Smile escrita por Léo Cancellier


Capítulo 5
Capítulo 5 – Segredo e Superação


Notas iniciais do capítulo

Capítulo narrado por Cascão.



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Eu estava com a cabeça apoiada sobre os braços. A aula de Química fazia tanto sentido para mim quanto um rato perseguindo um gato. Estava tão chata que várias vezes cogitei a hipótese de furar o meu olho com o lápis.
O sinal tocou. “Abençoado sinal. Amo você, sinal.”, pensei. Guardei o meu material na mochila e saí com a galera. Ficamos parados no portão do colégio, conversando. Denise iria dar uma festa na piscina da casa dela no fim do mês. “Que bom...”, pensei com ironia. Cascuda me deu um abraço e sussurrou no meu ouvido.
- Ai, Cas. Será tão legal. Mas já sei que você não vai entrar na piscina. Você nunca entra. Nem em piscinas nem no mar. Será que um dia você me contará o motivo?
E me deu um beijo. Como eu amava a Cascuda. Muito sensível e compreensível. Respondi com um sussurro.

- Um dia, amor. Um dia.

Cebola e eu estávamos fazendo um trabalho muito difícil de História. A mãe dele tinha deixado um lanche para a gente. Eu mordia o meu sanduíche, enquanto dávamos uma pausa no trabalho.

- Essa festa da Denise será demais, cara. – disse-me Cebola.

- É... Demais. – eu comentei, tentando disfarçar o nervosismo. Infelizmente Cebola reparou.

- Ei. Qualé o do nervosismo? – perguntou.

- Nada não.

-Desembucha, cara. – pediu Cebola.

- É que... Bom. Eu não sei nadar. – disse bem baixo, com receio de que Cebola risse de mim. Mas, ao contrário, ele apenas me encarou.

- E por que você não pediu ajuda para mim? Ou até para a Mônica e a Magali?

- É que eu tenho vergonha de não saber nadar direito. O máximo que eu sei e boiar. É como se fosse um segredo.

- Como? Você não contou para a Cascuda? – Cebola parecia quase indignado.

- Não.

- Então é melhor você contar. Para o seu próprio bem. – disse Cebola. – Se você não contar, eu conto.

Eu fiquei surpreso. Mas a idéia de não ser eu que contaria para a Cascuda me assombrou um pouco.

Mal terminamos o trabalho e eu fui correndo até a casa dela. Toquei a campainha. Cascuda estava sozinha. Seus pais tinham ido viajar.

Ela me convidou para entrar e sentar-se. Ficou me encarando. Eu olhei nos olhos dela e comecei a chorar.

- Cas... O que aconteceu? – ela parecia preocupada.

- Eu queria te contar algo, mas tenho vergonha. – eu disse.
- Casuda... É um segredo que eu guardo há um tempão. – eu estava começando a suar frio.

- Mas eu posso te ajudar, amor. Pode falar. – pediu Cascuda, segurando a minha mão.

- Bom... – comecei. – Eu não sei nadar.

Cascuda me encarou.

- É isso? Só isso? – ela perguntou. – E você tem vergonha disso?

- É. – confirmei.

- Ainda bem que é fácil de resolver e temos tempo até o fim do mês. – disse Cascuda. – Aqui em casa. Amanhã. 16h. Não falte. – ela completou, com firmeza.

- Para que? – perguntei.

- A sua aula de natação aqui na piscina de casa. – respondeu sorrindo para mim.
Eu retribui o sorriso.

Toquei a campainha no dia seguinte. Cebola estava do meu lado (não queria perder isso por nada). O meu relógio marcava 16h certinho. Eu estava com a minha bolsa do futebol cheia, com toalha, sunga, etc.
Cascuda abriu a porta com um sorriso contagiante. E um biquíni mais ainda. Eu e Cebola entramos. Fomos nos trocar. Logo, nós três estávamos na piscina do quintal da Cascuda. Ela e Cebola me ajudaram a boiar, de barriga para baixo.
Cebola me mandou bater os pés e girar os braços. Cascuda falava da importância em se manter boiando o tempo todo.

Depois de duas semanas de aulas, eu já estava nadando como um golfinho (ok, nem tão bem assim). E estava pronto para a festa de Denise.


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Notas finais do capítulo

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@leocancellier



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