Smile escrita por Léo Cancellier


Capítulo 4
Capítulo 4 – Car Wash


Notas iniciais do capítulo

Capítulo narrado por Cebola.



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Depois da épica apresentação de Denise, o professor continuou a chamar os alunos. Logo chegou a vez de Magali, que não havia aparecido. De repente, ouvi um berro. Parecia o grito da minha amiga sumida.

- Eu tô aqui! – disse, arfando e empurrando uma lambreta com uma bateria enorme acoplada nela.

Magali estava toda molhada. Era a chuva. Eu nem tinha reparado que estava chovendo... O professor perguntou o que havia acontecido. Magali estava aos prantos.

- Eu tentei fazer uma lambreta elétrica para diminuir o consumo de combustível, só que ela faz apenas 6km/h e piora quando chove.

O professor resmungou.

- Magali, você sabe quanta energia é necessária para carregar uma bateria desse tipo?

- Não sei... Não seria... Pouca? – disse, parando de chorar e ficando com a face vermelha.

- Não. É muita. – respondeu o professor. – 5 pela tentativa.
Agora eu, o Cascão, o Do Contra e a Magali já estávamos com a nossa vaga garantida no Acampamento Repolhudo. Para fechar a lista, ouvi o professor chamar a Mônica.

Ela foi até a frente da sala com a sua composteira. Começou a falar, falar e falar. O professor a encarou no final e disse:

- Mônica. Compostagem é um bom método, mas não é muito original. 7.

- Mas eu vou ter que ir para o Acampamento Repolhudo! – disse Mônica. Ao ver a cara do professor, tentou arrumar a frase. – Que dizem ser um lugar muito bacana.

Após o massacre da serra elétrica que fora o Acampamento Repolhudo (basta saber que choveu nas três noites e o professor começou a tocar aquela flauta que o pessoal da Bolívia e do Peru toca), nós não aguentávamos mais ver verde. Eu já sabia de cor e salteado todos os tons de verde. Mônica já sabia até os subtons de verde.
Em uma segunda-feira chuvosa, eu estava comendo o meu lanche com a galera, quando Cascão veio furioso.

- Mas é um absurdo! Além de essa chuva não passar, tenho que ficar ouvindo o diretor me falar abobrinhas. – disse, bufando.

Ao que eu perguntei o motivo da sua raiva, ele apenas respondeu:

- A diretora disse que se quisermos novos uniformes para o time, temos que trabalhar. E isso vale para as líderes de torcida também. – Cascão completou quando as meninas começaram a dar risadas, que sumiram logo.

- E que trabalho seria? – perguntou Titi.

Cascão jogou um panfleto sobre a mesa. Todos se inclinaram para ver e logo caíram na gargalhada.

- Lava-carros. É mole? Acho que a diretora perdeu o juízo. – disse Cascão, abocanhando o sanduíche que acabara de tirar da mochila.

Sábado de manhã, o time de futebol estava todo preparado para começar o trabalho. Estávamos esperando as garotas. Quando elas chegaram, nosso queixo caiu. Eu encarei Mônica, que estava com um shortinho jeans curto e um biquíni vermelho. Magali usava o mesmo visual, só que com um biquíni amarelo.
E ouvi Titi discutir com Aninha, dizendo que o short estava muito curto. Carmem e Denise estavam usando minissaias coloridas e muito curtas. Quando Mônica viu que eu olhava demais, fuzilou-me com os olhos.

Cascão estava quase babando com Cascuda, que usava um biquíni roxo e um shortinho um pouco mais comprido que o de Mônica. Quim admirava Magali.
O resto do time estava arrumando as coisas e não viu as garotas chegarem.

Os carros iam chegando. Os donos os deixavam na garagem do colégio e viriam buscá-los no fim do dia. As garotas ensaboavam os carros no ritmo da música. Os garotos até paravam para ver o rebolado delas. Eu só reparava no rebolado de uma garota... Tá, talvez tivesse reparado no rebolado de mais de uma garota, mas só o de uma me chamou a atenção.

Estava calor e o time tirou as camisas. As garotas quase desmaiaram de prazer. Os nossos corpos sarados combinavam com as curvas delas. Eu vi Titi chamar Aninha para ajudá-lo a lavar um carro que estava distante. Lavar... Ahã. Engana quem com essa desculpa?

Fui ajudar Mônica com um carro. Fiquei um pouco acanhado. Ela me encarou e começou a rir. Cada um pegou uma esponja e começou a esfregar o carro. Logo, apareceu Cascão, com uma câmera.

- E aí estão Cebola e Mônica, o casal de pombinhos, lavando um carro. – disse, com voz de narrador. 

Nós rimos. Ele se afastou. Eu fui lentamente para trás de Mônica com um balde de água e virei o conteúdo nela.

- Cebola!! – disse, gritando e rindo. – Tá gelada!

- Sério? – perguntei.

- Sério! Olha só... – e, num movimento rápido, ela virou a mangueira na minha direção.

Começamos uma guerra de água. Quando percebemos que a turma toda estava olhando para nós, tentamos disfarçar.

De repente, gemidos encheram o ar. Todos começaram a procurar a origem. Logo vimos um carro vermelho um pouco distante se mover. As janelas estavam engaçadas. A turma toda fez um círculo em volta do carro. Começamos a berrar e a assoviar.

De dentro do carro, vimos Titi passar a mão no vidro e nos encarar com os olhos arregalados.

- É para limpar os carros e não sujá-los. – disse Denise, rindo.

- Seus safados! – disse Carmem. – Fazendo isso em local público!

Todos caímos gargalhada. Aninha, após se vestir, saiu do carro com a cara roxa. Quando o assunto estava dispersando, nós voltamos às nossas posições.
Eu e Mônica fomos até um carro e começamos a lavá-lo. Percebi que Mônica estava tentando me seduzir. Ela pegava a mangueira e jogava água sobre os cabelos e deixava escorrer pelos seios e pela barriga. Como ela não era mais gorducha! Para provocar, tirei a mangueira da mão dela e repeti o ato. Deixei a água escorrer pelo meu corpo e a espalhava com as mãos sobre o meu peito e o meu abdômen.

Mônica jogou o aspirador de pó para mim e pediu para que eu aspirasse o interior do carro. Quando entrei lá e comecei a aspirar os bancos da frente, Mônica começou a esfregar o para-brisa do carro. Para poder alcançar o outro lado, ela esticou o braço para limpar (ao invés de dar a volta). Eu reparei nos seus seios, que estavam pressionados contra o para-brisa. Confirmado: ela estava tentando me seduzir. Mônica caminhou até a janela do carro, que estava fechada e começou a esfregá-la. Jogou água e me encarou. Olhei nos olhos dela. Mônica colocou os lábios no vidro. E eu coloquei os meus do outro lado.

Porém, não passou disso o nosso joguinho de sedução, pois Cascão voltou com a sua câmera para registrar o trabalho. 


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Notas finais do capítulo

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@leocancellier



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