Smile escrita por Léo Cancellier
Notas iniciais do capítulo
Narrado por Cebola.
Após quase um ano de sessões fisioterapia sem sucesso e duas tentativas de suicídio, impedidas por Mônica (que sempre estava comigo), percebi um progresso. Já havia saído da cadeira de rodas e estava andando de muletas. Conseguia sentir as minhas pernas, apesar de estarem meio fracas ainda.
Mudou muita coisa. Os pais de Mônica tiveram uma filha e colocaram o nome de Mônica também. O bebê encarava a turma como se já os conhecesse, principalmente a Magá, o Cas, a Cascuda e o Quim. Pensei se não seria a Mônica reencarnada, que reconheceu os que leram o bilhete. Mas logo esqueci disso, devido ao repentino sucesso na fisioterapia.
Eu acabara o 2° ano do Ensino Médio. O próximo seria ano de formatura, então já estavam todos na correria (menos eu, que ironia).
No meio do 3° ano, já largara as muletas e podia correr e jogar futebol novamente. Mônica já estava com quase dois anos e falava algumas palavras, como Boinha, Magá, Cacão, Cacuda e Quim (além de papá e mamã).
Chegou o dia da formatura. A Magá, o Cas e eu iríamos fazer uma homenagem para Mônica. O diretor começou a chamar os nomes. Quando terminou, chamou nós três para a homenagem. Primeiro foi o Cas.
- Ah, todos aqui sabem como a Mônica era uma garota especial. Geniosa... – risos na plateia. – Mas muito querida e carinhosa com os amigos. Ajudava sempre que precisávamos de ajuda. Ouvia quando precisávamos desabafar. E foi uma perda e tanto. Espero que ela esteja feliz.
Cas saiu, limpando os olhos. A Mônica bebê aplaudia e ficava falando “Cacão, Cacão!”.
Depois foi Magali, que não falou muito, pois começou a chorar. Mônica chorava na platéia e chamava “Magá, Magá”. Eu a abracei e fui falar.
Pigarreei.
- Primeiramente, eu gostaria de dizer que a Mônica e a nossa colega há muito tempo. Eu a conheço desde bebê. Há um pouco mais de dois anos, resolvemos aprofundar a nossa amizade e começamos a namorar. Foi uma perda irreparável... – lágrimas, não saiam. Ah, droga. Tarde demais. Não conseguia mais falar. Respirei fundo e continuei. – Apenas peço uma salva de palmas para ela.
Todos aplaudiram. Mônica berrava o meu nome: “Boinha, Boinha!”. Os pais de Mônica foram receber uma placa que homenageava a filha, por ser uma das melhores alunas da escola.
A formatura poderia ter sido muito mais bacana do que foi realmente. Mas eu estava feliz por poder andar e nós todos adorávamos a Mônica, como se a antiga tivesse voltado na forma da nova.
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@leocancellier