Epílogo

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– Kakashi! – Jun gritou do piso superior. – Ainda faltam quantas caixas de livros?

– Apenas uma... – Kakashi apareceu na escada carregando a última caixa que faltava. Já havia se mudado a um mês, e maioria das suas coisas continuavam embaladas. Até que Jun, descontente com aquela situação decidira que ela mesma desempacotaria e arrumaria tudo. E era isso que ela estava fazendo agora. Arrumava os livros de Kakashi na enorme estante que ocupava praticamente toda a parede.

– Finalmente! – O lugar estava tomado por caixas e mais caixas de livros. Nunca pensara que Kakashi gostava tanto assim de ler.

– Eu não acredito... – Murmurou chocado ao se aproximar. – Eu não acredito que você está organizando os livros por ordem alfabética do sobrenome do autor!

– E o que tem de errado? – Jun se voltou ofendida, um livro da Suzanne Collins nas mãos.

– Nada ué... – Kakashi riu e pôs a caixa que segurava no chão. – É só que você é completamente doida! Já arrumou meu guarda roupa, arrumando minhas camisas por cor, arrumou meus sapatos, minhas partituras e agora os livros! Você é completamente louca Jun!

– Como se você não fosse... – Murmurou contrariada e pôs o livro no seu lugar. Estava em cima de um banco para poder alcançar os prateleiras mais altas.

– Sim, eu sou, e admito o problema. Esse é o primeiro passo, admitir o problema! – Kakashi se aproximou, vagarosamente passando pelas milhares de caixas e livros espalhados. – Você só precisa admitir o seu pequeno problema, querida.

– Vá à merda Kakashi!

– Oh, que belo jeito de descontar suas frustações! – Ele riu-se, e finalmente alcançou Jun.

Kakashi passou seus braços ao redor da fina cintura dela, a pegando de surpresa e a suspendeu, a tirando do banco e deixando a jovem que se debatia a mais de um palmo do chão completamente surpresa.

– Me solta Kakashi! – Ela se de batia, mas o aperto de Kakashi era de ferro.

– Nem pensar, está na hora da pausa para diversão! – Disse e riu, mordiscando as costas dela.

– Tarado! – Ela reclamou, mas também ria.

– Tarado eu seria se lhe jogasse na cama, mas eu não vou fazer isso, pois sei que vai fugir de mim... – Ele suspirou e Jun sentiu o ar quente bater nas suas costas, passando pelo fino tecido do seu vestido de alças.

– Tarado, tarado, tarado, tarado, tarado, tarado! Mil vezes tarado! – Ela continuou se debatendo, e tomou um susto quando ela passou da vertical para a horizontal.

Kakashi não havia se jogado com ela na cama, mas se jogou com ela na espreguiçadeira que ficava do lado esquerdo do piano, de baixo de uma das janelas.

– Bem melhor agora! – Kakashi acomodou o corpo de Jun sobre o seu e a virou para si, vendo o rosto corado dela. Riu-se e acariciou o delicado e suave rosto com as pontas do dedo. – Você fica linda quando corada.

– Eu não estou corada! – Rebateu, ficando mais vermelha ainda.

– Ok... Vou fingir que acredito... – Kakashi começou a fazer movimentos circulares com a mão nas costas dela, e ergueu um pouco o rosto, alcançando o dela.

Trocaram um longo e demorado beijo, até que sem ar, Jun o afastou de si.

– Qualquer dia você ainda me mata sufocada... – Ela disse, entre um arfar e outro, e Kakashi riu, levando novamente sua mão ao rosto dela e o acariciando.

– Eu tenho uma coisa para você... – Disse e inverteu as posições, deixando Jun por baixo do seu corpo. Kakashi alcançou seu bolso trazeiro da calça e tirou algo de lá, mantendo a mão fechada para que Jun não visse o que tinha lá. – Me dê as suas mãos. – Pediu.

