Descoberta De Um Novo Sentimento escrita por biankarag


Capítulo 7
A Notícia


Notas iniciais do capítulo

Hey :)



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Acordei esperando que esse fosse um dia melhor, que tudo voltasse ao normal, mas perdi minhas esperanças quanto olhei o relógio e vi que tinha acordado mais cedo do que pretendia. Eram cinco e meia da manhã.

Levantei-me, fui até o banheiro e me arrumei como sempre, mas como era cedo demais não acordei meu irmão ao invés disso fui até meu computador onde mantinha desde minhas músicas que escutava, — e que escrevia às vezes— até meus trabalhos, poemas, entre outras coisas.

Procurei meus trabalhos do ano passado em algumas pastas, mas não encontrei a peça que havia feito para a aula de redação no final do ano. Deixei o computador e fui procurar em minha estante onde havia algumas coisas do ano passado — o que havia sobrado.

Achei meu caderno de reação e junto dele uma pasta com alguns trabalhos, abri a pasta e o primeiro trabalho que vi era o que eu estava procurando—e cópias dele—, peguei-os e coloquei em minha mochila junto com meus cadernos, fechei a mochila, joguei-a em cima da cama e fui até o computador olhar as horas. Já eram seis e quarenta.

Peguei minha mochila, fui até o quarto de Alex e por sorte ele já estava quase pronto.

—Quer ajuda? —Perguntei.

—Não, obrigado. —Ele disse.

—Então tudo bem, espero você lá em baixo.

Eu desci e coloquei minha mochila em cima do sofá me sentando ao lado dela. Logo escutei o barulho do ônibus e chamei meu irmão:

—Estou indo. —ele disse descendo as escadas.

Peguei minha chave do meu bolso e chaveei a porta ao sair. Jason e Clara já estavam guardando nossos lugares.

Sentei-me e entreguei uma cópia de meu trabalho para Jason.

—Essa é uma peça que eu escrevi ano passado, eu não lembro nada dela e ainda não li então pensei que se vocês quisessem, nós pudéssemos fazer eu vou ler hoje de tarde.

—Claro, seria legal fazer algo que ninguém nunca viu. —ele disse sorrindo.

Permaneci em silêncio até o colégio quando Jéssica e Eduarda vieram falar comigo:

—Oi. —disseram.

—Então como foi ontem? —perguntou Jéssica.

—Confuso. —eu disse baixo. —Escolhemos os principais que cantarão e eu trouxe algo que podemos fazer, talvez. —eu disse pegando os papéis de minha mochila e lhes entregando uma cópia para cada uma.

—Legal, e quem serão os principais? —perguntou Eduarda.

—Bem... Eu e Jason. —eu disse.

Para minha sorte, não deu tempo de elas falarem nada até que o sinal tocasse e eu corresse para a sala. Cheguei à sala e vi que o único que já estava lá era Jared, mas ele não parecia nem um pouco feliz.

—O que foi? —perguntei a Jared me sentando.

—Quando cheguei a casa ontem minha mãe e meu pai chamaram eu e meu irmão na sala para conversar e... Bem... Para resumir eu vou precisar de um lugar para passar à tarde hoje enquanto eles vão... —ele parou de repente quando a professora entrava na sala.

Eu fui para o meu lugar ainda curiosa para saber o que ele ia dizer.

A aula passou rápido e não consegui falar com Jared no intervalo, mas o vi na saída e o chamei:

—Jared. —eu disse indo até ele no portão da escola.

—O que foi? —ele perguntou.

—O que houve? —perguntei.

—Eu... —ele ia terminar, mas alguém buzinou chamando sua atenção. —Eu preciso ir. —ele disse.

—Espere. —eu pedi segurando seu braço.

—Desculpe... Posso ir à sua casa hoje de tarde? —ele perguntou.

—Sim. —respondi ainda confusa.

—Tudo bem, vejo você à tarde.

—Ah mais uma coisa. —eu disse pegando a outra cópia de meu teatro. —Essa é a peça que eu disse, eu não li e não lembro direito a história então eu preferi deixar vocês escolherem.

Ele assentiu com a cabeça pegando o papel e correu para o carro onde sua mãe o esperava. Eu voltei para a escola para pegar meu irmão quando vi que o ônibus estava chegando, mas por sorte ele já estava vindo com Jason e Clara.

—Obrigada. —eu disse a Jason.

—De nada. —ele disse.

Corremos e entramos no ônibus.

