Corri muito rápido pra que ninguém pudesse ver que eu tava perseguindo a Any. Sim, isso mesmo, perseguindo. Porque ela tava fugindo de mim. Porque ela fugiria de mim? Tive que correr muito rápido pra conseguir ficar a uma pequena distância dela.  Lá dentro daquele, cinema gigante? Tinham muitas pessoas, reconheci vários rostos.

Cheguei a olhar de relance procurando meu lugar, tinha foto minha e do pessoal do elenco e nós estávamos sentados ao lado do elenco de Pretty Little Liars. EU VOU CONHEÇER AS LIARS? MEU DEUS!

Eu to sentada ao lado da Troian Bellisario, eu não acredito nisso. Paola também vai surtar quando souber, pera cadê a Paola? E a Deny também vai surtar. Espera, foco Alex. Foco.

Continuei correndo atrás da Any, mas ela corre bem – Para minha tristeza. Mas, por sorte eu consegui esticar a mão e agarrar no seu cabelo castanho claro fazendo ela ser forçada a parar.

- EI – berrou ela dando um tapa na minha mão e ajeitando o cabelo.

- EI digo eu, você some e não fala nada e depois Ploft, aparece aqui em Los Angeles.

Ela não disse nada, apenas olhou pros pés.

- Any Foster, qual o seu problema? A Paola quase morreu de tão preocupada que ficou com você.

- Mesmo?

- Não Any, ela ficou fazendo festa porque você sumiu.

- Nossa.

 - Nossa digo eu, garota qual o teu problema? – assumi o tom sério. Ela me olhou tentando achar uma saída, mas se rendeu.

- Longa História – disse ela dando uma risadinha – Te conto depois – ela já ia correndo de novo, mas eu agarrei no braço dela e finquei as unhas, ela não sai de perto de mim até contar essa história.

 - Eu já vi os quatro primeiros filmes, tenho tempo de sobra, agora anda – falei séria, me assustei ao perceber que eu falava no mesmo tom que minha mãe usava pra me dar bronca.

- Ahm, quer mesmo saber?

- Lógico!

- Tudo começou quando eu tinha doze anos e comecei a mexer na internet...

- Deuses – revirei os olhos.

- Você disse que queria desde o começo!

- Tudo bem, tudo bem. Fala.

- Tudo começou quando eu tinha doze anos e comecei a mexer na internet...

- Você já falou isso.

- Deixa eu começar do começo.

- Porque você não começa um pouco depois do começo.

- Porque uma história sem começo é uma história não começada. Deixa eu começar pelo começo, porque se não ela não é completa.

- Tá tá bom, começa do começo.

- Tudo começou quando eu tinha doze anos e comecei a mexer na internet – Eu já ia reclamando, mas eu sabia que se eu reclamasse a gente discutiria e ela começaria por esse começo pela décima vez – Eu então fiz um login num joguinho.

- Ahm.

- E daí eu conheci um menino por lá e a gente jogava junto. Eu de Londres e ele dos Estados Unidos.

- Ahm.

- E daí que a gente foi ficando muito amigo, até que a gente começou a se gostar.

- Ahm?

- Eu não sabia nada sobre ele, a não ser o nome: Taylor – Ah, ela tá me contando a história trágica de como ela se apaixonou por Taylor Lautner, o nosso Jacob Black. - E que ele também gostava de mim, assim ele dizia.

- Ahm?

- Só sabe dizer Ahm?

- Ahm, não...prossiga? – perguntei duvidosa, ela deu um riso e continuou.

- E então assim os anos passaram, até que eu disse que iria viajar pros Estados Unidos e ele ficou muito feliz.

- Pera, vocês continuavam se falando pelo joguinho? – ergui uma sobrancelha.

- Não, depois disso fomos pro MSN.

- Meu Deus, Taylor Lautner tem MSN – falei mais pra mim mesma, não sabia o quanto um famoso podia ter espírito de pobre, se bem que eu sou famosa e tenho um msn. Enfim.

- Posso continuar?

- A vontade.

- Quando eu cheguei nos Estados Unidos, ele me mandou uma mensagem no celular e a gente marcou de se encontrar. Eu particularmente achava que ele seria lindo de morrer, mas seria um cara comum e não o Taylor Lautner.

- Ahm?

- E daí quando ele apareceu na minha frente eu fiquei surpresa.

- Surpresa? Você descobre que o amor da sua vida virtual é Taylor Lautner e você fica surpresa?

- Ok, eu surtei, mas por dentro.

- Ahm?

- Daí nós saímos escondido, umas três vezes e rolou aquilo que eu já te contei...

- Sei, sei – eu ri lembrando de como Paola e eu reagimos quando ela contou.

- E depois disso nós simplesmente seguimos em frente, quer dizer, pelo menos ele.

- É, eu sei.

- A gente se falava de vez em quando, eu vivia trocando DMs com ele no twitter e tal.

- Sei.

- Mas aí naquele sítio, ele me ligou, depois de tanto tempo e ele ainda tinha o meu número.

- Por isso você ficou daquele jeito? Você ficou mais branca do que leite porque ele tava te ligando?

