Pov Katniss

Abro os olhos. Tinha dormido demais atualmente. Olho para os lados. Tudo estava confuso ainda. Lembrava-me de poucas coisas. Vi uma figura do meu lado. Uma garota. Eu a conhecia? Lembrava-me tão pouco das coisas. Ela sorriu ao ver que acordei, e tinha algumas flores em mãos.

- Ah Kat, fiquei tão preocupada quando descobri o que aconteceu, fazia tanto tempo que não te via. Mas ainda sim, é minha colega, então vim aqui.

Apertei os olhos, porque ela estava ali?

- Oi? – Pergunto confusa.

- Sou eu, Yasmin, lembra? Das doideiras? Seus pais nem quiseram me deixar entrar, mas eu implorei.

- Yasmin? – Pergunto alto.

Lembra Katniss, lembra... Mas é como uma parede, esse nome não me parece nem um pouco familiar.

- Você não lembra mesmo né? A última vez que saímos juntas, foi pro campo. Você até beijou um menino. – Ela fala com um ar divertido.

- Não me lembro disso. – Falo me remexendo. Já se passou algumas semanas e não tenho mais um gesso na perna, apenas no braço, e acho que já está melhorando bastante.

- Ah... Então não se lembra mesmo. – Ela disse com um ar triste. – Mas tenho certeza que vai se lembrar em breve. Trouxe essas flores para você. – Ela fala colocando sobre a mesinha. – Espero que melhore rápido viu Kat, porque nunca desejaria isso pra você. E sei que mudou muito, não é mais a festeira de sempre, e acredite ou não, estou tomando o rumo certo da minha vida. – Ela fala sorrindo. – Ainda vamos conversar bastante. Melhoras, e já vou indo, se não seus pais me caçam.

- Certo, obrigada pelas flores. – Falo agradecida. Deveria conhecer ela, mas não me lembro. Ela sabe meu nome, e falou como se fossemos amigas. Porém o médico mesmo me disse que eu teria esse bloqueio nas memórias. Esperava que passasse logo.

A tal Yasmin sorriu e saiu do quarto. Depois entrou o médico.

- E então Srta. Katniss, como se sente hoje? – Ele pergunta.

- Bem e mal, não me lembro de nada doutor. – Falei.

- Faz parte Katniss, mas garanto que as memórias vão voltar de pouco em pouco. Falei com seus pais e seu amigo que não deixou de ficar no hospital um minuto se quer, que você precisa ver as coisas antigas para relembrar. Então suponho que deverá voltar para a escola.

- Mesmo não lembrando de ninguém? – Pergunto.

- Exatamente, e sei que você tem vários amigos que vão te ajudar com isso.

[...]

- Filha, você está bem mesmo? – A mulher fala. Sobre minha mãe me veio algumas lembranças. Fiquei contente, e nem digo o quanto feliz ela ficou quando contei.

- Estou sim, o médico disse que seria bom eu ir para a escola, e estou com essa decisão em mente. Vai me ajudar a lembrar das coisas.

- Certo, já conversamos com seus professores, eles serão compreensivos, e nada de aprontar.

- Eu... Eu aprontava muito? – Pergunto sem entender.

- Só um pouquinho, mas não vem ao caso. – Ela disse sorrindo.

Sorri e ela me entregou minhas malas e foi andando comigo para dentro da escola. O lugar era estranho, tinha paredes negras e me lembrava um castelo. Francamente, se meus pais me jogaram nessa escola, era por não ter amor pela filha. Parecia ser do mal. Sei lá.

- Onde eu fico? – Pergunto enquanto ela andava ao meu lado.

- No dormitório lá em cima, você divide ele com mais 2 meninas, suas duas amigas.

- Eu... Tenho que dividir um dormitório com meninas? Que ruim. – Comento.

- Katniss, elas são suas amigas, e você sempre gostou de dividir com elas.

- Mas eu nem me lembro delas.

- Mas vai lembrar filha, e isso vai ser bom. – Ela fala segurando de leve no meu braço.

Subimos uma escada e paramos em frente a uma porta, a do dormitório. Olho para o outro lado. A porta da frente e sinto algo forte, como um aperto no coração, e uma lembrança.

“Finalmente acabo achando o quarto. Ficava no terceiro andar. Antes de entrar dou uma olhada para a porta da frente. Idiota. Pensei, ao olhar, depois abri a porta do meu quarto.”

Uow, que lembrança foi aquela? Quem eu pensei que era idiota? Soltei um suspiro.

- Está tudo bem Katniss?

- Sim, tudo bem. – Falo normalmente.

Ela abre a porta e revela um dormitório. Básica, três camas. E fico pensando... Se somos tão ricos, qual foi o motivo para me trazerem para esse lugar?

Duas meninas aparecem. Uma loira com cabelos ondulados, olhos castanhos e um sorriso de surpresa no rosto. E uma um pouco menor, de cabelos longos, castanhos e olhos castanhos também. Tão surpresa quanto à outra.

- Ai meu deus, Katniss, você voltou. – Disse a mais baixinha.

- É, ela voltou, que bom que aparenta estar bem amiga. – A loira fala vindo em minha direção para um abraço, mas me afasto.