Em casa, corri para o meu quarto para largar a mochila e voltei para a cozinha para almoçar.

—Mãe, — eu comecei a falar antes de deixar a cozinha e voltar para o meu quarto. —Tudo bem se Jared vier aqui hoje de tarde? —perguntei.

—Claro, sem problemas, mas você vai ter que ficar com seu irmão porque nós vamos sair e talvez só voltemos tarde. —ela respondeu.

—Tudo bem, obrigado.

Voltei para o meu quarto tentando adivinhar o que Jared iria me contar, mas a única coisa que tive certeza era o óbvio: que eu teria que esperar ele chegar e me contar.

Peguei meu trabalho para ler.

Logo terminei e rezei para que elas não concordassem em fazer aquela peça. Era um romance. Eu sempre fiz histórias desse gênero, mas eu esperava que essa não fosse. Isso era quase como fazer “Romeu e Julieta”, mas “Romeu e Julieta” era mais conhecido e ‘seria muito chato fazer uma peça que todos conheciam’, mas e se eles quisessem fazer a minha peça?!

Parei de pensar nisso um pouco e fui até o computador ver as horas. Era uma e meia. Jared chegaria logo e eu estava rezando para que ele não tivesse lido ainda.

—Alice. —minha mãe me chamou. —Jared está aqui.

—Estou indo. —gritei.

Desci e Jared estava sentado no sofá com os olhos fixos no chão com a mesma expressão que ele estava na escola.

—Alice nós já vamos, não se esqueça de chavear a porta, e seu irmão esta no quarto dele com um amigo também. —minha mãe me avisou.

—Tudo bem. —eu concordei.

Eles saíram e eu chaveei a porta.

—Oi. —eu disse me sentando ao lado de Jared no sofá. Ele continuou com os olhos fixos no chão e não olhou para mim. —Você está bem? —perguntei.

—Sim... Não... Mais ou menos. —ele disse confuso.

—O que foi? —perguntei.

—Eu... —ele fechou os olhos com força pensando no que falar, respirou fundo e olhou para mim. —Eu vou me mudar.

Aquilo me pegou de surpresa, eu nunca pensei que o ouviria dizer aquilo. Eu não consegui focar naquelas palavras por um bom tempo.

—Você o quê? —eu perguntei.

—Eu vou me mudar. —ele repetiu.

—Por quê?

—Meu pai foi transferido e nós precisamos nos mudar de cidade. —ele explicou.

—Mas e a escola? O ano acabou de começar.

—Eles acharam uma escola perto da nossa nova casa e estão conversando com a diretora para ela me transferir para lá.

Eu pensei no que ele estava me falando e percebi que ia demorar um pouco para processar aquilo direto. Jared nunca fora um grande amigo meu, mas não quer dizer que eu me importe menos com ele.

—Quando? —eu perguntei.

—Em algumas semanas. Podemos apresentar o trabalho antes de eu ir, para vocês não perderem nota se quiser. —ele disse.

—Sim. —eu disse imersa em meus pensamentos.

—Ah, falando no trabalho, eu gostei do seu texto. É novo, e diferente e ficaria perfeito para você... —ele respirou fundo. — e Jason fazerem.

Voltei para a realidade assim que ele começou a falar aquilo. Ele havia lido o texto e disse para fazermos ele. Eu queria me matar.

—Você leu?! —eu perguntei.

—Sim. Os outros já leram? —ele perguntou.

—Eu não sei... Eu ia ligar para eles.

Isso era, de um modo, verdade, mas não era pra saber se elas tinha lido exatamente, era mais para me certificar de que elas não tivessem lido, nem elas, nem Jason.

—Podemos ligar para elas agora? —ele perguntou.

Pensei antes de responder.

—Tudo bem. —eu decidi.

Peguei o telefone do lado do sofá e comecei a discar o número de Eduarda.

Alô. —ela disse.

—Alô, é a Alice, só liguei para saber se você já leu o texto que te dei.

Ah, sim eu li, e eu gostei, seria legal se fizéssemos essa peça.

—Ah, tudo bem então... Hã... Vou ligar para Jéssica e ver com ela.

Tudo bem.

Desliguei o telefone e sem dizer nada comecei a discar o número de Jéssica. Não queria ligar para Jason ainda, não queria saber sua resposta, pelo menos por enquanto.

—Alô. —disse Jéssica me trazendo de volta de meus pensamentos.

—Alô, sou eu Alice, só liguei pra saber se você já leu a história.

—Sim eu acabei de ler.

