Smile escrita por Léo Cancellier


Capítulo 1
Capítulo 1 - Depois do Beijo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo narrado por Cebola, assim como quase todos os outros capítulos. Quando a narração mudar, será avisado.



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– Ah, é? Mas eu não sou tão baixinha... – disse Mônica. E chegou perto do meu rosto, encarando-me nos olhos. – Não é, Cê?

– N-não! Imagina! Absuldo! – eu tentei me recompor, mas o meu coração começou a bater mais forte.

Ela passou a mão pelos meus cabelos.

– E nem gorducha também...

– C-claro... Imagina... – Eu estava muito nervoso. E ansioso. Os “eles” sempre voltavam no lugar dos “erres” quando eu ficava nervoso.

– Dentucinha... Só um pouco. – continuou Mônica. – Mas se eu fizer um biquinho assim, eles somem.

Ela colocou a mão em meu rosto e me deu um selinho. O meu coração batia cada vez mais forte.

– O que é isso? Uma escola de samba treinando? – perguntou Cascão para Magali. Senti um tom de deboche na voz dele. Porquinho filho da mãe.

– Não. É o coração do Cebolinha, seu bobo. – É Cebola, Magá. Não zoa o barraco.

Senti a minha face enrubescer.

– E-eu pleciso ir nessa. – precisava inventar uma desculpa. – Meu pai vai me dar uma calona até o centlo.

– Já estamos no “centro”. – disse Mônica.

Eu comecei a correr.

– É... Mas o centlo é enolme. A gente se vê, Mônica. – “ai, ai”. Um balão de felicidade inflou no meu peito.

– Ei, Cebolinha! Não foge! – disse Mônica, rindo. – Awwwn... Que fofo. Ele é tão tímido... VOLTA AQUI, CÊ. – só escutei o grito dela.

– É... Não tem jeito. Passam-se anos... – começou Cascão.

Ouvi Magali completar:

– ... Mas a cena final continua a mesma... A Mônica correndo atrás do Cebolinha.

Eu , que já estava longe, só gritei:

– É CEBOLA, CARAMBA!

Na verdade, essa não era a cena final. Era apenas o começo. Continuei correndo dela. Tinha mais velocidade. Porém, senti algo cair sobre mim. Era ela. Mas como?
Rolamos pela grama do campinho. Mônica parou em cima de mim. Achei que fosse me dar uns tapas, mas ela aproximou o seu rosto do meu. Dessa vez não foi apenas um selinho. Foi o BEIJO. Depois de descolar o seus lábios dos meus, deitou-se do meu lado e segurou a minha mão.

– Gostou, Cebola? – ela perguntou.

Eu tomei ar e respondi:

– Adorei, Mô. Desculpe a minha “fuga”.

– Tá desculpado. Mesmo porque eu te capturei de volta. – disse.

Nós rimos. Eu me levantei e a ajudei a se levantar.

– Vamos tomar um sorvete. Eu pago. – eu propus. Ela acenou afirmativamente.


Ao chegarmos à sorveteria, escolhemos uma mesa para dois do lado de fora. Pedimos um sundae duplo. Ficamos lambuzados de sorvete. Quando terminamos, ela olhou para mim e começou a rir. Eu perguntei qual era o problema.

– Você está com calda de chocolate na boca. – respondeu. – Deixa comigo.

E, aproximando-se de mim, Mônica passou sua língua sobre a calda. Eu senti um arrepio.

Ela começou a rir.

– Que foi, Cebola? Está “nelvoso”? – ela perguntou, rindo.

Eu apenas ri. Terminamos o sorvete e eu a acompanhei até a sua casa. Quando nos despedimos, ela me deu mais um beijo. Dessa vez eu a acompanhei. Coloquei as mãos em sua cintura. Ela passou a mão em meus cabelos. Isso era bom.
Depois de nos beijarmos, ela abriu o portão de sua casa. Com um aceno de cabeça, nos despedimos.

Eu estava flutuando. Finalmente nós estávamos namorando. Eu esperava isso há um tempão, mas sempre faltava coragem. Acabou que ela havia tomado a iniciativa.
Suspirei e fui para a minha casa, caminhando lentamente e relembrado o que ocorrera.



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Notas finais do capítulo

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@leocancellier



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