Ela está louca? Como pode vir abraçando os outros assim do nada?

Ela me fita confusa, e minha mãe fala.

- Não se abale Madge, ela ainda vai se lembrar de tudo com o tempo.

A loira assentiu.

- Agora vou deixar você aqui Katniss, qualquer coisa pode ligar, e pode contar com a ajuda das suas amigas.

Apenas assenti e ela saiu. Fui empurrando minhas malas até a cama vaga.

Tinha umas coisas na mesinha.

- Isso é de vocês? – Pergunto.

Os olhos da loira se enche de lágrimas.

- São coisas suas Kat. – Ela diz. – Deve não se lembrar de mim, mas sou Madge, fomos muito amigas. – Ela comenta.

- E eu sou Clove, também fomos muito amigas.

- Ah... – Solto. – Acho melhor eu ir tomar um ar, está tudo muito confuso. – Falo me levantando e saindo dali.

Sigo os mesmos passos para descer as escadas, e quando consigo. Chego lá embaixo e sinto as lágrimas nos olhos. Por que era tão difícil me lembrar das coisas? Nem dessas garotas que diziam ser minhas amigas eu lembrava. Lembrava apenas daquela maldita porta.

- Kat? – Uma menina fala ao meu lado.

Seco as lágrimas rapidamente.

- Falou comigo? – Pergunto a fitando.

- Sim, como é bom ver você. – A loira fala. Não era mais a mesma do quarto. Era diferente. Essa, os fios eram um pouco mais claros, e olhos eram azuis.

- Eu... Eu lhe conheço? – Pergunto.

- Claro que sim moça, nos tornamos grandes amigas, na verdade melhores amigas, somos melhores amigas, sei de todos os seus segredos e você sabia todos os meus. Quando soube que sofreu o acidente, fiquei totalmente triste. Chorei tanto Katniss, mas você está bem, apesar de tudo, e fico tão feliz.

- Sério que éramos melhores amigas? – Pergunto. Não me lembrava de fato de nada.

- Claro que sim. E ainda podemos ser, de coração, espero que sim. – Ela diz.

- Como se chama? – Pergunto.

- Glimmer, mas você sempre me chamava de Glim.

- Ah sim, e como eu costumava ser? – Pergunto meio curiosa.

- Você era muito tímida, sabia dar valor ao dinheiro que tinha sabe, sempre usava roupas de grife, adorava fazer compras, principalmente comigo. – Ela sorri. – E algo essencial. Você sempre odiou suas colegas de quarto.

- Clove e Madge? – Pergunto.

- Se... Se lembra delas?

- Elas se apresentaram agora a pouco.

- Ah sim, então você odiava elas, porque elas são estranhas, e queriam fazer mal a você, com brincadeiras de mal gosto.

- Que horrível, mas elas parecem legais, até minha mãe disse que elas eram minhas amigas.

- Escute Katniss, há um tempo atrás, conseguimos ignorar elas, agora elas se fazem de boazinhas. Elas querem te maltratar, só porque está sem memória, e eu não vou permitir isso, não com minha melhor amiga.

- É sério isso? Mesmo, mesmo? – Pergunto incrédula.

- Sério mesmo Kat. O mais importante, não fale que eu contei tudo isso pra você.

- Porque? – Pergunto.

- Porque ai elas vão saber que você já voltou a falar comigo, e vão fazer vingança.

- E porque não gostavam de mim?

- Porque elas achavam você esnobe, mas eu não acho isso, sempre acreditei em você. Então não esquece o importante, não confie nelas. E nem ao menos torne se amiga delas. E o principal, não diga que tivemos essa conversa. Porque não quero o seu mal.

- Se você diz, que éramos melhores amigas, vou acreditar. – Falo.

- Até mais best, nos vemos por ai. – Ela fala sorrindo.

- Até mais Glim.

Fiquei ali parada, depois voltei para o dormitório. As meninas não estavam mais ali. Peguei minhas coisas e fui tomar um banho. Enquanto tomava banho, me lembrei de uma velha canção, que eu aprendi uma vez. Comecei a cantar enquanto tomava banho. Não posso negar, que era uma boa sensação. De cantar debaixo da água.

Parecia que eu estava me libertando, de todos os meus medos. De todos os esquecimentos. Será que eu já tive essa sensação quando eu ainda tinha minha memória cheia?

Terminei o banho. E tinha levado minha bolsa com roupas. Troquei-me no banheiro mesmo. E ao terminar, escovei os dentes e penteei o cabelo. Assim que saí do banheiro, levei um susto tão grande que soltei um grito.

- Calma, não quis te assustar. – O garoto fala se levantando da minha cama. Epa, lembro desse garoto, ele estava no hospital, ele me viu, foi me ver.

- O que está fazendo aqui? – Pergunto subitamente me recuperando do susto.

- Não me leve a mal, as meninas falaram que você voltou... E... Antes eu costumava sempre vir em silencio e a maioria das vezes estava no banho cantando, e sempre gostei de ouvir.

O fitei confusa. Porque ele gostava de me ouvir?

