Na manha seguinte, Olivia foi acordar. Olhou no relógio ao lado de sua cama, surpreendendo-se o tempo que tinha dormido. Ela estava com dor, seu peito tinha uma dor que nunca experimentou anteriormente. Por mais surpreendente que fosse ainda estava cansada, depois de mais de doze horas dormindo.

Levantou-se, não querendo passar o resto de seu ‘dia de folga’ na cama. Caminhou pesarosamente até a sala de estar. Depois que seus olhos se adaptaram a grande quantidade de luz, ela viu um figura sentada em seu sofá.

“Elliot, o que você está fazendo aqui?” ela perguntou, enquanto ele apenas olhava para ela com seus grandes olhos azul.

Levantou-se e caminhou até ela. “Como você está se sentindo, Liv?” ele perguntou.

“Bem, eu acho. Você ainda não respondeu minha pergunta” ela lhe disse, e ele sorriu com essa pergunta, feliz de saber que ela ainda era a antiga “Badass Benson”.

“Estou aqui apenas para checa-la. Você não parecia bem naquele dia em que me visitou” ele lhe disse.

Ela desviou o olhar e pôs a caminhar para a cozinha “Mas eu estou bem, você não precisava se preocupar” ela mentiu.

“Você tem certeza, Liv? Então o que são aqueles comprimidos para dor em seu quarto?” ele indagou, segurando-a em seu braço para impedi-la de ir para outro lugar. Ele olhava em seus olhos firmemente, sem ousar quebrar o contanto visual entre os dois.

“Eles não são nada” ela mentiu novamente. “Você está com fome?” ela perguntou, tentando mudar o mais rápido possível de assunto.

“Liv, stop” ele pediu “Apenas admita que há algo com você. Eu preciso saber, te ver sofrer me mata, e eu não quero que nada ruim aconteça com você. Então, por favor, apenas me fale”

Desviou o olhar novamente. Sabia que se olhasse em seus olhos, ele a varia dizer tudo, o que ela mais temia. Ela não queria admitir que estava doente, muito menos admitir isso para seu melhor amigo.

“Você não poderá esconder isso para sempre. Apenas me diga, por favor” implorou ele pela milésima vez.

“Eu não sei se estou pronta. Hell, acho que nunca estarei” ela lamentou, conseguindo se livrar dele e indo em direção ao sofá.

“Nunca estará pronta para o que?”

“El, eu realmente acho que você deve se sentar” ela disse, colocando a mão no outro lado do sofá.

Ele fez o que lhe foi dito. Algo sério tinha acontecido com ela, e pela primeira vez, ela não estava negando isso, não totalmente como sempre fazia. Apenas começou a desesperar-se quando viu lágrimas correndo por seu rosto “What’s wrong, swettie? Você pode me dizer”

Limpou aquelas lágrimas de seu rosto “Semana passada eu fui ao médico” ela suspirou, tomando uma respiração profunda e necessária “E bem, ela disse coisas que não são de se esperar ouvir.”

Ele se aproximou dela mais ainda “O que aconteceu, Liv?” ele pediu novamente. Olhou em seus olhos, o que praticamente o matou. Era tão ruim ver que ela estava com dor.

“Eu... eu...” mas para sua surpresa, e para ele também, ela começou a respirar mais rápido, indicando que estava com falta de ar. Elliot começou a ficar desesperado. Ele não esperava isso, não sabia o que fazer. Sem outra alternativa, levantou-se para pegar um telefone e ligar para 911.

Ela o segurou em seu braço “Espere” ela pediu, fazendo com que ele se sentasse novamente. “It’s ok... it’s ok...” ela tentou acalma-lo.

“It’s ok? Liv você não consegue respirar direito. Deixe-me ligar para 911” ele argumentou, tentando levantar-se novamente, apenas para ela segurar seu braço mais forte ainda.

“E-esse é... apenas um dos... sintomas...” ela tentou convence-lo.

Ele ficou petrificado. Sintomas? “Liv, what’s wrong with you?”

“E-eu não... q-quero que você... se preocupe, mas....” ela parou de repente, se perguntando se realmente teria coragem de lhe dizer.

Ele se aproximou dela “Me diga o que há de errado consigo, Liv. Por favor eu preciso saber” ele implorou.

Ela esperou que sua respiração se estabilizasse, e continuou: “Como ia dizendo, semana passada eu fui ao médico, e fui diagnosticada com... com câncer de pulmão”

Elliot não conseguia dizer mais nada. Seu mundo inteiro acabara de virar de cabeça para baixo. Câncer? Como isso era possível? Sem saber o que fazer, ele a abraçou. E ele não se surpreendeu quando sua camisa começou a ficar molhada com lágrimas de sua melhor amiga.

“Liv, eu... eu sinto muito” ele balbuciou, sem saber o que mais dizer. Bem, não interessava. Nada que disseste reverteria a situação “Quem mais sabe, além de mim?”

“Apenas Kathy” Olivia respondeu “Eu ocasionalmente fui ao mesmo hospital em que ela trabalha, e bem, ela apenas descobriu quando fui fazer a cirurgia”

“Cirurgia?” ele perguntou, espantado.

“Sim, eu fiz uma lobectomia, ou seja, uma cirurgia que retira a área do tumor correspondente a um lobo pulmonar” ela respondeu-lhe, limpando as últimas lágrimas que caíram de seus olhos.

“Então, significa que você esta curada?” questionou Elliot, esperançoso.

“Não El. Embora minha médica acredite que tiraram todas as células cancerosas, ainda há chance do tumor voltar a crescer. Então, terei que fazer a radioterapia e talvez a quimioterapia”

Ele tinha trilhares de perguntas correndo por sua mente, muitas que provavelmente que poderia assusta-la, mas que ele precisava perguntar “Você esta com medo?”

Ela quebrou o contato visual imediatamente “Hmm... sim. Estou morrendo de medo. Havia tantas coisa que queria fazer antes de morre, que provavelmente nunca acontecerão...”

Pôs o dedo em seu queixo, levando-a a olhar para ele novamente “Você não vai morrer, Liv. Nós vamos lutar contra isso, e nós venceremos”

“Nós?”

“Sim, nós ele afirmou “Eu não vou abandona-la novamente”

Ela sorriu para ele, feliz que ele estava aqui para apoia-la. Recostou-se sobre ele novamente, aproveitando os momentos que estavam justos, sabendo que havia chances de que esses seriam seus últimos.