O que ele havia feito? Esta era uma incógnita que circundava a sua mente. A exatos dois anos anteriores, ele se encontrava naquele mesmo lugar, na mesma hora mas não pelo mesmo motivo. A dois anos, ela estava com ele. Não está mais. Nem com ele, nem com nenhum outro. Havia sido opção dela, o que poderia ele ter feito? Ele tentou impedir. Sim, ele tentara. Naõ era culpa dele, certo? Ou era?

Dez para ás nove. Estava quase na hora. Seria ele realmente capaz? Já havia sido indiciado por alguns pequenos crimes, mas jamais por aquilo. Por ela porém, ele o faria. Por ela, ele era capaz de tudo. – Dimitri, abra a porta, sou eu, Jasper. Ouve-se a porta abrindo, a voz rouca de Dimitri sibilando algumas duras verdades, uma resposta entrecortada e um estrondo. Estava tudo acabado.

Agora na beira daquele rio, ele observava a jazida de aqueles que haviam sido amantes. Todo ódio, a raiva e a trsiteza voltaram. E junto com ele o amor.

– Como pode fazer isso Jasper? Você disse que amava-me, se realmente o fizesse, não haveria de ter feito isso comigo. Como pode?

– Valentinne, eu fiz isso por você! Por nós! Por nossas vidas!

–Como ousas dizer isso? Vida? Ainda creeis que posso ter uma vida sem Dimitri? Eu o amava! Eu ainda o amo! E vou amá-lo para sempre!

– Você também me amava! Nós éramos noivos! Tinhamos uma vida perfeita até ele aparecer!

– Eu não te amava! Eu tinha medo de você! Mas meu amor por Dimitri foi maior que isso!

– Ele não temia por sua finada vida! Desafiou-me e insultou-me! - Ele não temia pois sabia que ficariamos juntos de qualquer modo! E assim há de ser!

Dizendo isso, ela partiu.

As duras palavras de Valentinne ecoavam no seu ser. Doiam na mesma forma, senão mais, de quando haviam sido ditas.

Mas ele estava pronto. Pronto para a eternidade ao lado dela. Nos minutos que se seguiram, todo o passado voltava. O dia em que havia matado Dimitri. Sua discussão com Valentinne. Absulutamente tudo. Seu corpo havia finalmente chego ao fundo do rio. Sua alma agora junto a dela, estava em paz. E sua mente calou-se, em um silêncio mortal.