- Mas e se não fosse eu? Se fosse uma das outras meninas? – Pergunto.

Ele abriu um sorriso, só não entendi o porquê.

- O engraçado, é que você me fez a mesma pergunta, da primeira vez.

Arqueei a sobrancelha.

- E o que você respondeu?

- Falei, que eu sabia que era você. Sempre iria reconhecer. – O garoto diz.

- Hum. Vi você no hospital, porque foi me ver?

- Estava preocupado com você.

- Ah, o acidente... Acidente... Acidente. – Minha cabeça começa a doer fortemente. Me apoio na parede pois começo a ter uma tontura também, e o garoto veio em minha direção, com uma expressão preocupada.

- Está tudo bem Katniss? – Ele pergunta.

Faço que não com a cabeça, e ele ajuda a me levar até a cama. Lá me sento um pouco trêmula, e tudo começa a voltar ao normal.

- Tontura. – Falo, toda vez que mencionava o acidente, ocorria isso.. Queria entender o que tinha acontecido.

- É, não pode se esforçar muito, sua memória vai voltar com o tempo.

- Foi o que o médico disse. Mas quero entender, o que aconteceu no acidente.

- Não sei se tenho permissão de falar. – O garoto fala.

- Por favor, Peeta. – Peço e vejo que ele arregala os olhos, e eu me sinto extremamente estranha, por ter falado esse nome. Ele nem ao menos se apresentara. Como tirei esse nome? Minha memória estava fraca, e mesmo falando esse nome não me lembrei de nada. – Ah... Me desculpe, esse nome... Veio do nada, e se não quiser falar, tudo bem, eu espero. – Falo devagar.

- Katniss, meu nome é Peeta. – Ele diz me fitando com ternura. Porque com ternura?

- E como eu sabia disso? – Pergunto.

- Convivemos bastante juntos. – Ele explica. – E fico muito feliz que se lembra do meu nome.

- Hum. – Ouvi um sinal. – Acho que devemos ir pra aula.

- Concordo, olha o bom, somos da mesma sala, então posso ir com você, se importa?

Hesitei um pouco, afinal ainda se tratava de um desconhecido, talvez o conhecesse quando tinha memória, mas agora não me lembrava de nada. Mas ele parecia gentil, me ajudou com a tontura, e eu me lembrei de seu nome.

- Tudo bem, irei precisar de uma ajudinha mesmo. – Falo me levantando da cama.

Ele sorri e se levanta também. Pego minha bolsa e o sigo pelo corredor, em direção à aula. Noto muitos olhares sobre nós. Mas... Por quê? É atualmente o porquê sempre está me acompanhando tudo, porque tento entender melhor as coisas.

Entramos na sala, e eu não reconheci nada. Tinha umas pessoas sentadas, rostos desconhecidos, tirando Peeta, Glimmer, Madge e Clove. Mas segundo Glimmer, eu nunca fui amiga delas. Me sentei em uma cadeira, e ao meu lado Peeta sentou.

- A aula é de Física e é sempre muito chata, principalmente o professor.

- Porque ele é chato? Normalmente os professores parecem ser legais, por nos ensinarem as coisas. – Falo normalmente.

Peeta me olha espantado, mas não diz nada. Vejo o professor entrar na sala. É um homem de idade já, cabelos brancos. Olha diretamente para onde estou e fala.

- Srta. Everdeen, é bom saber que voltou e está bem. Irá precisar recuperar a matéria. E soube, então... Sou o professor Snow.

- Olá Sr. Snow, pode deixar vou arrumar alguém para recuperar a matéria perdida. – Falo.

Ele me olhou meio descrente.

- E eu posso ajuda – lá. – Glimmer falou, e eu sorri.

- Obrigada. – Digo.

Pov Peeta.

A Katniss está muito diferente. Quando que ela iria falar que algum professor era legal, principalmente o Snow? Certo que ela não se lembra como esse professor é um saco, mas pelo menos ela deveria lembrar sua maneira de ser. Mas nem isso ocorre mais.

Escuto ela falar sobre recuperar a matéria. E fico mais abismado ainda quando Glimmer, JUSTAMENTE Glimmer se oferece para ajudar com gentileza, e Katniss agradece sorrindo.

Não falo mais nada, estou encabulado com essas coisas, e quando o sinal bate, vamos para a outra sala, e no caminho, vou falar com Madge e Clove.

- Já sabemos do que vai falar. – Clove fala logo. – Estou tão chocada quanto você.

- Estamos. – Corrigiu Madge. – Mas o que me intriga é Glimmer, tenho um mal pressentimento sobre isso.

- As visões da Madge. – Brinco para descontrair, e ela faz uma careta, o que faz Clove rir. – Mas também não estou gostando disso. Então, vamos ficar de olho na Glimmer. – Falo.

- Isso, vamos ficar de olho mesmo, e descobrir o que a víbora quer.

[Off]

Gente , avisinho, 15 reviews (ou uma recomendação) e eu posto o próximo capitulo, que já está prontinho e outra coisa

Garota Proibida

To  In love com essa fic, quem quiser, dá uma passadinha lá, é sobre Jogos Vorazes também, Universo Alternativo.