—E então...? —perguntei querendo saber logo e rezando para a resposta ser negativa.

—Eu achei bem legal, podíamos sim fazer essa peça.

Minhas esperanças se foram com aquela resposta.

—Tudo bem então, tchau.

—Tchau.

Desliguei o telefone e, ainda sem dizer nada, disquei o número de Jason vagarosamente.

—Alô. —ele logo atendeu.

—Oi, Jason... Hã... Queria saber se você leu a história que te dei.

—Sim eu li. Ficou muito legal e por mim podíamos fazer ao menos uma pequena parte dela.

—É, os outros disseram o mesmo. —eu disse em voz baixa. — Então tudo bem, tchau.

—Tchau.

Desliguei o telefone.

—E então? —perguntou Jared.

—Todos disseram a mesma coisa: “Eu achei bem legal, deveríamos fazer essa peça”. —eu disse.

—Então tudo bem, faremos essa peça.

—Acho que sim.

Tentei esconder meu desconforto com isso e deu certo, ele logo começou a falar novamente.

—Podemos ensaiar nas próximas semanas e apresentarmos quando pensarmos que estamos prontos.

—Tudo bem. —eu concordei vagamente.

Ele deu um risinho abafado.

—O que foi? —perguntei.

—Eu estou indo embora e eu mal consegui me tornar seu amigo.

—Você sempre foi meu amigo. —eu disse.

—Não parece isso.

—Eu sei, me desculpe. —eu baixei a cabeça enquanto dizia isso.

—Não precisa se desculpar.

—Preciso. Se isso te fazer ficar animado.

—Só uma coisa pode me fazer ficar realmente animado e eu sei que isso é impossível.

Eu sabia do que ele estava falando e ele tinha quase razão, mas talvez não total razão, eu não tinha certeza.

—Talvez. —eu disse ainda com a cabeça baixa.

—Talvez... —ele repetiu—Seria bom se eu pudesse ficar aqui por mais um tempo.

—Semanas? Está certo disso? —perguntei levantando a cabeça para olhar para ele.

—Mais ou menos isso, talvez mês que vem, mas ainda assim, só um mês.

Pensei sobre isso. Queria tirar aquilo da minha cabeça por um tempo e só pensava em uma coisa para fazer, tocar.

Levantei-me e fui até o piano. Jared me seguiu, mas eu não liguei. Sentei-me e comecei a tocar.

Quando terminei, percebi que Jared estava de pé ao lado do piano me observando, ignorei-o e comecei a tocar de novo.

Terminei a musica e agora Jared estava sentado ao meu lado me olhando fixamente. Eu sabia o quão próximos estávamos, mas não me importei com isso.

—Se quiser, diga e eu vou embora. —ele disse.

—Não será preciso. —eu disse realmente não querendo que ele fosse embora.

—Ótimo, porque eu não quero ir agora.

Ele se aproximou mais de mim o que me deixou surpresa, pois não sabia que havia tanta distância entre nós ainda, mas ainda havia, alguns poucos centímetros ainda nos separavam por um tempo e desapareceram enquanto Jared se aproximava mais e me beijava.

Eu não sei o que era mais estranho, a sensação boa que aquilo me trazia ou a vontade de ficar ali. Eu gostava daquilo. Eu gostava... Dele.

Ele se afastou sorrindo.

Eu sentia que precisava pensar um pouco, mas também que não precisava mais pensar em nada. Resolvi que só precisava de um pouco de ar fresco, fui lá para fora sem falar nada e Jared respeitou meu espaço e esperou a ir se sentar na varanda comigo.

Depois de um tempo sem falar nada Jared quebrou o silêncio:

—Me desculpe se fiz o que não devia. —ele disse.

—Tudo bem, você não fez nada demais. —eu disse — Na verdade eu podia ter impedido... Se eu quisesse... —olhei para ele. — Mas eu não quis.

—Então... —ele tentou elaborar a pergunta novamente —Você gosta de mim? Quero dizer você gosta de mim como eu gosto de você? —ele perguntou.

—Sim, eu gosto de você, talvez não tanto quanto você gosta de mim, mas... Sim. —eu disse sorrindo.

—Então... Para o que tudo isso nos leva novamente? —ele perguntou.

Pensei.

—Uma tentativa? —perguntei sugerindo ao mesmo tempo.

—Você realmente quer tentar? —ele perguntou.

—Se não tentarmos tenho quase certeza de que faremos isso algum dia. —falei.

Ele sorriu e se aproximou de mim me beijando.


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