– O que é? – A jovem perguntou curiosa e estendeu as mãos, e pôs na posição daquela brincadeira de passa o anel. – Quer bricar de passar o anel?

– Quase isso... – Murmurou e deixou o objeto cair nas mãos de Jun.

A jovem olhou durante um momento sem entender o anel com um brilhante solitário. Quando ela compreendeu, arfou, e quase deixou o objeto cair no chão.

– Cuidado! – Pediu Kakashi e riu do afobamento de Jun.

– I-Isso é o-o q-que... – A menina gaguejava, sem conserguir formar as frases.

– Sim, isso é um anel de noivado. – Kakashi lhe deu um beijo na testa e continuou. – E ele pertenceu a minha mãe. Uma vez, eu quase o dei para a pessoa errada, por isso, dessa vez, quero acertar e dar para a pessoa certa.

– Mas...

– Sim, eu sei que nos conhecemos a pouco tempo. Mas eu te amo... – Disse as palavras que ainda não havia profrerido até agora. Estava esperando esse momento para as dizer aquelas palavras pela primeira vez.

– Oh Kami, não sei o que falar! – Jun ainda estava confusa e surpresa demais.

– Você só tem duas respostas possíveis Jun. Sim ou não, e se você falar não, eu te jogo da sacada sem dó nem piedade. Não lido bem com rejeições. – Um meio sorriso surgiu no rosto do grisalho quando percebeu Jun sorrir.

– Parece que eu só tenho uma rerposta possível então... – Jun rodou o anel na mão e finalmente o encaixou no seu dedo devido, o dedo anelar da mãe direita.

– Boa menina... – Kakashi beijou novamente a testa de Jun e a olhou nos olhos. – Bem, como ambos já sabemos a resposta, eu posso te beijar agora? Está sendo muito difícil manter minha boca longe da sua.

– Ok senhor pervertido. Pode me beijar o quanto quiser, mas cuidado para não me matar antes de dar o golpe do baú...

– E quem se importa com dinheiro quando eu tenho essa mulher divína ao meu lado? – Kakashi não deixou Jun responder, e cobriu a boca dela com a sua, a beijando apaixonadamente. Jun seria sua mulher, sua futura esposa e mãe dos seus filhos, e não admitiria um não como resposta. Se ela tivesse lhe dito não, ele a beijaria e beijaria novamente, até que ela entendesse que ele deveria ser o único homem na vida dela.

Mas ela havia dito sim, e mesmo assim ele a beijaria, beijaria para deixar claro que ele seria o único homem a amá-la e protegê-la, seria o único homem a tocá-la. O único nome por quem ela chamaria.

– Te amo... – Ela sussurou ao seu ouvido e ele sorriu.

Bendita havia sido a hora em que ele havia escolhido exatamente aquela casa para morar. Mas talvez, mesmo que ele não tivesse comprado aquela casa, eles se encontrassem em algum dia ou lugar, pois um amor desses não poderia ficar separado por muito tempo.

– Eu também te amo... – Sussurrou Kakashi de volta.

E sua matilha de cães começou a latir no andar de baixo. Provavelmente reclamando por comida, mas eles teriam que esperar.

Agora sim sua vida estava perfeita.

Ele tinha sua música, seus cães e Jun.

Ele não precisava mais da solidão para partilhar a casa pois havia encontrado Jun, e era com ela que ele partilharia a casa e a sua vida apartir de agora.

Sorriu enquanto a beijava.

Tinha tudo o que precisava para ser feliz. Ele tinha a mulher a quem amava, e o mais importante, ela a amava de volta.

Agora ele um homem completo, pois havia encontrado a sua outra metade.

Sim, agora ele tinha a vida perfeita com a qual tanto havia sonhado. Só não havia imaginado antes que essa seria uma vida partilhada com outra pessoa. Solidão? Isso era para os fracos, ele tinha o amor.

Fim.