu não pode ser mudado – Mai disse dando um pequeno sorriso e respondeu a pergunta

– Na verdade eu também não sei o que aconteceu com ele, tudo o que eu sei é o que Arisa-san me mostrou mas isso é o de menos agora

– Então os fantasmas são..– Takigawa disse como se estivesse com dúvida

– As crianças Bou-san, você está prestando atenção? – Mai perguntou

– Estou é só que ainda não vi o motivo de estarem matando as mulheres

– Acho que isso está mais do que claro – Masako disse como se fosse obvio e Ayako e Madoka concordaram

– Eles mataram porque estavam sentindo falta da mãe e queriam uma substituta – Ayako disse

– Fizeram isso de maneira inocente mas ao mesmo tempo foi de forma errada que é matar, acho que provavelmente eles não encontram a mãe porque esqueceram quem ela é – Madoka disse e Mai balançou a cabeça concordando com tudo que elas disseram, deixando os garotos da sala impressionados

– Tá legal.. como fizeram isso? – Takigawa perguntou

– Isso oque? – Ayako disse confusa não entendendo a pergunta

– Como resumiram o que Mai ia dizer se só souberam esse fato agora? – Ele disse e as meninas se entre olharam e apenas riram e responderam em uníssono

– Somos mulheres

– Como se isso explicasse alguma coisa – Takigawa resmungou

– Vou rever as informações e pensar no modo de purificá-los sem exorcizá-los, Lin você pegou tudo que Mai disse? – Naru disse e virou-se para Lin que estava sentado com seu notebook, o chinês apenas acenou com a cabeça positivamente

– Por ora é apenas isso, Mai vamos – Naru disse caminhando em direção a porta

– Onde estamos indo? – Mai perguntou mas Naru já tinha saído, mesmo irritada por Naru decidir as coisas por si mesmo Mai se levantou e foi atrás dele

Mai estava praticamente correndo para alcançar Naru pois ele estava caminhando muito rápido

– Naru anda mais devagar, um passo seu é dois do meu – Mai reclamou atrás de Naru que parou de andar fazendo Mai bater em sua costa e se desequilibrar, Naru passou os braços por sua cintura evitando sua queda, ele a encarou por alguns segundos fazendo Mai ficar envergonhada, até que um sorriso arrogante passou pelo seus lábios

– Então aquele jogo de "Shibuya-san" acabou?

– Porque? está sentindo falta, posso começar a hora que quiser

– Não porque se começar de novo eu não posso ter isso – Naru disse se aproximando de seus lábios fazendo com que Mai ficasse tentada a beijá-lo, depois ele se afastou

– URG.. seu idiota, como eu pude ser tão ingênua – Mai disse irritada

– Eu não sabia que você me queria tanto assim – Naru disse no seu modo narcisista e Mai corou

– Q-Quem disse que eu queria alguma coisa – Mai disse teimosamente, Naru a encostou na parede e colocou seus braços em cada lado seu para ela não fugir

– Garota teimosa se quer é só pedir – Naru disse passando os braços pela sua cintura e a beijando intensamente, Mai colocou seus braços no pescoço de Naru para aprofundar mais o beijo, ela não tinha o beijado desde que o caso começou e agora queria aproveitar o máximo possível, Ele pediu passagem com a língua e ela cedeu ficaram em uma intensa batalha pelo espaço até que se separaram pela falta de ar e estavam com a respiração ofegante

– Então onde estávamos indo mesmo? – Mai perguntou depois de recuperar o ar e a compostura e eles continuaram a andar

– Não quero ninguém desmaiando de fome por isso estamos indo almoçar – Naru disse

– Não é como se eu fosse desmaiar de novo apesar de que a culpa nem foi minha – Mai retrucou

O resto do caminho foi em silêncio mas era um silêncio agradável, quando chegaram Mai viu que Takigawa tinha realmente razão, a cozinha mais parecia um mini-restaurante com várias mesas e cadeiras

Naru e Mai sentaram em uma mesa e uma funcionária veio atendê-los, ela era jovem tinha cabelos pretos ondulados e olhos pretos

– Aqui está o cardápio – A garçonete disse se inclinando para frente para mostrar seu decote para Naru, Mai não gostou do atrevimento da garçonete que estava claramente dando em cima de Naru

– Vou querer um Peixe sanma com arroz branco e para a minha namorada um doce de feijão com arroz e frango grelhado – Naru disse na sua voz monótona (fria) mas a garçonete ainda ficou ali

– Não vai querer mais alguma coisa?

