Tesouro de Amor escrita por Anonymous, Just Mithaly


Capítulo 20
Punição




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– Filho... não... bate... na... mãe! – Martha se esforçava para pronunciar as palavras, pois sua garganta estava sendo cada vez mais pressionada por Thaís, que, friamente, não sentia absolutamente nenhuma pena daquela que era na verdade sua mãe biológica.

– O QUÊ?!!!!! – Thaís lançou Martha no chão e se descabelou por completo, andando para lá e para cá no quarto. Todos os outros estavam bem longe dali, pois foram passear pela tarde nos arredores do sítio, enquanto Thaís aparentemente dormia tranquilamente. Seu rosto foi inundado por uma tempestade de lágrimas, que borraram por completo a maquiagem, deixando seu rosto com uma aparência suja e descuidada.

– Minha filha, eu te criei com tanto amor e dedicação, mas não podia te colocar numa escola de qualidade. Eu sempre quis te dar um bom futuro. Por favor, minha filha, me escuta. Me deixa participar da sua vida. Você é o meu bem mais precioso.

– Jamais! Ninguém vai saber que eu tenho sangue de pobre nas veias, Marthinha. Eu preferia ter ficado sem saber da verdade. – E, puxando Martha pelos cabelos, que se debatia inutilmente, lançou a mãe escada abaixo. A mulher rolou por todos os degraus e caiu inconsciente no chão. Thaís, amedrontada consigo mesma, fitou o corpo da mãe por muito tempo, até conseguir se locomover novamente.

Trêmula, se aproximou do cadáver e pôs a mão levemente sobre o pescoço da mãe biológica.

- Está... Está morta! – sussurrava. Sem pensar duas vezes, subiu rapidamente e correu para o quarto. Fez sua mala em questão de minutos e se prontificava a descer a escada e fugir da mansão, quando foi interrompida pela chegada à porta da frente por alguém que vinha chegando. 

...

 No caminho, após narrarem para Olívia e Bianca, em pequenas palavras, tudo o que Thaís tinha aprontado durante todos aqueles anos, os quatro foram até a grande mansão do sítio, adentrando o local rapidamente.

Era uma grande sala de estar, decorada com móveis de última linha e elegantíssimos. Havia uma grande escada, onde uma jovem descia os degraus rapidamente, aflita. Aos pés dessa mesma escada, jazia o corpo de uma idosa mulher, que tinha sido brutalmente assassinada e faleceu ao rolar de todos aqueles degraus da grande escadaria.

- Ryan? – perguntava Thaís, aflita, logo em seguida fitando todas as outras que vinham acompanhadas do jovem, que logo desabou no choro, debulhando-se em lágrimas completamente. Correu até o corpo da mulher que jazia no pé da escadaria, fitando Thaís, que agora estava de pé. – C- Clarice? – seus olhos se arregalaram, deixando-a boquiaberta. A madrinha de Thaís a fitava com ódio, pois tinha perdido a memória e quase faleceu por causa de um ato impulsivo da afilhada.

- Então isso também era uma farsa, não é? Você é uma desgraçada mesmo! – gritou puxando Thaís pelos pés, arrastando a cabeça da jovem pelos degraus, após chegar ao pé da escada, arremessou a jovem na parede, esbofeteando seu rosto. – VOCÊ MERECE A MORTE.

Bianca, Olívia e Clarice correram até os dois, impedindo que Ryan, também por impulso, acabasse por tirar a vida da prima.

- Filho, ela não merece que você acabe com sua vida fazendo essa tragédia. – Clarice também chorava, pois sua maior vontade seria de arrancar o coro daquela vadia. Puxou fortemente o filho, enquanto Bianca e Olívia seguravam Thaís, que rosnava para o jovem e se debatia, tentando fugir a qualquer momento.

- VOCÊS NÃO VÃO ME IMPEDIR, DESGRAÇADOS. E A SENHORA, MADRINHA? VOLTOU DO INFERNO PARA ME ATENTAR? DESGRAÇADA!

- Segurem ela. Vou telefonar para a polícia. Essa maluca não pode mais ficar à solta por aí. – afirmou Clarice, correndo ao telefone, discando rapidamente a sequência numérica telefônica. Rapidamente, dois policiais chegaram e levaram consigo a louca.

- Agora ela vai pagar por tudo o que fez. Deus há de ser justo com essa nojenta.

