HIATOS-A Assassina Em Mim escrita por Elisabeth


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

" ... Quando se coloca o desejo a frente dos objetivos tudo pode se tornar caos..."



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Teto. Pôsteres. Sangue.

O teto é verde, verde musgo. Os pôsteres de uma banda qualquer. O sangue.

Estou em casa?

– Mãe? Pai?

Desço da cama e o chão está úmido.

Sangue. Muito vermelho. Intenso, observo um instante.

Coloco as mãos na cabeça e percebo que as mesmas estão encharcadas.

Mas a casa está diferente. Onde estão os vidros?

– Oi

Disse a pessoa, cujo rosto não conseguia ver, deitada na cama.

– O que…

– Noite maravilhosa essa. Prometeu com o que disse. Noite igual a essa duvido ter de novo.

– Do que você está falando. Conheço você?

– Amanda, Amanda… Alguns segredos nunca morrem. Pensa que ninguém vê? Que ninguém percebe? Acha que sairá impune de tudo?

– Mesmo não sabendo quem é você… aviso-lhe que se impor no meu caminho acabarei contigo.

– Tão menina, mas tão malévola. Está se saindo bem, Amanda. Só tem um porem. Esse seu treinamento pode ter um preço caro a pagar. Preço esse que será cobrado antes do que pensa.

– Mas…

A figura, que vestia uma capa negra como a noite, sumiu num nevoeiro.


Acordei.

Respirando com dificuldade, tentava entender o sentido desse sonho. Quem poderia ser aquela figura sombria que sabia tanto sobre o que fiz? E de que treinamento falava?

Duvida.

Odeio ficar com a pulga atrás da orelha. Já tenho uma gigantesca sobre meu passado. Não sei de onde vim e não me lembro de nada antes dos 10 anos de idade. Meus pais diziam que eu sofrera um acidente de carro no qual perdi parte de minha memória. Acontece que não me desce essa ideia. Não tinha fotos de mim antes dos meus dez anos e todas as que tinha eu estava sozinha, sem ninguém por perto.

Sentava-me a mesa de jantar, os olhava e me perguntava: quem são essas pessoas?

Paranoia.

Os psicólogos, todos, não quiseram me consultar depois da primeira.

Minhas ideias os assombravam.

Minha primeira relação sexual foi um estupro.


FLASHBACK POV


Voltava do Colégio, sozinha, vestido rosa, sapatos altos, cabelos soltos e uma leve maquiagem. Havia tido uma festinha de aniversário.

Morava numa cidadezinha pequena no Texas. Nada, absolutamente nada, que alguém fizesse iria ser punido. Como pode presumir, meu estrupo não foi de estrema importância, mas para mim foi.

Caminhava calmamente imaginando-me com Dennis Belford. O garoto mais cobiçado do colégio. As garotas se molhavam apenas de ele dizer oi ou de esbarrar com elas nos corredores.

Loiro, olhos azuis, musculoso e de rosto porcelana, Lindo.

Nesse tempo eu ainda sonhava com príncipes. Hoje, prefiro os sapos.

No meu pensamento nós nos casávamos, estávamos trocando nossos votos, quando...

– Olá boneca. - estava bêbado.

– Lionel? - disse incrédula.

– Cumprimente meus amigos.

– Deixe-me passar...

– Calma. Faz semanas que estou interessado por você.

– Pois então, junte-se a fila.

– Não, não. Cansei de esperar que abra as pernas por conta própria. Dennis! Segure-a.

Sim, ele estava com ele. Era seu "capanga".

No fim de tudo, você deve estar pensando: "que vida sofrida dessa garota. Não me admira ela ser o que é". Acontece que nada, nada justifica o que faço. Meu acidente, meu estrupo... nada.

O prazer de matar é algo único. Quando mato não como e nem bebo.

Um frenesi se habita em mim. Olho minhas vítimas e todas parecem olhar de volta. Seus pedaços aparecem em lugares que a polícia não consegue entender o porquê daqueles lugares. E tão distante do corpo.

~.

Hoje Dave estava de folga. Não sei explicar o que sinto por esse homem. É algo que faz eu o querer só para mim, mas não posso me submeter a isso. Quero ir embora desse lugar… posso levar ele?

– Bom dia, Amanda. – disse sentando-se a mesa.

– Bom dia, Dave.

– Nôrie foi passar o fim de semana na casa da mãe.

– Hm. – Droga! Como irei me controlar agora?

– Sabe, Amanda. Você me parece distante, claro que esse choque deve afetar-te muito, mas é algo sombrio…

– Tem medo?

– Não, eu gosto disso.

Não compreendo esse homem. Quero meter medo nele, mas não consigo e cada vez que ele diz gostar mais meu sangue sobe, meu desejo.

Não. Não é desejo de sangue.

– Você é feliz com ela? Você a ama?

– Amor não é uma coisa que eu queira discutir com você, Amanda.

– Penso que você nem sabe o que é isso.

– É mesmo? O que você sabe sobre amor?

– Sei que você não sente isso por ela. Sei também – coloquei minhas pernas sob a dele – que correria um pequeno risco se o encontrasse.

– Você é muito petulante para a sua idade – disse num sussurro perto de meu ouvido, lançando, logo, sua mãe por baixo de meu camisolão.

Fomos para o meu quarto.

– Não devíamos – hesitou.

– Covarde.

– Não comece algo que não irá terminar, Amanda.

– Shh... Dave, você irá atrapalhar meus planos, mas meu desejo nesse momento é mais forte.

– Do que está falando?

– Apenas faça.

Depois, ficamos em silêncio. Era um silêncio tão profundo que quase se ouvia a voz de Deus me julgando. Esta ai uma coisa do qual eu tenho medo: Deus não me querer em seu paraíso. Dave fazia carinho em minhas costas nuas, quando Nôrie entrou.

– Nôrie! – gritou Dave.

Ela voltava ao corredor quando caiu de joelhos com a faca em suas costas.

– Amanda, você enlouqueceu?

– cale-se.

– vou chamar a poli…



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Notas finais do capítulo

Não esqueçam os comentários.

Postei mais cedo, mas infelizmente, o próximo capitulo será no fim de semana que vem. Espero que nesse meio tempo tenhamos mais leitores.

Agradeço as meninas Miih Salvaattore e mirrorma que postaram nossos primeiros reviews. Como sabem é minha primeira fic e dou muito valor aos coments recebidos. Sem mais de longas, Beijos e até a próxima!