– Tenho certeza que não – Mai disse e foi ignorado por ela

– Não, você já pode ir – Naru disse

– Tem certeza? – A garçonete insistia e isso estava irritando Naru,ela colocou discretamente um pequeno cartão na mesa com o número do seu celular

– Tenho certeza que não preciso do número de uma mulher vulgar que se oferece para os clientes quando tenho uma bem melhor comigo – Naru disse friamente e olhou para Mai na ultima parte e terminou

– Agora por favor traga o nosso pedido e chame outro garçom – Irritada, humilhada e frustada a garçonete saiu dali o mais rápido possível

Mai não comentou o que aconteceu mais por dentro ela estava pulando de alegria por Naru ter a defendido e principalmente provado que não olha para outras

O pedido chegou, eles comeram e quando acabaram Naru pagou a conta e eles voltaram caminhando em silêncio só que dessa vez Naru segurava na cintura de Mai

A tarde passou divertida para uns (que estavam conversando) e péssima para outros (Naru) até que a noite chegou todos se despediram e foram para seus respectivos quartos

Na manhã seguinte:

Ayako, Masako e Madoka entraram na Base onde todos os meninos já estavam e fizeram uma pergunta inesperada

– Mai não está aqui com vocês? – Madoka perguntou chamando a atenção deles

– Até agora as únicas pessoas que entraram por essa porta depois da gente foram vocês três – Takigawa respondeu

– O que aconteceu? – Naru perguntou

– Quando fomos dormi ela ainda estava lá mas quando acordamos sua cama estava vazia então pensamos que ela estaria aqui – Ayako disse começando a ficar preocupada

– Lin veja a gravação do quarto das meninas na noite passada – Naru disse e Lin já tinha feito antes dele pedir, todos ficaram em volta do monitor para ver a gravação

A imagem da câmera estava com inferência mas ainda dava para ver o que estava acontecendo, quando deu 3:21 da manhã Mai se levantou da sua cama e caminhou em direção a porta antes de sair olhou para a câmera e deu um sorriso diabólico depois saiu

A porta da Base se abriu e Ichiro Sazaki entrou

– Onde está minha esposa? – Ele perguntou calmamente

– Não me diga que ela também..– Takigawa disse

– Ela oque? – Sazaki perguntou

– Lin veja a câmera do corredor do quarto dos Sazaki – Naru disse e Lin rapidamente colocou na gravação

A mesma coisa que aconteceu com Mai aconteceu com Naome, ela saiu do quarto de madrugada e fez o mesmo ato de olhar para a câmera

– Sr. Sazaki convoque seus funcionários e diga para eles olharam toda a mansão os meus também farão a mesma coisa pois a sua mulher e minha secretária estão desaparecidas – Naru disse

– Que absurdo não vai me dizer que esse desaparecimento foi obra dos espíritos

– Vai me dizer que isso é um ato normal de sua esposa? – Naru disse mostrando a gravação novamente para Sazaki e ele teve que concordar com Naru querendo ou não que aquilo normalmente não acontecia com Naome

– Tudo bem vou ajuda na busca pelas duas, mantenha-me informado da situação – Sazaki disse e Naru concordou, assim ele saiu da sala

– Vamos começar a procurar por elas se não acharmos nenhuma das duas até o pôr do sol vou recorrer ao jorei – Naru disse

– Mas Naru você sabe que Mai é contra o jorei – Madoka tentou argumentar

– Eu também sou contra a matá-los – Masako disse

– Não temos tempo pra isso se não encontrarmos elas não sabemos o que pode acontecer,quem não quiser pode ir embora se é tudo que queriam dizer vamos começar a busca – Naru disse saindo pela porta, é claro que ele sabia que usar o jorei é contra os princípios de Mai mas ele não ia correr o risco de perdê-la

Como não tinham outra opção todos saíram da Base se dividiram em duplas e cada um foi para um lado na esperança de encontrar Mai e Naome na enorme mansão