Todos os olhos se voltaram para o corpo de Martha, a governanta que havia criado Thomas e Ryan, e mãe biológica de Thaís. Ryan se ajoelhou ao lado do corpo e, chorando, abraçou a mulher, que havia sido como uma mãe para este.

Clarice também se ajoelhou, acariciando os cabelos da mulher, cerrando levemente seus olhos com o polegar.

Ryan se debulhava em lágrimas, do mesmo jeito que ficou quando havia recebido a notícia da morte de Clarice, há certo tempo. Bianca se posicionou ao seu lado e os dois se abraçaram fortemente, pois ela, mais do que ninguém, sabia o que era perder os pais.

Olívia, um tanto distante de todos, abaixou a cabeça, tristonha.

- Eu já sabia de todo o segredo da Martha há muito tempo. Ela sempre havia sido como uma mãe para mim, e se tornou uma das minhas maiores amigas quando morei sozinho lá, na outra cidade.

...

De noite, Camila, Thomas e Pedrinho chegaram à mansão depois de uma divertidíssima tarde nos cinemas da cidade. Adentraram a porta da sala de estar e se surpreenderam ao não reconhecerem uma figura de cabelos castanhos presos em um coque virada de costas, sentada sobre um sofá, assistindo televisão.

- Boa noite, quem é a senhora? – perguntava Camila gentilmente.

- Deve ser uma parente da Bianca... – pensava Thomas, curioso para ver o rosto da mulher, que deveria ser linda.

- Sou eu, minha filha. – afirmou Clarice, levantando-se e virando de frente para os filhos, que soltaram um berro.

- MAMÃE? – gritaram os dois juntos, correndo para o abraço. – Então a senhora estava viva! Sempre suspeitei disso quando recebi a notícia de que não haviam encontrado seu corpo!

Thomas colocou Pedro para dormir. Os três, conversando sobre a vida de Camila, sentaram-se com perna de chinês no confortável tapete da grande sala, sendo rapidamente acompanhados por Bianca e Ryan, que chegaram ofegantes à mansão.

- Ryan, que cara é essa? Parece que viu assombração!

- Agora que eles chegaram, tenho muita coisa pra contar para vocês. Inclusive, o que aconteceu nessa tarde.

...

Olívia havia se despedido de todos e retornado para sua casa, onde todos a aguardavam aflitos.

- Mamãe, não me assusta mais assim. Quer me matar do coração? E onde está a Rosa?

- Nossa, quantas perguntas ao mesmo tempo. Bom, a Rosa na verdade não se chama Rosa, como já era previsível. Seu nome é Clarice.

- Clarice? Mas esse é o nome da mãe do...

- Do Thomas, sim.

Olívia contou toda a história de Clarice para os presentes na mansão, que se chocavam cada vez mais. Contou também sobre o fato de Thaís ter assassinado Martha, a governanta da mansão.

- E aquela Thaís ainda parecia uma jovem exemplar, mãe de família. Tudo fachada. Céus! – criticava Patrícia, ajeitando uma mecha loira, posicionando-a atrás da orelha.

Ana, que não conseguia pronunciar absolutamente nada, se desesperou com o fato de Thomas estar casado com uma assassina.

- Então essa mulher seria capaz de tudo para conseguir o que quer. Será que...

...

Ryan e Clarice contaram tudo sobre Thaís para Thomas, que reagia cada vez mais espantado e amedrontado, pois poderia facilmente ter sido uma das vítimas da megera.

- Em pensar que eu estou há sete anos casado com esse monstro... Ainda bem que ela está presa e não vai nos fazer mais mal! O Pedrinho não pode crescer com uma mãe assim perto dele.

- E ainda não acabou, meu irmão.

- O que mais tem pra contar, Ryan? O que pode ser pior do que ela me separar da Ana, me embebedar e engravidar de mim, me forçar a casar com ela e tentar matar minha mãe?

- Ela matou a Martha, porque descobriu que é filha biológica dela.

...

No dia seguinte, todos trajados de preto foram ao enterro de Martha, uma das maiores e mais importantes pessoas na vida de Thomas, Ryan e Camila. Uma ótima pessoa que poderia ter sido uma grande mãe para Thaís.

- Descanse em paz, Marthinha. Deus sem dúvida deve estar te acolhendo agora nos braços dele. – dizia Camila, jogando flores na lápide de Martha.


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