- Não, era pelo fato dele ainda ter o meu número – olhei pra ela no estilo “Sério?”  - Ok, era também por ele estar me ligando.

 - Sei, você ficou inquieta depois do primeiro toque.

- É, e daí ele me ligou de novo e eu resolvi atender.

- Eu sei..

- Quando eu atendi, ele disse que não tava mais aguentando e que sentia muito a minha falta, porque eu tinha sido o único amor da vida dele.

- Que brega – falei, mas então eu lembrei que o Harry era o único amor da minha vida – Quer dizer, que lindo – sorri sem graça, ai como eu sou terrível.

- É – os olhos dela brilharam ao lembrar – Depois daquilo eu disse que assim que chegasse a Londres pegaria o primeiro voô pra Los Angeles.

- Por isso você sumiu? Por causa dele? E porque você não avisou? Podia ter mandado uma mensagem, ligado, um tweet, um pombo correio.

- Não existe pombo correio em Londres.

- Mas existem Corujas – falei encolhendo os olhos pra dar a sensação de que eu tava com raiva – E nunca se sabe, pode ter alguém antiquado em Londres que ainda se comunica com pombos correio. 

- É.

- Any, nós procuramos você por toda a parte, você tem noção do que fez?

- Tenho.

- Não, você não tem. A Paola quase morreu, você sabe como ela é, ela ficou mega preocupada com você. Todos nós ficamos.

- Desculpa.

- Não peça desculpa pra mim – falei – Peça pra Paola.

- Ela tá aqui?

- Ela veio pra cá comigo, deixei ela aqui dentro mas ela sumiu. Enfim, no que deu o seu rolo com o Lautner?

- Ele me pediu em namoro e quer que eu me mude pra cá.

- O QUE? PRA CÁ? AH NÃO!

- Não agora, quando ele acabar de gravar um filme que ele tá gravando aqui, na metade do ano que vem.

- Ué, vocês vão morar juntos?

- É, isso.

- Vocês vão casar?

 - Não sei, eu não sei o que ele pensa.

- Meu Deus...

- Que foi?

- Você some solteira e largada por uns dias e quando eu te reencontro você já tá de casamento marcado.

Ela riu, e eu também ri. Percebi que Deny e o resto do elenco já havia se sentado.

- Seu irmão veio.

- Eu to vendo. Eu não vou lá falar com elas agora.

- Elas?

- É, olha a Paola ali com a Deny.

- Espera um pouco – peguei o celular e mandei uma mensagem pra Paola.

Encontrei a Bezerra Perdida, vem aqui perto do banheiro com a Deny xx.

VACANY? ENCONTROU ELA? TO INDO!

- Vacany? – ela riu – Senti falta disso.

- É a Paola – dei de ombros e rimos.

Minutos depois, Paola e Deny vieram furiosas até nós.

- ANY FOSTER – berrou Paola – VOCÊ TEM PROBLEMAS SÉRIOS! VOCÊ SOME E NÃO FALA NAD...

Any correu e deu um abraço na Paola, ela retribuiu o abraço apertado de Any. Eu conseguia ver que a Paola se segurava pra não chorar. Era muito mais fácil você ver Cronos em pessoa do que ver ela chorar. Nossa, ela gosta mesmo da Any. Senti uma pontada de inveja. Mas inveja não era a palavra certa a se usar...Ciúmes era.

- Desculpa, desculpa... – começou Any, antes de começar a contar a história. Deny estava com um sorriso de orelha a orelha.

- Que história linda – ela passou a mão no canto dos olhos – Quero ser madrinha.

- Eu também quero – falamos Paola e eu juntas.

- Gente eu não vou casar, que saco!

- Enfim, o filme já vai começar...

- É, meu vampiro vai aparecer nas telas – Paola fechou os olhos e inspirou forte.

- Paola, eu conversei com o Rob, ele quer conhecer você.

Me arrependi de dizer isso, Paola deu o maior berro de todos os berros da história dos maiores e mais altos berros do mundo. Me senti observada, todos os olhos se voltavam pra nós duas.

Sorri sem graça pra um câmera man que apontava a câmera pra nós. Dei um tchauzinho totalmente sem graça.

- Acho que é melhor a gente ir sentar – falei arrastando Deny e Paola comigo enquanto Any se locomovia pros assentos principais.

Assistimos os quatro primeiro filmes, serviram pipoca e refrigerante pra todos nós. Tem coisa melhor? Várias horas de filme e ainda pipoca de graça? Então o momento que todos nós estávamos aguardando, os vinte minutinhos do último filme da Saga Crepúsculo, devo admitir os livros são perfeitos, já li todos.  Mas não supera Harry Potter ou Percy Jackson.

Depois dos vinte minutos do novo filme levei Paola até Rob, ela surtou e começou a chorar. Ele abraçou ela e ela tirou uma foto com ele. Ela se emocionou muito, chorou muito também quando conheceu a Kristen, eu fiquei radiante de ver minha amiga realizando o sonho dela. Tirei uma foto com eles, claro que sim. Depois de todo aquele espetáculo que foi ver a Paola realizando o sonho dela voltamos pro hotel.